sexta-feira, 30 de novembro de 2012

Água para todos: Sedvan/Idene vai instalar 6.388 cisternas de polietileno no NMG

O Governo de Minas, através da Secretaria de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan) e do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene), vai assumir a instalação de 6.388 cisternas de polietileno no semiárido mineiro e em seu entorno. Essas unidades de armazenamento de águas das chuvas serão repassadas pelo Departamento Nacional de Obras Contra a Seca (Dnocs), dentro do Programa Água Para Todos, executado pelo Governo Federal, através dos Ministérios da Integração Nacional (MI) e de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS). O início da instalação das cisternas deverá ser na segunda quinzena de janeiro, quando a empresa Acqualimp começará a entregar os produtos fabricados por sua planta em Montes Claros.

Para alinhar informações, repasses das cisternas, prazos, condições, transportes e locais de armazenamentos das unidades, entre outros detalhes, uma reunião entre representantes do Sistema Sedvan/Idene, Dnocs e da Dalka do Brasil, razão social da empresa Acqualimp, foi realizada na sede do órgão federal, na manhã de terça-feira (27/11). A assembleia contou com a presença do gerente do Programa de Universalização do Acesso e Uso da Água (Água Para Todos) em Minas Gerais e diretor de captação e qualificação do Sistema Sedvan/Idene, Samir Carvalho Moysés, e do técnico do Sistema Sedvan/Idene responsável pela execução do programa no Estado, Arnaldo José Severino, que vieram de Belo Horizonte para nivelar as ações; e do diretor-regional do Idene em Montes Claros, Edson Ferreira do Couto.

Representando a Acqualimp, estiveram presentes na reunião o diretor-nacional Benedito André Violante, o gerente de contratos institucionais Luiz Antônio Henrique Pinto, e o diretor da fábrica em Montes Claros, Lucas Arantes. Representando o Dnocs, o coordenador central do Programa Água Para Todos pelo órgão, engenheiro civil Elias Benevides e Keila Margareth Cândido, que vieram da matriz de Fortaleza/CE, Renata R. Freitas, Jurandir Cardoso Batista e Divino Teixeira, além de outros representantes do órgão federal em Minas Gerais e Montes Claros. Inicialmente, os representantes do Dnocs falaram sobre o contrato firmado com a empresa Acqualimp para o fornecimento de 60 mil cisternas de polietileno para o semiárido brasileiro, das quais 10 mil para o Grande Norte de Minas e o número de unidades que serão instaladas pelo Estado e pelo Dnocs.

Logo no início dos trabalhos surgiram algumas dúvidas levantadas pelo coordenador do Dnocs, Elias Benevides, imediatamente sanadas. Uma delas era em relação à empresa que venceu a concorrência para fornecer as cisternas. O gerente de contratos Luiz Henrique explicou que, geralmente, o contrato com o órgão federal foi firmado com a Dalka do Brasil, que é a razão social da Acqualimp, empresa do grupo Rotoplass, com sede no México e presença em 16 países. O diretor Benedito Violantes completou dizendo que a empresa tem quatro plantas no País, uma delas em Montes Claros. Por sua vez, Arnaldo Severino adiantou que o Idene assumiu a responsabilidade pela instalação de 6.388 cisternas em Minas Gerais e que as outras 3.612 restantes ficariam por conta do órgão federal.

Um dos assuntos abordados se refere ao repasse e recebimento das cisternas por parte da Acqualimp ao Dnocs e depois para o Idene, quando o gerente do programa em Minas, Samir Moysés, sugeriu a elaboração de um termo unificado de recebimento e repasse, automaticamente, com a assinatura dos parceiros. Vários outros temas foram debatidos, como o potencial de produção de cisternas por parte da Acqualimp, a dinâmica de instalação dos reservatórios, as condições de transporte e capacidade de armazenamento, entre outros. Diretor-regional do Idene em Montes Claros, Edson Couto informou que na cidade as cisternas ficarão armazenadas em terreno cedido pela Copasa, na região Sul, bem como da capacidade da cidade de Chapada Gaúcha, no Norte de Minas, que atende a demanda.

Segundo Edson Couto, caberá ao Dnocs apenas repassar as cisternas para o Idene e que o órgão estadual, com recursos disponibilizados pelo Ministério do Desenvolvimento Social e Combate a fome (MDS), se encarregará de toda a logística para a instalação dos reservatórios. Neste sentido, o Sistema Sedan/Idene abrirá processo licitatório para a contratação de uma empresa, que fará a retirada das cisternas nos depósitos, transporte as comunidades que serão atendidas e instalação das unidades, inclusive com abertura dos buracos, revestimento do leito e adaptação às casas das famílias, devidamente inscritas no Cadastro Único (CadÚnico). Ficou acertado ainda, entre Samir Moysés e Elias Benevides, como será o processo de recebimento e repasse das cisternas, como datas, horários e que a instalação das unidades nas comunidades será fiscalizada pelo Idene.

