terça-feira, 22 de dezembro de 2015

ENERGIA FOTOVOLTAICA: Micro e minigeração mais atrativas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, no último dia 24, aprimoramentos na Resolução Normativa nº 482/2012, que deixam a micro e a minigeração ainda mais atrativas para o consumidor, com vigência a partir de 1º/3/16. O dispositivo regulatório criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo que o consumidor instale pequenos geradores (painéis solares fotovoltaicos e microturbinas eólicas, entre outros sistemas de fontes renováveis) em sua unidade consumidora e troque energia com a concessionária local, com objetivo de reduzir o valor da sua fatura de energia elétrica. A seguir as alterações positivas.

Aumento da potência: “microgeração distribuída” refere-se a até 75 KW de potência, e “minigeração distribuída” passa a ser aquela acima de 75 KW e menor ou igual a 5 MW (3 MW para fonte hídrica), em conexão à rede da concessionária. Prazo de compensação dos créditos passou de 36 para 60 meses (5 anos), podendo ser usados para abater o consumo do mesmo titular em outro imóvel, desde que na área da mesma concessionária (no caso, a Cemig): “autoconsumo remoto”.

Outra inovação:

Geração distribuída em condomínios (empreendimentos de múltiplos consumidores). A energia gerada pode ser repartida em percentuais definidos pelos próprios condôminos. Criada também a “geração compartilhada”. “Diversos interessados podem se unir em consórcio ou cooperativa, instalar micro ou minigeração distribuída e utilizar a energia para redução das faturas dos consorciados ou cooperados”, informou o deputado Gil Pereira (PP), presidente da Comissão de Minas e Energia da  Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

RESIDENCIAL, COMERCIAL E INDUSTRIAL

Além da geração centralizada de energia referente às usinas solares fotovoltaicas, também cresce rapidamente no Brasil o uso da denominada geração distribuída, por meio de sistemas de micro e minigeração: placas fotovoltaicas instaladas nos telhados e nas áreas de casas, prédios residenciais e condomínios, incluindo os comerciais e industriais. Explica-se: com o aumento das contas de luz no País, os usuários a cada dia interessam-se mais pela troca da energia tradicional pelas energias limpas, ou seja, de fontes renováveis e não poluentes.

A conta de energia elétrica tornou-se peso no orçamento das famílias e das empresas. Só em 2015, já ficou pelo menos 50% mais cara. Isso incentivou consumidores a produzirem a própria energia, cujo excedente pode ser injetado na rede da concessionária, para seu uso oportuno sob a forma de compensação futura: “O crédito pode ser agora usado em 5 anos, inclusive em outro endereço, caso esteja sob mesmo CPF ou CNPJ”, esclareceu o deputado Gil Pereira.

SIMPLIFICAÇÃO
 
Com relação aos procedimentos necessários para conectar sistemas de micro ou minigeração à rede da distribuidora, a Aneel estabeleceu regras para simplificar o caminho. Foram instituídos formulários padronizados para solicitação de acesso pelo consumidor.
O prazo total para a distribuidora conectar usinas de até 75 KW, que era de 82 dias, foi reduzido para 34 dias. Adicionalmente, a partir de janeiro de 2017, os consumidores poderão fazer a solicitação e acompanhar o andamento do seu pedido junto à concessionária pela internet.

Ao informar que acompanhará de perto a implantação das novas regras do Sistema de Compensação, a agência prevê que até 2024 cerca de 1,2 milhão de unidades consumidoras passem a produzir sua própria energia, totalizando 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Desde a publicação da REN n° 482 em 2012 até outubro deste ano, já foram instaladas 1.285 centrais geradoras, sendo 1.233 (96%) com a fonte solar fotovoltaica, 31 eólicas, 13 híbridas (solar/eólica), 6 movidas a biogás, 1 a biomassa e 1 hidráulica.



