terça-feira, 19 de agosto de 2014

Embalagem de bagaço de cana surge como alternativa para o transporte de alimentos

 
Segundo a União da Indústria de cana-de-açúcar (Unica), na safra 2013/2014 o Brasil produziu 653.444 milhões de toneladas de cana. Cada tonelada gera em média 140 kg de bagaço. De olho no potencial desse resíduo, profissionais da Faculdade de Zootecnia e Engenharia de Alimentos (FZEA) da USP de Pirassununga criaram embalagens para frutas, bebidas e hortaliças feitas a partir de painéis de bagaço de cana.
 
A iniciativa está sendo coordenada pelo professor Juliano Fiorelli e conta com a participação de alunos do Laboratório de Construções Rurais e Ambiência e do Laboratório de Tecnologia de Embalagens da FZEA. De acordo com Fiorelli, apesar de ser aproveitado para a produção de energia por combustão, o bagaço de cana está disponível em grandes quantidades na região, o que estimulou o grupo a desenvolver as ecoembalagens.

O processo de transformação da matéria prima em caixas é feito da seguinte forma: primeiro, o bagaço de cana passa por uma secagem em estufas para posteriormente ser peneirado. Após serem removidas as partículas de menor tamanho, é feita a moagem do bagaço. A esse material se adiciona uma resina a base de óleo de mamona. A resina aglomera as partículas e forma uma mistura que, ao ser colocada em moldes, permite a confecção de painéis. Dos painéis de bagaço de cana são feitas as embalagens para o transporte de alimentos e bebidas.

Fiorelli explica que a remoção de partículas com tamanho inferior a 1 mm é necessária para facilitar a dispersão do adesivo, no caso, a resina poliuretana à base de óleo de mamona. Segundo ele, a resina foi escolhida por seu caráter natural e porque não libera formol durante sua produção.

Até o momento, a equipe criou modelos de embalagens para o transporte de garrafas, frutas médias e frutas pequenas. As caixas menores são ideais para transportar morangos e uvas e têm o diferencial de serem desmontáveis. “O objetivo é facilitar o retorno das embalagens vazias e diminuir o espaço ocupado por elas em veículos de carga.” Fiorelli afirma que também está nos planos do grupo criar paletes a partir dos painéis de bagaço de cana.

Sobre a resistência do material, o professor diz que já foram realizados testes mecânicos que comprovam a eficiência das caixas no transporte de frutas e hortaliças. “Mas é bom frisar que sua resistência é baixa quanto à exposição à chuva. E, por isso, estamos buscando alternativas para impermeabilizar os painéis.” A perspectiva é de que dentro de oito meses os pesquisadores caminhem para a produção industrial, com a busca de parceiros e o lançamento da tecnologia no mercado.

Papel semente e caneta biodegradável
 
Outras iniciativas ilustram a preocupação crescente com a geração de resíduos e a sustentabilidade. A Papel Semente, por exemplo, fabrica cartões, convites, crachás e envelopes que podem ser plantados após o uso. Andrea Carvalho, fundadora da empresa sediada no Rio de Janeiro, afirma que é só picar o papel, tomando o devido cuidado para não danificar as sementes, e depositá-lo na terra.


"Você pode até umedecer o papel antes e colocar um pouquinho de terra por cima. Daí é só continuar regando o local por 20 dias. Hoje, oferecemos papel semente de agrião, manjericão, papoula, rúcula, salsinha entre outros. E a garantia de germinação é de 90%", diz Andrea. A empresa ainda trabalha com cooperativas de catadores, que recolhem o papel e o papelão utilizados para fabricar o material reciclado que carrega as sementes. 

Arnaldo Di Giuseppe, diretor da Ekobio, também investe em práticas sustentáveis. Antes de fundar a empresa, ele trabalhava com canetas pláticas e acompanhou a decadência do mercado com a entrada de produtos chineses no Brasil. Segundo ele, hoje, dois modelos de caneta da marca são biodegradáveis. "Produzimos essas canetas com uma resina extraída do amido do milho. E quando elas são descartadas, em condições ideais de umidade e calor,  se decompõe em apenas seis meses." No caso de canetas de plástico, a decomposição pode levar até 400 anos. "No início, eu não sabia se a ideia daria certo ou não, mas resolvi arriscar. E tivemos sucesso."


Fonte: Globo Rural


Fotos capturadas ao longo de 3 mil km resultam no livro "Nas águas do Velho Chico"

Foram sete anos de trabalho, 3,6 mil cliques fotográficos, cerca de 3 mil quilômetros percorridos - e o resultado é o livro Nas Águas do Velho Chico, do fotógrafo francês naturalizado brasileiro Alain Dhomé, uma obra recém-lançada que contém 180 páginas, 120 fotografias e textos em português e inglês que mostram personagens, paisagem, cultura, arquitetura e fatos históricos que acompanham o curso d’água do “Velho Chico” em cinco estados brasileiros.

As imagens foram capturadas durante viagens feitas por Dhomé da foz à nascente do São Francisco, seguindo os percursos do rio em Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. Antes de serem transformadas em livro, as fotografias foram expostas em Belo Horizonte, Brasília, Paris (França) e Bogotá (Colômbia). 