Posteriormente, a equipe do Dnocs se retirou para outra reunião, enquanto os representantes do Sistema Sedvan/Idene e da Acqualimp deram sequência ao nivelamento de ações das duas partes, inclusive a capacitação teórica e prática para a instalação dos reservatórios. Os dirigentes da empresa informaram ainda que ela produz 100 cisternas de polietileno por dia e que cada caminhão transporta cinco unidades. A meta da fabricante é entregar 1 mil cisternas em janeiro, 2 mil em fevereiro. 2.500 em março e aumentar a entrega, gradativamente, até chegar as 10 mil unidades, das quais 6.388 serão repassadas pelo Dnocs ao Idene e às outras ficarão com o órgão federal. Em Minas Gerais, as praças de armazenamento serão Montes Claros e Chapada Gaúcha, no Norte de Minas; Itamarandiba, Carbonita e Turmalina, nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri.

Números

A Acqualimp vai fornecer 60 mil cisternas ao Dnocs para serem instaladas no semiárido brasileiro em parceria com governos estaduais conveniados com o Ministério da Integração Nacional. Diretamente, o órgão vai instalar 27.384 unidades, sendo 12 mil no Ceará, 5.772 no Pernambuco, 4 mil na Paraíba, 3.612 em Minas Gerais e 2 mil no Rio Grande do Norte.
Em parceria com os Estados, serão instaladas 14.200 unidades no Ceará, 12 mil na Bahia e 6.388 em Minas Gerais. 

O primeiro Estado a ser atendido é o da Bahia, sendo que o segundo será Minas Gerais, provavelmente, a partir do dia 21 de janeiro. As cisternas têm capacidade para 16 mil litros de água. A fábrica de reservatórios da Acqualimp em Montes Claros funciona na Avenida Geraldo Athayde, no Bairro São João, onde antes era o depósito da Coca-Cola.


Fonte: Jornal de Notícias , Montes Claros, 29 de novembro de 2012.


sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Abertura das propostas do Projeto Jequitaí já tem data: 11 de dezembro

O secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas, Gil Pereira (Sedvan), participou no dia 13/11/12, no Palácio do Planalto, em Brasília (DF), da cerimônia de lançamento do Programa Mais Irrigação, coordenada pela presidenta da República, Dilma Rousseff, com a presença de várias autoridades e técnicos, incluindo o ministro da Integração Nacional, Fernando Bezerra, e governadores estaduais.




Na véspera, o secretário Gil Pereira esteve no gabinete em audiência com o ministro Fernando Bezerra, para esclarecimentos sobre o andamento das providências administrativas e técnicas relacionadas à construção da Barragem de Jequitaí, que viabilizará o projeto de irrigação de mesmo nome: “O ministro Bezerra informou-me que as propostas da licitação serão abertas no dia 11 de dezembro deste ano, pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf)”, disse Gil Pereira.

Ao citar que o governador de Minas Gerais, Antônio Anastasia, também cumpriu agenda em Brasília neste dia, o secretário lembrou o “seu empenho em viabilizar todas as iniciativas que se relacionem ao Programa Água para Todos e ao objetivo de dotar o Norte e Nordeste do Estado de melhor infraestrutura hídrica, reduzindo o sofrimento da população provocado pelos períodos de seca”.

Norte de Minas

Com abrangência total prevista em torno de 539 mil hectares irrigados e previsão de R$ 10 bilhões em investimentos (destes R$ 7 bilhões virão  iniciativa privada sob a forma de PPPs), o Programa Mais Irrigação é dividido em quatro eixos e estará presente em 66 áreas de 16 estados brasileiros:

Alagoas, Bahia, Ceará, Goiás, Maranhão, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Roraima, Sergipe e Tocantins. Portanto, além dos Nordeste, serão contempladas as regiões Sul, Centro-Oeste, Norte e Sudeste, sendo nesta última área geográfica o Programa voltado somente para o Norte de Minas.

No Norte de Minas, o Mais Irrigação vai acelerar etapas de três grandes projetos: Jequitaí (18 mil hectares da 1ª fase e 17 mil hectares da 2ª fase, totalizando 35 mil hectares de área irrigada); Jaíba 3 e 4 (ampliação - 24 mil hectares da 1ª fase); e Gorutuba (restauração e ampliação – 5,8 mil hectares de área irrigada).