 

Pragas avançam com a seca e desafiam indústria do pequi

O brilho do fruto conhecido como ouro do cerrado depende, agora, da boa vontade de São Pedro. Há quatro anos sem chuva, o Norte de Minas sofre com a seca e os efeitos da estiagem sobre a exploração do pequi, típico do cerrado brasileiro. Fonte de renda para cerca de 5 mil famílias da região, a iguaria ganhou clientela no Brasil e no exterior, mas míngua no pé e, de acordo com os agricultores, aumenta o número de pragas na região. Na safra passada, entre novembro e fevereiro, muitos extrativistas perderam cerca de 60% da colheita em razão da crise hídrica. Entidades envolvidas na atividade e produtores pedem a ajuda de pesquisadores na investigação e no controle de doenças que comprometem a tradição do pequi mineiro.

Considerada exploração econômica ambientalmente sustentável, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a cultura do fruto tem importância socioeconômica em toda a cadeia de produção, da coleta, transporte, beneficiamento e comercialização ao consumo, tanto do fruto in natura quanto dos derivados. Em Minas Gerais, o fruto símbolo do cerrado é encontrado em maior quantidade na região de Montes Claros, Norte do estado, com destaque para o município de Janpovar. A espécie é protegida por lei em Goiás, mas, segundo a central de cooperativas de produtores Central do Cerrado, ela vem sendo dizimada, principalmente nas áreas de expansão agrícola.

“O nosso pequi tem aceitação muito boa. É nesta época do ano que saem daqui muitos caminhões com o fruto para Goiás, Bahia, São Paulo”, orgulha-se o agricultor e extrativista Aparecido Alves de Souza, presidente da Cooperativa Grande Sertão e da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária. A preocupação vem dobro neste ano devido ao desempenho já ruim da última safra. “Sofremos há quatro anos com a seca. A nossa colheita na última safra foi bem inferior, e, com certeza, há influência hídrica nisso. Em algumas cidades, como Januária, houve ataque de pragas, e não sabemos o que era, por isso, chamamos as universidades para nos ajudar”, conta.

O extrativista José Antônio Alves dos Santos, coordenador do Programa Pró Pequi de Montes Claros, estima perdas de 60% da colheita. Pesquisadores estudam, agora, o que ocorreu e o tipo de praga que atacou os pequizeiros. “Suspeitamos de que, em algumas cidades da região, foi o besouro que fez o estrago; noutras, o gafanhoto. Não temos certeza de nada”, comenta Santos.

FAMA Enquanto o problema está sendo analisado, o Norte de Minas se esforça para dar ainda mais fama à iguaria. “É um fruto que ainda está restrito a alguns locais, sendo mais comercializado regionalmente”, comenta a agrônoma e assessora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Adriana Santos Nascimento Pereira.

Entidades ligadas aos coletores da fruta traçam estratégias de divulgação para a iguaria em 2016. “É um fruto que, além de afrodisíaco, tem muita vitamina A e E, e acaba servindo como antianêmico”, destaca Adriana. Ela compara a fama do Pequi à do açaí, já conhecido Brasil afora. “Precisamos fazer com que o fruto do cerrado tenha a mesma força que aquele que veio da Amazônia, por isso a divulgação dele é tão importante”, diz.

Outra ação visa ao ingresso do pequi na merenda escolar do Norte de Minas. “O arroz com pequi pode ser um bom prato para as crianças do Norte e estamos trabalhando nisso”, diz Aparecido Alves de Souza. Ainda que preocupados com o que pode vir pela frente neste período de safra, extrativistas orgulham-se dos ganhos que têm com o pequi. Nesta época do ano, os produtores costumam apurar o maior rendimento. Não existem números precisos sobre a abrangência da coleta e comercialização do fruto. No Norte mineiro, há estimativas de que cerca de 5 mil famílias se dediquem à colheita da fruta.

“Não se trata de um dinheiro que dá para comprar um carro novo, mas é suficiente para a feira durante todo o ano. As minhas netas, por exemplo, ajudam na colheita e, com o que ganham, compram material escolar”, conta Santos.
As famílias ganham, em média, cerca de R$ 2 mil por safra. “Meu cunhado conseguiu, no ano passado, ganhar R$ 30 mil”, revela o coordenador do Programa Pró Pequi. Quando a safra está no começo, como agora, o preço da caixa contendo uma dúzia de frutos, com 25 quilos, é vendida a R$ 50. “À medida em que a safra vai aumentando, o valor diminui, podendo chegar a R$ 15 a caixa”, explica Santos.