São registros que mostram o caminho que o descobridor daquelas águas exuberantes, o navegador italiano Américo Vespúcio, não fez e o que teria visto se as tivesse navegado. Por isso, explica o artista, traz uma proposta diferente, com narração que começa da foz, na fronteira de Alagoas com Sergipe, até a nascente na Serra da Canastra, em Minas Gerais.

Fotos e textos contam parte relevante da história do Brasil por meio das águas do “Velho Chico”, ressaltando a importância desse rio na conquista do solo brasileiro e como ele foi essencial para os desbravadores avançarem sertão adentro. Em diferentes nuances, a arte se mistura a fatos históricos e ao cotidiano do bravo povo ribeirinho.

Segundo Alain Dhomé, o livro, que foi viabilizado pela Lei Rouanet de Incentivo à Cultura com patrocínio da Cemig, busca mostrar a riqueza natural e cultural que surge a partir desse importante curso d’água e fazer um apelo para a conservação de um dos maiores símbolos do Brasil. 

“O povo brasileiro precisa conhecer melhor uma de suas maiores riquezas: o Rio São Francisco, considerado a coluna vertebral da conquista do território nacional. O livro é uma homenagem ao povo ribeirinho, que tanto ama o Velho Chico, e serve como um grande instrumento de educação e preservação do rio”, afirma Dhomé.
Os textos foram escritos por três estudiosos do assunto: Edilson Alkmim Cunha, professor, escritor, tradutor e lingüista da Universidade de Brasília (UnB) e da Universidade Católica de Brasília; Denílson Meireles Barbosa e Nôila Ferreira Alencar, professores e pesquisadores do Núcleo de História e Cultura Regional da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes).

Nuances ribeirinhas

As fotos coloridas privilegiam os aspectos étnico e antropológico da paisagem, exibindo trabalho, lazer, religiosidade e outras singularidades da população ribeirinha (incluindo indígenas), com direito a passagem pelo Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, entre Januária e Itacarambi, no Norte de Minas, repleto de cavernas, sítios arqueológicos e pinturas rupestres.

Nas águas do Velho Chico nasceu de convite lançado a Dhomé para que ele viajasse da nascente à foz do São Francisco, em 1999. Até 2008, ele fotografou os cinco estados banhados pelo rio, os últimos registros já em digital - ainda que, à época, preferisse trabalhar com o bom e velho filme. “Gostei muito das viagens porque tudo era diferente para mim”, recorda o fotógrafo, encantado por cidades do Norte mineiro como Manga, São Francisco, Pirapora e Januária, além do Vale do Peruaçu, que classifica como “uma maravilha”.

Fonte: Codevasf

Fixadas novas regras de captura de organismos aquáticos

Medida não autoriza a captura de organismos de listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção.


O Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA) estabeleceu critérios e procedimentos para concessão de autorização de captura de exemplares selvagens de organismos aquáticos. A medida, publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta quarta-feira (13), tem como objetivo constituir plantel de reprodutores em empreendimentos de aquicultura.

Com a decisão, fica facultado ao aquicultor capturar espécimes de organismos aquáticos para fins de formação de plantéis em empreendimentos de aquicultura. Para isso, ele depende da Autorização de Coleta, Captura e Transporte de Organismos Aquáticos Vivos, a ser expedida pela Secretaria de Monitoramento e Controle da Pesca e Aquicultura (SEMOC), do Ministério da Pesca e Aquicultura.


Caso o coletor não seja o próprio aquicultor, fica facultada a captura por funcionário vinculado ao quadro corporativo, o que será comprovado mediante a apresentação da Relação Anual de In- formações Sociais (RAIS).


A decisão ainda alerta que o MPA não autorizará a captura de organismos aquáticos vivos constantes de listas oficiais de espécies ameaçadas de extinção. Para saber mais sobre o procedimento para a autorização, confira a decisão completa no DOU.

Comercialização

Em outra portaria do Diário Oficial da União desta quarta (13), o Ministério da Pesca e Aquicultura tratou sobre a licença de empresa que comercializa organismos aquáticos vivos. A decisão estabelece normas e procedimentos para a  inscrição e licenciamento de pessoa física ou jurídica no Registro Geral da Atividade Pesqueira (RGP), na categoria de Empresa que comercializa organismos aquáticos vivos. 


A medida define a comercialização de organismos aquáticos para fins de ornamentação e de aquariofilia fora de estabelecimentos comerciais legalmente instituídos para esta finalidade, como feiras, eventos e exposições terá restrições. A prática somente poderá ser realizada com a comprovação de inscrição da pessoa jurídica ou física comparada à jurídica no Registro Geral da Atividade Pesqueira, na categoria de Empresa que Comercializa de Organismos Aquáticos Vivos. 


A licença para a comercialização será requerida junto à Superintendência Federal da Pesca e Aquicultura (SFPA), na unidade da Federação na qual se localiza o empreendimento. A decisão completa pode ser vista no DOU.



 Fonte: Portal Brasil