Água de cisterna para consumo animal

Na convivência com o Semiárido brasileiro são essenciais as tecnologias que aumentam a oferta de água nos períodos de seca. As cisternas rurais têm se mostrado uma alternativa de aptidão flexível, que podem ser empregadas para armazenar água das chuvas e suprir as demandas tanto das famílias quanto de pequenas hortas e ainda para abastecer os rebanhos.
 
Pesquisadores e técnicos da Embrapa Semiárido apresentaram, no programa “Prosa Rural”, a experiência que realizaram em comunidades no interior da Bahia, de Pernambuco e do Piauí com o emprego de cisternas para uso familiar e para dessendentação dos animais. É um trabalho apoiado pelo programa Uma Terra e Duas Águas (P1 + 2).


Tradicionalmente, a cisterna é reservada como fonte de água exclusiva para as pessoas. Aos animais costuma-se reservar um barreiro ou açude, que perde muita água pela evaporação ao longo dos meses de seca. Além da perda de volume, a água se torna enlameada e pode ser infestada por parasitas que comprometem a saúde desses animais. Portanto, a construção de uma segunda cisterna na propriedade, destinada ao abastecimento dos animais, ajuda não só a prevenir as perdas por evaporação, mas também a melhorar a qualidade da água fornecida ao rebanho, principalmente se for captada das chuvas que caem sobre os telhados.
 
No caso da captação feita em uma linha de drenagem natural, como uma estrada, é recomendada a instalação de um sistema de filtragem entre a captação e o armazenamento para a retirada de resíduos orgânicos que possam comprometer a qualidade da água.
 
Por meio do programa P1+ 2, os agricultores recebem apoio para a instalação de uma segunda cisterna em sua propriedade. De acordo com Nilton de Brito, técnico da Embrapa Semiárido (Petrolina/PE), a cisterna tem um custo de construção menor que o do barreiro e ainda preserva a água de fontes de contaminação.
 


Alimentação de bovinos em períodos de seca


Independente da intensidade e da duração da época seca nos campos, o fornecimento de alimentação suplementar para o gado é sempre importante. Por isso, o produtor deve estar constantemente preparado e munido de um planejamento alimentar, para que seu rebanho tenha condições de enfrentar os períodos sem chuva.

Em tempos de seca, o capim não cresce com o mesmo vigor que apresenta em condições climáticas mais adequadas e tem seu valor nutricional reduzido, prejudicando a quantidade e a qualidade da forragem das pastagens que servem de alimento para os animais. Se depender apenas do pasto para fazer as refeições durante o período seco, o gado terá perda de peso, queda na produção de leite e na taxa de fertilidade, além de maior predisposição a contrair doenças e correr risco de morte.

Assim, em época de chuva escassa, o uso de suplementação alimentar é essencial para manter o gado saudável. Cana-de-açúcar e uréia, capim elefante, leguminosas forrageiras, diferimento de pastagens e silagem, são algumas alternativas práticas e economicamente viáveis para nutrir os animais enquanto o tempo seco permanecer.

O produtor também pode fazer uso racional de alimentos regionais, como subprodutos agroindustriais. Em geral, eles são de baixo custo e de fácil aquisição e transporte. Contudo, têm como limitações o desconhecimento de sua composição química e valor nutritivo, além de problemas de armazenamento, de conservação e de disponibilidade ao longo do ano.

Alternativas nutritivas

Entre as opções que podem contribuir para atender às necessidades dos rebanhos no período seco estão:

Cana-de-açúcar e uréia – destinada para o gado bovino, a mistura serve como fonte de energia e proteína. Para corrigir o baixo teor de proteína da cana, é indicada a adição de uréia, cujo uso na suplementação deve ocorrer somente nos níveis recomendados e com a adaptação dos animais.

Capim elefante – de fácil cultivo, elevada produção, bom valor nutritivo e resistente a pragas, o capim elefante é a forrageira mais usada na formação de capineiras, as quais devem ser manejadas durante todo o ano, inclusive durante o período chuvoso. Caso contrário, o capim elefante perde seu valor nutritivo tornando-se muito fibroso e com pouca proteína.

Leguminosas – são forrageiras que asseguram um bom padrão alimentar para os animais, sobretudo em época de seca. Contêm muita proteína e são fáceis de ser digeridas, inclusive têm alta capacidade de fixação de nitrogênio da atmosfera, contribuindo para a melhoria da fertilidade do solo. Podem ser estabelecidas em consórcio com gramíneas ou formando “banco de proteína”, que será utilizado estrategicamente durante a estação de seca.