Ouro do cerrado nos EUA e Japão

A colheita do pequi, feita à medida em que os frutos caem no chão, tornou-se fonte de trabalho para toda a família. Homens, mulheres e crianças se reúnem, algumas vezes acampando próximo aos pequizais, onde permanecem durante toda a safra. Em várias cidades do Norte de Minas, ocorrem festas da culinária regional para celebrar o fruto.

Antigamente, o pequi só era comercializado durante a safra, mas o período de curta duração deixava catadores sem a sua fonte de renda. A situação dos agricultores na entressafra preocupou pesquisadores do Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Surgiu, então, em 2006, um projeto voltado para o processamento agroindustrial da polpa de pequi e a fabricação de conservas.

Desde então, com a preparação do alimento em conserva (polpa e fruto inteiro), emergiu uma cadeia produtiva do pequi, que ganha outros derivados além das conservas. O consumidor pode apreciar também o molho, a farofa, o óleo, o licor, o doce e até o sorvete de pequi. O fruto compõe, ainda, o cardápio de pratos até então tradicionais. O apreciador pode se sentar em um restaurante e pedir, por exemplo, uma pizza, um crepe ou pasteizinhos de pequi.

EXPORTAÇÃO A polpa do fruto também ganhou outros paladares. Há produtores que já exportaram a iguaria para os Estados Unidos e a Itália. Para 2016, a expectativa é de que, em fevereiro, a delícia chegue ao Japão. “A nossa expectativa é de enviar 3 toneladas para lá”, revela José Antônio Alves dos Santos, coordenador do Programa Pró Pequi de Montes Claros Santos. Porém, a exportação para o outro lado do mundo vai depender das chuvas e do controle das pragas. (LE)




Produtos artesanais do Norte e Nordeste de Minas Gerais são comercializados na 26° Feira Nacional de Artesanato

Começou ontem a 26ª Feira Nacional de Artesanato, a mais importante do seguimento realizada na América Latina. Reunindo toda a expressão do “fazer artesanal”, o evento promove o encontro do produtor com o consumidor, sendo identificado como um projeto cultural, social, econômico e de capacitação e educação para ambos os públicos envolvidos: expositores artesãos e visitantes.
 
O Governo de Minas Gerais, por meio do sistema Sedinor/Idene (Programa Artesanato em Movimento), e da SEDE/Coordenação de Artesanato, em parceria com o SEBRAE/MG, participa deste evento em um espaço coletivo de comercialização, com uma área superior a  220m², onde os artesãos mineiros têm a oportunidade de comercializar seus produtos.
 
O diretor-geral do Idene, Ricardo Campo, esteve no local para prestigiar os artesãos e reafirmou o compromisso de promover o artesanato no Norte e nos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. “O nosso compromisso é criar oportunidades para que os artesãos comercializem seus produtos”, afirma Ricardo.
 
A expectativa é que durante o evento sejam comercializados cerca de R$ 500 mil em produtos, com vendas diretas. Para os artesãos, a feira se tornou uma grande geradora de negócios futuros, garantindo trabalho durante todo o ano.
 
Para o artesão André Rocha, da associação de artesãos “Capitania das Fibras”, do município de Capitão Enéas, as vendas deste ano devem ser melhores do que as do ano passado. “Para o primeiro dia de feira o movimento foi bom, já fizemos contato com lojistas importantes até de outros estados, para negócios futuros. Isso é muito bom”, ressalta o artesão.
 
Durante os seis dias de feira estarão presentes artesãos de 40 municípios da área de abrangência do sistema Sedinor/Idene. (Almenara, Araçuaí, Berilo, Bocaiúva, Capelinha, Caraí, Chapada do Norte, Cônego Marinho, Curvelo, Diamantina, Gouveia, Itinga, Janaúba, Januária, Minas Novas, Montes Claros, Padre Paraíso, Palmópolis, Salinas, Santana do Araçuaí, São Francisco, São João da Ponte, Teófilo Otoni, Turmalina, Veredinha, Manga, Itacarambi, Catuti, Matias Cardoso de Minas, Pai Pedro, Datas, Capitão Enéas, Botumirim, Taiobeiras, Presidente Kubsticheck, Grão Mogol, Jequitinhonha e Governador Valadares).
 