Diferimento de pastagens – trata-se de alternativa para corrigir a defasagem da produção de forragem durante o ano. A utilização da pastagem é suspensa entre meados e o fim do período chuvoso, para favorecer o acúmulo de forragem e criar uma reserva para uso durante a época de seca, como “feno em pé”.

Silagem – opção de armazenagem de forragem no período das águas, para os animais enfrentarem os meses de estiagem. Como o processo envolve mecanização total, é mais caro do que as demais alternativas citadas acima. O milho e o sorgo são indicados como melhores sugestões, devido à facilidade de cultivo, elevados rendimentos e qualidade da silagem produzida.

Forragem hidropônica de milho 


Técnica criada inicialmente como método de pesquisa por estudiosos alemães e, mais tarde, aperfeiçoada pelos Estados Unidos para o cultivo de hortaliças, a hidroponia também tem sido utilizada por aqui para produzir suplemento alimentar para animais como bovinos, caprinos e ovinos.

Desenvolvida na década de 90, a partir de experiências realizadas por instituições brasileiras de pesquisa, como o Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural do Rio Grande do Norte (Emater/RN), a forragem hidropônica de milho tem boa aceitação pelos rebanhos de pecuaristas que já fazem uso dela.  Ainda pouco difundido no país, o produto é mais uma opção de alimento para criações durante os meses de seca.

Fácil, rápida e barata, a produção do alimento pode ser realizada em qualquer parte do território nacional e época do ano. Em 15 dias de plantio, a forragem hidropônica de milho já pode ser colhida para abastecer os cochos das criações.

Com semeadura de 2 quilos de grãos em um espaço de apenas um metro quadrado, em duas ou três semanas podem ser colhidos 20 ou 30 quilos de forragem verde destinada para consumo animal. O preço do quilo do alimento chega a R$ 0,09, enquanto o do bagaço de cana atinge R$ 0,10 e o da torta de algodão, R$ 0,30.

Dada as vantagens da forragem feita do cultivo de milho hidropônico, o Sebrae da Paraíba tem estimulado pequenos criadores da região a adotar a solução para enfrentar a forte estiagem registrada no Nordeste.

Além de promover visita em propriedade que aplica a técnica, o Seabre disponibiliza a pecuaristas interessados um kit com o material necessário para iniciar a atividade. Para a produção da forragem hidropônica de milho são utilizados micro e macro ingredientes, como sulfato de magnésio, de cobre, de manganês, de zinco, ácido bórico, molibdênio, quelato de ferro, fosfato de amônia e nitrato de potássio.

Fonte: Globo Rural


Cultivo de mandacaru garante forragem para os rebanhos nos períodos mais críticos de seca

Na seca, nos momentos mais graves da falta de água e de alimentos para os rebanhos, é inevitável ao pequeno agricultor do semiárido, de poucos recursos técnicos e financeiros, adentrar a caatinga em busca de uma das poucas plantas a se conservar verde: o mandacaru. A espécie, que tem folhas na forma de espinhos, é quase sempre a única fonte de comida disponível na vegetação nativa para os animais.
 
Por estas características de resistência às altas temperaturas e às chuvas irregulares da região, que o técnico Nilton de Brito Cavalcante, da Embrapa Semiárido, recomenda aos agricultores o cultivo dessa cactácea nas suas propriedades, a exemplo do que fazem com a palma, os capins ou o milho.
 
Há dez anos, ele avalia o plantio de mandacaru em uma área experimental do centro de pesquisa. Para ele, os resultados são “animadores”, a começar pela produção.
 
Estratégia – No primeiro ano de plantio, com espaçamento de 1m x 1,5 m – o que equivale a mais de 6.660 plantas/ha, o agricultor consegue colher cerca de 30 ton.ha-¹ com o corte dos brotos que nascem no período. Convertida para massa seca, que é a medida de referência para indicar o impacto sobre o ganho de peso dos animais, essa quantidade equivale a 5,1 ton.ha-¹.  No décimo ano do plantio, a produção pode alcançar 285,17 ton.ha-¹ de massa verde e 48,47 ton.ha-¹ de matéria seca. 
 
Trata-se de volume de alimento muito bom, que fica disponível para ser ofertado aos animais quando a seca alcança o seu pico de maior intensidade na região, revela Nilton de Brito. Segundo ele, trata-se de uma planta “excelente” para o pecuarista formar uma reserva forrageira estratégica na sua propriedade. No semiárido, de maneira geral, este papel cabe a outra cactácea já muito difundida que é a palma.
 