 
Fonte: Sedinor
 
 

quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Produção de limão no Jaíba em alta


Os investimentos nos tratos culturais, nas certificações e na qualidade dos limões estão trazendo bons resultados para os fruticultores da Associação dos Produtores de Limão do Jaíba (Aslim), no Norte de Minas. Somente em 2015, a produção de limão na região ficará cerca de 30% maior, quando comparado com o ano anterior. Os bons resultados servem de base para novos projetos de investimentos, como a ampliação do galpão exportador e no projeto futuro de uma agroindústria para a produção de óleo essencial.

“Queremos expandir nossa atuação no mercado internacional, por isso vamos investir na ampliação do galpão. Para o futuro, nosso sonho é a construção de uma indústria para a fabricação de óleo essencial, produto que é muito utilizado na produção de cosméticos. É mais uma forma de agregar valor à nossa produção e aproveitar as frutas que são descartadas quando a qualidade não atende nossos padrões ou quando temos uma supersafra”, explica o presidente da Aslim, Randolfo Diniz Rabelo Rabelo.

Em relação ao mercado, os preços pagos pelo limão ao longo desde ano têm sido remunerativos. A lucratividade se deve à menor oferta do produto no mercado nacional, o que foi provocado pela redução da participação de pequenos produtores e doenças registradas nos pomares, principalmente de São Paulo.

“Os pequenos produtores ficaram desestimulados com os preços baixos pagos pelo limão até 2013 e com os gastos necessários para o combate de doenças, como a mancha negra, por isso, nos últimos anos, muitos abandonaram a produção. A redução do número de produtores em Minas Gerais e em São Paulo afetou a safra nacional, que está menor, fator que vem contribuindo para que os preços pagos pela fruta fiquem em patamares mais rentáveis”, ressalta.

Apesar da redução dos pequenos produtores na atividade, a produção de limão na Aslim deve encerrar o ano com alta de 30%, o que vem sendo alcançado pelos tratos culturais adequados e o uso da irrigação, tecnologia que minimizou os efeitos provocados pela estiagem prolongada. Somente neste ano a expectativa é colher entre 11 mil e 12 mil toneladas de limão.

Demanda

Outro fator que vem estimulando os preços é a demanda crescente do mercado mundial pelo limão produzido em Minas Gerais, isso pela associação investir na certificação da fruta. A Aslim conquistou nos últimos anos a certificação Internacional Global Gap (Eurepgap 2006), que é renovado todo ano, e a Ethical certificação de responsabilidade social. A expectativa é, em breve, conquistar também a Fairtrade (Comércio Justo).

De acordo com Rabelo, as exportações mineiras são crescentes e feitas pelas trades instaladas em Minas Gerais e São Paulo. O representante da Aslim estima que da produção total da associação entre 37% e 38% têm como destino o mercado internacional. A fruta embarcada possui qualidade diferenciada e atende a mercados mais exigentes como a Europa e o Oriente Médio.

A exportação é uma opção mais lucrativa e também uma forma de manter a oferta no mercado interno mais equilibrada. Por exigir uma qualidade superior, o mercado internacional paga até 70% a mais pelo limão”.

Uma expansão mais significativa nos embarques esbarra em antigos gargalos, como a infraestrutura precária do País, a má conservação das rodovias e a falta de investimentos em novas rotas para facilitar o escoamento da produção até os portos. Além disso, por ser um produto perecível, os custos com os embarques são mais altos, assim como o risco da atividade.

Exportação garante boa rentabilidade

Apesar de todos os desafios, para o produtor de limão e associado da Aslim (Associação dos Produtores de Limão do Jaíba), no Norte de Minas, Darcy da Silveira Glória, exportar o fruto é uma importante opção para garantir rentabilidade e manter os investimentos na produção. “O preço recebido na exportação é um incentivo para o produtor investir na qualidade. Em média, a produção que atende aos altos padrões de qualidade varia entre 30% a 35% do total e quem exporta melhora a rentabilidade na média anual”.