Contudo, o mandacaru tem evidentes vantagens: possui maior teor de proteína, resiste melhor à falta de chuvas e o primeiro corte acontece no primeiro ano.  

O plantio em áreas cercadas é uma alternativa de exploração e que aumenta a capacidade de suporte das propriedades. Além disso, é um modo de substituir o extrativismo da espécie durante a estiagem, por um aproveitamento mais sustentável. O intenso corte que costuma acontecer nesses períodos tem levado à diminuição acentuada de pés de mandacarus na caatinga.
 
Manejo – Do tempo que realiza testes com a espécie em uma área de 4 ha da Embrapa Semiárido, Nilton chegou à conclusão que o plantio e manejo do mandacaru são simples. Fazer muda, por exemplo, é muito fácil: basta cortar um pedaço de 20 a 30 cm dos cladódios ou galhos, deixar secar durante dois a cinco dias na sombra e, então, pôr em uma cova com profundidade de 15 a 20 cm, adubada com esterco de caprinos ou bovinos.
 
O plantio pode ser feito antes das primeiras trovoadas no semiárido. Contudo, se acontecer durante o período de chuva, o cultivo deve ser em terreno bem drenado. Se houver encharcamento, é possível a morte de grande quantidade de mudas, alerta o técnico da Embrapa. Durante o crescimento o agricultor vai precisar apenas roçar o local do plantio uma vez por ano.

Outra informação importante para garantir a sobrevivência do mandacaru é não cortar a planta no tronco principal. De acordo com as avaliações na área experimental, Nilton afirma que isto pode representar a morte da planta. Por outro lado, se são cortados apenas os galhos, a vida útil da planta aumenta e ela fica produtiva por muito mais tempo. Para ele, não há dúvida que o mandacaru é uma alternativa forrageira interessante que os criadores do semiárido podem ter nas suas propriedades.

segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Trabalho sobre nascente do São Francisco é apresentado por técnicos da Codevasf na Câmara dos Deputados

O trabalho que estabeleceu as definições geográficas dos rios São Francisco e Samburá, feito pelos técnicos da Codevasf Geraldo Gentil, Miguel Farinasso, Rosemery José Carlos, Paulo Afonso Silva e Leonaldo Silva, foi alvo de elogios dos presentes à audiência pública da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Câmara dos Deputados na tarde desta terça (30/10/12). 

A audiência debateu o projeto de lei que cria o monumento natural do rio Samburá, que passaria a compor o mosaico de unidades de conservação da Serra da Canastra. "Vocês são os autores intelectuais desses projeto que é de extrema importância para a preservação dos rios Samburá e São Francisco", ressaltou o prefeito municipal de Medeiros (MG), Weber Leite Cruvinel, um dos palestrantes do evento.

Além dos técnicos e do prefeito, também participaram da audiência o presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco, Anivaldo de Miranda Pinto, o secretário de Biodiversidade e Florestas do Ministério do Meio Ambiente (MMA), Roberto Brandão Cavalcante, o presidente do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBIo), Roberto Ricardo Vizentin, e o autor do requerimento de audiência, deputado Antônio Roberto (PV/MG).

Em sua exposição, Miguel Farinasso explicou que as divergências que haviam sobre a extensão do São Francisco e sobre qual seria sua verdadeira nascente desencadeou o trabalho realizado pelos técnicos. Os engenheiros e outros técnicos da empresa visitaram as nascentes dos rios e realizaram a medição com técnicas de geoprocessamento. Segundo ele, a observação de diversas fontes de informação gera um questionamento sobre a relação hidrológica entre o rio principal e o afluente entre os rios São Francisco e Samburá. Esse fato foi observado em imagens de satélite Landsat e em cartas topográficas. Nos arquivos digitais, pode-se observar que a bacia hidrográfica do rio Samburá possui maior área geográfica do que a do São Francisco, à montante da confluência de ambos. Pelo critério de área da bacia hidrográfica, o rio Samburá conteria, assim, as nascentes verdadeiras do São Francisco.

Ele explicou também que, nas imagens de satélite e cartas disponíveis, pode-se verificar que o Samburá é um rio mais extenso que o São Francisco, a partir de suas confluências. Também, observa-se que, na confluência, o Samburá tem calha mais larga e maior vazão que o São Francisco.

Finalizando sua exposição, o técnico apresentou as recomendações geradas a partir do trabalho. Uma delas é encaminhar uma petição ao IBGE/RJ solicitando a homologação do estudo da Codevasf, feito nos anos de 2002 e 2003.

Fonte: Codevasf

Tecnologia possibilita aumento da safra de mamão em Minas Gerais

Os investimentos em tecnologia realizados pelos produtores mineiros para aumentar a safra de mamão estão garantindo bons resultados. Conforme dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), analisados pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais (Seapa), a produção do fruto nas lavouras do Estado, em 2012, deve superar a do ano passado, que alcançou 45 mil toneladas e foi cerca de 50% maior que a de 2010.

De acordo com a Seapa, o crescente índice de irrigação das lavouras mineiras, inclusive de agricultura familiar, é o principal responsável pelo aumento da produção de mamão nos últimos quatro anos, "sobretudo em períodos como o atual, marcados por estiagem prolongada", observa o subsecretário de Agricultura Familiar, Edmar Gadelha. Ele destaca a participação da agricultura familiar, que tem melhorado o desempenho de suas lavouras mediante a utilização de tecnologia e boas práticas que possibilitem o aumento da produtividade.

O extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG) no município de Pirapora, Edjan Eustáquio Guerra, informa que a produtividade nas propriedades que dispõem de alta tecnologia em irrigação pode superar a marca de 100 toneladas por hectare/ano. Já os agricultores familiares têm alcançado até 60 toneladas por hectare/ano.

O Norte de Minas lidera a produção estadual de mamão com cerca de 34 mil toneladas registradas no ano passado. Segundo Guerra, Pirapora conta com 22 hectares plantados da variedade formosa, e o principal estímulo ao produtor é o aumento da demanda pelo fruto. "A colheita segue com bons resultados", diz o técnico.

Para mesa e indústria

O mamão de Pirapora é destinado exclusivamente ao consumo de mesa, sendo comercializado por meio dos entrepostos da Ceasa Minas localizados em Uberlândia, Patos de Minas e Contagem.

Dados da Ceasa Uberlândia mostram que, no período de janeiro a setembro de 2012, foram colocadas no entreposto 263,5 toneladas de mamão procedentes das lavouras de Pirapora. O volume é 60% superior ao registrado no mesmo período de 2011.

Já a empresa Brasnica Frutas Tropicais, com sede em Janaúba, também no Norte de Minas, estima para este ano uma colheita de 200 toneladas das variedades papaia e formosa.

"Contamos com produção própria e de terceiros, e a esses fornecedores oferecemos condições para agregarem valor ao mamão de suas propriedades, colocando inclusive à sua disposição embaladores que trabalham conforme a exigência do mercado". A explicação é do responsável pelo setor de Comercialização de Mamão da indústria, Robson Versiani Sindeaux.

O produto tem alcançado na lavoura uma cotação de no mínimo R$ 0,45 o quilo e, em muitos casos, atinge R$ 1,20 o quilo, acrescenta o executivo. Ainda segundo Sindeaux, o mamão da Brasnica Frutas Tropicais, para consumo in natura, é oferecido também por meio das unidades da empresa localizadas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Uberlândia e Belo Horizonte. Ele acrescenta que cerca de 7% da produção é destinada a indústrias de doces do Rio de Janeiro.

"Os contratos com as fábricas de doces garantem bom reforço à receita da Brasnica e têm foco na qualidade do fruto destinado à transformação, enquanto o mercado para consumo in natura faz questão da aparência do produto", finaliza o executivo.


Fonte:  Agência Minas

quinta-feira, 8 de novembro de 2012

Fruticultura do Norte de Minas investe em marca própria e na busca de novos mercados

Contando atualmente com uma área cultivada de 24 mil hectares de frutas, onde são gerados cerca de 60 mil empregos diretos, a cadeia produtiva da fruticultura no Norte de Minas Gerais vai ganhar, a partir deste mês de novembro de 2012, um reforço bem-vindo com o lançamento da estratégia de place branding da região do Jaíba. Trata-se de um sistema que certifica o produto quanto à sua qualidade e local de origem, que é tratado como uma marca comercial.

A iniciativa é do Programa de Apoio à Competitividade dos Arranjos Produtivos Locais do Estado de Minas Gerais (APLs), que tem a participação do Governo de Minas por meio da
Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sectes), do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) em Minas Gerais, da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), do Instituto Euvaldo Lodi (IEL), do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e da Associação dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte).

O place branding é uma recente área do marketing que tem por objetivo a construção e a divulgação das localidades como marcas, sejam elas cidades, regiões ou países. As ferramentas desta estratégia trabalham a serviço da competitividade dos produtos destas localidades. Os lugares são tratados como empresas. Nesse caso, o trabalho do branding é construir a marca e gerenciar a imagem dos lugares a fim de atrair investimentos externos, turistas, fama e até mesmo eventos internacionais.