Ainda segundo Silveira Glória, no atual momento de entressafra do limão, os preços praticados no mercado interno estão bem próximos aos praticados no mercado externo. Em novembro, o saco de 20 quilos de limão é negociado, em média, entre R$ 10 e R$ 12, quando se exporta o valor passa para R$ 14 a R$ 15 reais.

“A exportação é importante para a composição do preço médio anual. No período de safra, quando a oferta local é bem maior que a demanda, os preços pagos ao produtor, em muitos casos, não compensam a colheita e parte do limão é deixada no campo. Neste mesmo período, continuamos a receber até R$ 15 pela exportação de 20 quilos de limão”, disse Silveira Glória.

Fonte: FAEMG

Seca volta a provocar êxodo rural

Após um outubro completamente seco, com o registro de apenas 3.2mm, quando a média pluviométrica para o mês é de 110.5mm, poderá voltar a chover em Montes Claros já a partir desta semana, se as previsões se concretizarem. Comandadas pelo forte efeito do fenômeno El Niño, as mudanças climáticas vêm dando, na linguagem esportiva, um verdadeiro “baile” nos meteorologistas, que fazem seguidas previsões e depois voltam atrás após novas rodadas de pesquisas. Entretanto, a população reza e torce para que desta vez os institutos acertem e o município e todo o semiárido mineiro seja contemplado com as dadivosas precipitações pluviométricas. O Norte de Minas caminha para o quarto ano seguido de estiagem.

 


Por causa da seca, 126 municípios, 73 dos quais do Norte do Estado, estão com decretos de situação de emergência em vigor na Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG). O quadro na região é de melancolia e, de acordo com o escritório regional da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) em Montes Claros, cerca de 90% dos rios e lagoas da região secaram ou estão comprometidos. No Relatório Sobre os Efeitos da Seca no Norte de Minas, divulgado no mês passado, mais de 120 mil famílias do meio rural estariam sem água ou sendo abastecidas, precariamente, por caminhões-pipas. Além disso, segundo a Emater, a seca estaria provocando migração em massa para outras regiões.

Os reflexos dos quatro anos de seca rigorosa foram observados na estimativa populacional feita pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) para este ano, com redução do número de habitantes de 15 municípios do Norte de Minas: Fruta de Leite, Gameleiras, Ibiracatu, Indaiabira, Jequitaí, Juvenília, Lagoa dos Patos, Manga, Mato Verde, Montalvânia, Monte Azul, Rubelita, Santa Cruz de Salinas, Santa Fé de Minas e São João da Ponte. Em Montes Claros, os impactos da longa estiagem podem ser verificados nos sacolões e até mesmo nos supermercados, com a falta de vários itens que eram produzidos nas lavouras do município, refletindo também nos preços de muitos produtos, que vêm de outras regiões.

Além disso, o quadro de tristeza pode ser observado em toda a região, em rios inteiros se transformando em cinturões de areia e lajedos. O Rio São Lamberto, em Montes Claros, mais parece uma pista de rali, com “costelas” de lajedos ao longo de seu percurso. “Com 59 anos de idade e há muitos morando aqui, é a primeira vez que vejo este rio seco”, conta o produtor rural João Reis, que tem um sítio na comunidade de Monte Sião. Outro rio que está quase que completamente seco é o Pacuí, que nasce em Montes Claros e deságua no Rio São Francisco, a 150 quilômetros. Para a Emater, esta já é a pior seca dos últimos 80 anos e, mesmo que venha chover bastante nos próximos meses, os impactos ainda serão sentidos por muitos anos.

CHUVAS À VISTA

Outros grandes rios do Norte de Minas também estão virando desertos, entre eles o Jequitaí e o Verde Grande, importantes afluentes do Rio São Francisco. A esperança da população do semiárido é que venha a chover bem a partir deste mês, cuja média pluviométrica histórica é de 211mm. A Somar Meteorologia está prevendo 52mm paras os próximos dias, a começar por 2mm para esta quarta-feira, 3mm para sábado, 11mm no domingo, 14mm no dia seguinte, 12mm na terça-feira e 10mm na quarta. Já o Climatempo está prevendo 35mm de chuvas a partir do próximo sábado. O instituto divulgou, inclusive, as possibilidades de chuvas para Montes Claros: 76% de chance de chover 5mm no sábado (14), 94% de chance de chover 4mm no domingo, 6% de chover 7mm no dia seguinte, 80% de chover 9mm na terça-feira e 60% de chance de chover 10mm no dia 19.

Segundo a meteorologista Josélia Pegorim, do Climatempo, duas frentes frias importantes são esperadas para chegar ao Brasil dentro dos próximos 15 dias. A primeira deverá ter uma atuação forte sobre a região Sul, devendo causar mais temporais. Esta frente fria começa a atuar, de acordo com a especialista, nesta terça-feira (10). Já a segunda frente fria deverá avançar rapidamente sobre o Sul e Sudeste, a partir do dia 14, chegando ao Norte de Minas, Espírito Santo e à Bahia entre os dias 15 e 16. Entretanto, o calor deverá continuar incomodando a população nos próximos dias em Montes Claros. A temperatura máxima deverá oscilar entre 33ºC e 40ºC, a mínima entre 18ºC e 23ºC e a umidade relativa do ar entre 12% e 84%.

O calor aumentou na tarde de sexta-feira (6) em várias áreas do Norte de Minas Gerais e do Nordeste do País, quando a temperatura chegou a 40.3ºC em Montes Claros, com o registro de mínimas de 25.8ºC no sábado. No dia 5, sete cidades tiveram temperaturas máximas iguais ou maiores do que 40°C, mas na sexta-feira, 21 cidades ficaram com esta condição. A maior temperatura no País, na medição automática do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), foi Ibotirama, na Bahia, com 42,4°C. Esta temperatura está entre as 20 mais elevadas já registradas oficialmente no Brasil. Segundo o instituto, a maior temperatura no país até de 44,7°C e ocorreu em Bom Jesus do Piauí, em 21 de novembro de 2005.

MUNICÍPIOS DO NORTE DE MINAS EM SITUAÇÃO DE EMERGÊNCIA
 
Os municípios do Norte de Minas em situação de emergência são Bocaiúva, São João do Pacuí, Gameleiras, Ubaí, Francisco Dumont, Varzelândia, Januária, Olhos D’Água, Juvenília, Joaquim Felício, Ibiaí, São João da Ponte, Rio Pardo de Minas, Espinosa, Jequitaí, Indaiabira, Itacarambi, Montezuma, Serranópolis de Minas, Japonvar, Mato Verde, Josenópolis, Curral de Dentro, Cônego Marinho, São João da Lagoa, Pirapora, São João das Missões, Botumirim, Bonito de Minas, Santa Fé de Minas, Brasília de Minas, São Francisco, Chapada Gaúcha, Ponto Chique, Capitão Enéas, Santa Cruz de Salinas, Taiobeiras, Luislândia, Ibiracatu, Águas Vermelhas, Vargem Grande do Rio Pardo, São João do Paraíso, Lontra, Padre Carvalho, Riacho dos Machados, Claro dos Poções, Lassance, Matias Cardoso, Grão-Mogol, Buritizeiro, Cristália, Coração de Jesus, Pedras de Maria da Cruz, Salinas, Riachinho, Engenheiro Navarro, Várzea da Palma, Catuti, Montes Claros, Ninheira, Itacambira, Divisa Alegre, Cachoeira de Pajeú, Pai Pedro, Juramento, Janaúba, Nova Porteirinha, Santa Fé de Minas e Berizal.


Fonte: Jornal de Noticias de Montes Claros


Sistema Sedinor/Idene se une ao Sebrae para promoção do artesanato mineiro

Com o objetivo de contribuir para reforçar a imagem e identidade do artesanato do Norte e Nordeste de Minas Gerais, o sistema Sedinor/Idene dará apoio à divulgação da 4ª edição do Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato. A intenção é identificar os empreendedores individuais, grupos de produção artesanal, micro e pequenas empresas, associações e cooperativas com potenciais para concorrerem à premiação. 
Nas três últimas edições, 19 mineiros foram premiados no Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato, num reconhecimento às melhores práticas de artesanato do país. Com a parceria firmada, o intuito é aumentar o número de participantes, em especial do Norte e Nordeste de Minas Gerais, já que a Secretaria possui uma relação direta com os artesãos da região, por meio do programa Artesanato em Movimento.