Por meio desta estratégia, a região do Jaíba ganhará status de marca e os produtos originários desta localidade serão identificados com um selo que atesta sua origem e qualidade. Além de banana, os produtos de destaque da fruticultura norte-mineira são limão, manga, mamão, maracujá, abacaxi, goiaba e atemóia. Os principais mercados consumidores dos produtos são: Belo Horizonte, São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador.

O lançamento da estratégia acontecerá dia 28 de novembro de 2012, às 18 horas, no Centro de Eventos de Jaíba. "Trata-se de uma iniciativa que vem sendo trabalhada nos últimos sete anos e que, entre outros benefícios, tem proporcionado a inserção do Norte de Minas na pauta de exportações de frutas e vem garantindo a melhoria da qualidade dos produtos, bem como a profissionalização de pequenos produtores rurais e empresários", ressalta o gestor do Projeto Fruticultura, por parte do Sebrae Minas, Jadilson Ferreira Borges.

Segundo levantamento do
Sebrae-MG, juntas, as entidades parceiras do arranjo produtivo da fruticultura na região já investiram mais de R$ 2 milhões no projeto. Com o lançamento da marca Jaíba, que está sendo trabalhada por uma empresa de consultoria de São Paulo especializada na construção de identidade regional, Borges entende que a iniciativa traz novas perspectivas para a fruticultura regional.

A gestão do uso da marca será conduzida por um conselho gestor, que estabelecerá os critérios a serem seguidos por parte de produtores rurais e empresários. "A ideia é trabalharmos o conceito de região", explica o gestor, lembrando que, para isso, nos últimos sete anos, as entidades parceiras investiram na organização das associações e cooperativas de agricultores.

Outra ação implementada neste sentido foi a participação de produtores rurais e lideranças em missões internacionais, a fim de abrir novas perspectivas para a exportação de produtos norte-mineiros, além de trazer aos produtores um conhecimento prático sobre as exigências do mercado importador de frutas. A certificação de produtos pela marca Jaíba será um estímulo importante à abertura de novas portas no mercado externo.

Nos últimos anos, vários empresários e produtores rurais participaram de missões internacionais. Só no ano passado, 42 agricultores foram a Berlim, na Alemanha, onde participaram da Fruit Logística, a maior feira internacional de frutas. Outro grupo de lideranças esteve em Portugal, onde estabeleceu intercâmbio com empresários europeus e parcerias para comercialização de frutas no continente.

Para garantir a exportação de manga e limão para a Europa, cerca de 30 produtores rurais da região já possuem a certificação internacional
Global Gap, o principal certificado internacional para o setor de alimentos, que atesta não só a qualidade do produto final, mas também questões sanitárias e de sustentabilidade.

Outras 17 propriedades rurais também estão passando por processo de certificação, o que poderá resultar, a partir de 2013, na exportação de banana prata norte-mineira para a Europa. Trata-se de um produto considerado exótico no mercado internacional, que é dominado pelo consumo de banana nanica.

Otimismo compartilhado

"Com a criação de uma marca própria, estamos dando um grande passo para consolidar a produção agrícola do Norte de Minas, que já é conhecida pelos mais exigentes mercados consumidores do Brasil e da Europa como produtora de frutas de excelente qualidade. Com o lançamento da marca Jaíba, Minas Gerais se mostrará de vez no mercado mundial de exportação de frutas", observa o coordenador regional do Sebrae no Norte de Minas, Cláudio Luiz de Souza Oliveira.

Para o presidente da
Abanorte, Jorge Luiz de Souza, a criação da marca Jaíba traz excelentes perspectivas para os produtores rurais e empresários envolvidos na atividade. "Estamos seguindo um exemplo de sucesso já adotado em outras regiões do mundo, que tem a fruticultura como carro chefe e que se consolidou no mercado internacional pela qualidade dos produtos comercializados", frisa Jorge de Souza.

Para ele, a organização da fruticultura regional envolvendo o Governo de Minas e entidades empresariais é fator de fundamental importância para a ampliação do mercado exportador de produtos mineiros.

Segundo a
Abanorte, o Norte de Minas exporta cerca de 8.140 toneladas de limão e manga para a Europa por ano. Portugal e Holanda são os principais importadores, mas a Associação dos Fruticultores, que congrega cerca de 2,5 mil produtores rurais por meio de cooperativas e associações, está trabalhando para abrir mercados também na Alemanha, Reino Unido e no Oriente Médio.

"Se continuarmos investindo na organização da cadeia produtiva, na melhoria da qualidade e na gestão eficiente da produção agrícola, teremos boas perspectivas pela frente", ressalta Jorge de Souza.