Conheça o prêmio Sebrae TOP 100

Tem o objetivo de promover o artesanato brasileiro e reconhecer as 100 unidades produtivas mais competitivas do país. Para participar, é preciso ser formalizado e ter um CNPJ, que pode ser próprio ou coletivo. Os candidatos devem enviar fotos de três produtos confeccionados na unidade de produção, uma foto das embalagens utilizadas e duas fotos do local da produção, totalizando seis fotos. Também devem preencher o questionário disponível no endereço eletrônico top100.sebrae.com.br. Os inscritos com as melhores pontuações passam para a fase seguinte e receberão a visita de consultores.

As 100 melhores unidades produtoras de artesanato serão escolhidas com base em 11 critérios: práticas de inovação, qualidade dos produtos, identidade e compromisso cultural, embalagem, condições de trabalho, sustentabilidade ambiental, organização da produção, adequação econômica dos produtos, práticas comerciais, responsabilidade social e planejamento e gestão.

A cerimônia de premiação acontecerá no Rio de Janeiro, em julho de 2016. Além do reconhecimento nacional, os 100 vencedores terão oportunidade de expor seus produtos em quatro eventos comerciais de expressão nacional.

Eles poderão ainda usar o selo "Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato - 4ª Edição" por até o fim de 2019 e divulgar seus trabalhos no catálogo do prêmio.

Em sua primeira edição, realizada em 2006, o Prêmio Sebrae TOP de Artesanato recebeu 585 inscrições. Na última edição, em 2011 foram 1.826 inscritos, sendo Minas Gerais o estado com o maior número de participantes, 141.

Inscrições para 4ª edição Prêmio Sebrae TOP 100 de Artesanato
Data: até 15 de dezembro de 2015


Fonte: Sedinor

segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Sudene garante semiárido e escritório

A inclusão dos 55 municípios do Grande Norte de Minas no semiárido brasileiro e a reativação do escritório da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) devem se tornar realidade em curto espaço de tempo. Pelo menos, foi o que deixou claro o superintendente da Sudene, João Paulo Lima, ao presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), César Emílio Lopes Oliveira, prefeito de Capitão Enéas, pelo PT, durante audiência ocorrida nessa terça-feira, no escritório da autarquia, em Brasília.
Durante a reunião, o superintendente garantiu ao presidente da Amams e aos representantes da Sedinor, Davidson Dantas; e da Adenor, Márcia Versiane, que já enviou para área técnica o projeto de reativação do escritório da autarquia, em Minas Gerais.

Sobre a inclusão dos 55 municípios do Norte de Minas no semiárido brasileiro, o superintendente da Sudene se comprometeu em colocar na pauta, na próxima reunião do Conselho Deliberativo (Condel) - o órgão máximo de articulação e decisões estratégicas da autarquia, responsável, além de outras atribuições, pelo estabelecimento de diretrizes e prioridades para o desenvolvimento de sua área de atuação.

A diretoria da Amams conseguiu, ainda, junto à Sudene, a realização de dois seminários, na sede da entidade, em Montes Claros, ainda neste ano, como parte das ações da autarquia no Nordeste e Norte de Minas; Energia Renovável - Os Desafios e as Dificuldades da Matriz Energética Regional; e a Apresentação de Políticas Públicas, com treinamento técnico dos gestores.

O presidente da Amams saiu confiante da reunião com o superintendente da Sudene. “Mostramos ao superintendente da Sudene que as dificuldades que o Nordeste enfrenta são as mesmas na parte Norte do Estado de Minas Gerais e, por isso, cobramos tratamento igual e diferenciado. Informamos que apesar da seca que assola a nossa região, ela tem potencial muito grande e se houver iniciativas por parte do Governo, através dos seus ministérios e secretarias, em pouco tempo mudaremos esta realidade”, comentou. César Emílio disse ainda, que a reunião foi importante, pois reaproxima o Norte de Minas da Sudene e poderá gerar futuramente grandes investimentos aos municípios da região.