O empresário e presidente da
Associação dos Produtores de Limão do Projeto Jaíba (Aslim), Cláudio Dykstra também mostra otimismo com a iniciativa que irá qualificar os produtos do Jaíba. "Além de estimular os produtores rurais a investir cada vez mais na melhoria da qualidade dos produtos, isto ajudará a incrementar a p rodução agrícola regional", prevê o empresário. Só por meio da Aslim, a região comercializa, mensalmente, cerca de 500 toneladas de limão. Os principais mercados consumidores são Belo Horizonte, Brasília e a Europa.

Estratégias de agricultores do Semiárido para resistir à seca serão mapeadas a partir de 2013

Brasília - Estratégias inovadoras, adotadas por pequenos agricultores para enfrentar os impactos da estiagem e das inundações no Semiárido brasileiro, serão mapeadas e catalogadas a partir do ano que vem. A ideia do projeto é entender como essas práticas sustentáveis têm impacto nos sistemas de produção e na qualidade de vida das populações locais para garantir que outras famílias possam se apropriar das técnicas usadas.

A iniciativa é uma parceria entre o Instituto Nacional do Semiárido (Insa), ligado ao Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), e a Articulação do Semiárido (ASA), rede formada por mil organizações da sociedade civil que atuam nos estados do Nordeste e em Minas Gerais.

De acordo com Antônio Barbosa, coordenador de programa da ASA e um dos responsáveis pelo projeto, serão observadas as práticas de 900 famílias em nove estados (Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Pernambuco, Sergipe, Bahia, Paraíba, Alagoas e Minas Gerais) durante a primeira fase do projeto, marcada para começar em março de 2013.

'Vamos conhecer as práticas de agricultores que têm terras com até 15 hectares, perfil que engloba cerca de 90% das famílias que vivem no Semiárido. Em um período de seca como a que temos visto, muitos deles têm sofrido as consequências, mas há outros que desenvolvem estratégias que os ajudam a passar quase sem perceber a seca. Queremos mapear essas formas de manejo, saber como são montadas as estrutura de segurança, e analisar os dados com números', explicou.

Barbosa acrescentou que os primeiros resultados devem ser conhecidos ao fim do ano que vem, com a conclusão da primeira fase. Em 2014, durante a segunda etapa, serão selecionados os exemplos com maior impacto e caráter inovador e que podem ser multiplicados com mais facilidade pelas famílias do Semiárido. Com o apoio de centros de pesquisa e universidades, serão realizados estudos de caso para avaliar, de forma científica, os impactos das estratégias na qualidade do solo e das sementes. Por fim, com base nos resultados apurados, serão formuladas sugestões de políticas públicas e de ações para outros institutos e organizações socais que atuam na região.

O coordenador de pesquisa do Insa, Aldrin Martin, informou que o projeto será financiado em parte pelo ministério, e por parceiros que ainda estão sendo definidos. Ainda não há estimativa exata do valor que será necessário para a execução.

Há três anos, o pequeno agricultor Abelmanto de Oliveira, construiu quatro barragens subterrâneas para armazenar a água da chuva em sua propriedade de 10 hectares, em Riachão do Jacuípe, município a pouco mais de 180 quilômetros de Salvador. Com a tecnologia, a água captada é infiltrada no solo, eleva o lençol freático e viabiliza a prática da agricultura mesmo em períodos de seca prolongada.

'A última vez que tivemos chuva intensa por aqui foi há dois anos, em outubro de 2010. Mesmo assim, quem chega a esta área fica encantado, porque o efeito que a gente percebe, a olho nu, é que foi criado um verdadeiro microclima. A umidade relativa do ar aumenta e a vegetação se manifesta', disse.

Mesmo com a seca que atinge a região, ele consegue produzir feijão, milho, mandioca e hortaliças. Além disso, aproveita as margens das barragens para plantar capim para alimentação animal. O agricultor gastou R$ 120 para construir as quatro barragens com capacidade de armazenar 80 mil litros de água na superfície. 'É uma técnica simples e barata que qualquer agricultor pode fazer', destacou.

Oliveira, que também tem em sua propriedade uma cisterna que acumula água da chuva para uso doméstico e uma cisterna-calçadão para produzir alimentos e matar a sede de animais, calcula que a água armazenada seja suficiente para o consumo da família pelos próximos meses.

'Com as tecnologias, consigo armazenar até 1,8 milhão de litros de água em minha propriedade. A maioria das pessoas da minha região já depende de carro-pipa por causa da estiagem, mas eu ainda tenho água para beber por oito meses e para usos domésticos, como lavar roupa e tomar banho, por cinco meses', disse.


Fonte: Asa Brasil