Fonte: Jornal de Noticias


FAEMG destaca pujança da pecuária mineira


O IBGE divulgou nesta quinta-feira (8/10), os números da Produção da Pecuária Municipal (PPM) em 2014. O destaque, mais uma vez, é a liderança mineira na produção de leite, com mais de um quarto do total nacional e o maior rebanho leiteiro.  O estado é também líder em rebanho equino.
 
O analista de agronegócio e especialista em Pecuária da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Wallisson Lara Fonseca, destacou também a pecuária de corte, que vem em recuo nos dois últimos anos: “A oferta restrita de animais, devido à escassez hídrica no período, resultou no preço da arroba favorável. Isso tem motivado investimento dos produtores em tecnologia e incremento de produtividade”.
 
Ele destaca ainda o acréscimo da atividade de suinocultura; setor que também vinha em crise: “O recuo acabou fazendo com que a oferta se equilibrasse à demanda, favorecendo novamente os preços ao produtor e motivando novo acréscimo da atividade”.
 
Para Wallisson, o relatório revela ainda pontos de oportunidade. Um deles foi o crescimento expressivo (10%) da produção de ovos de codorna, revelando novos hábitos do consumidor. “Ou porque os preços elevados das carnes o forçaram a buscar proteínas alternativas para substituir na cesta de produtos, ou mesmo porque caíram no gosto do consumidor, esse crescimento aponta uma tendência interessante para a atividade”.
 
Outra oportunidade que ele destaque é o segmento da aquicultura, que apesar da crise, tem crescido rapidamente e já está atraindo a atenção dos produtores mineiros. Prova disso tem sido a grande procura pelos cursos do Senar Minas sobre o assunto. Só em 2014 foram 53 treinamentos em diversos temas da atividade: “O ciclo curto de produção de pescados torna a atividade interessante entre os de produção de proteína animal. E voltando a regularidade das chuvas, podemos tirar ainda mais proveito das nossas bacias hídricas, que têm potencial muito interessante”.
 
 
Pecuária Leiteira
 
Minas Gerais é o maior produtor nacional de leite com a produção de 9.367.470 mil litros de leite produzido em 2014, 0,6% a mais que no ano anterior.
A produtividade média no Estado aumentou novamente em 1,4% passando de 1.591 para 1.613 litros/vaca/ano, de 2013 para 2014.
No Brasil, o aumento da produtividade foi em torno de 2,2%, puxada pelos estados da região Sul. Apesar disso, a média estadual continua maior que a nacional (1.525 litros/vaca/ano). O valor da produção de leite no Estado aumentou 0,7%, graças ao acréscimo na produção, uma vez que o preço unitário permaneceu praticamente estável (R$ 0,99).
 
Rebanho Bovino
 
O Estado mantém o segundo rebanho bovino do Brasil, com 23.707.042 cabeças, número 2,4% inferior ao de 2013.
 
Suínos
 
O rebanho suíno, Minas Gerais ocupa a 4º colocação, sendo Uberlândia o maior produtor nacional, Urucânia o 10º, Jequeri o 15º e Patos de Minas o 19º. O total de suínos apresentou acréscimo de 2,8%, puxado pelo aumento do efetivo em Jequeri, na Zona da Mata, Pará de Minas na região Central e Monte Alegre de Minas no Triângulo.
 
Ovos
 

Queda de 0,1% na produção de ovos de galinha e de 1,2 % no efetivo de galinhas no Estado, que caiu para o 4º lugar, sendo ultrapassado pelo Rio Grande do Sul.
 
O rebanho nacional de galináceos, Minas Gerais permaneceu como o 5º maior rebanho, sendo Uberlândia o 4º maior, São Sebastião do Oeste o 5º e Pará de Minas o 6º. Esse rebanho apresentou acréscimo de 5,2% indicando aumento da aptidão da avicultura de corte no Estado.
 
Codornas
 
Minas Gerais continuou na 3ª colocação no efetivo de codornas, com aumento de 3,8% em relação a 2013 e na 2ª posição na produção de ovos, com acréscimo de 10,6%.
 
Aquicultura
 

Apesar de Minas Gerais ser apenas o 10º colocado na produção de peixes da aqüicultura, destaca-se a produção de tilápia no Estado (5º maior produtor), sendo os municípios de Morada Nova de Minas e Felixlândia, banhados pela represa de Três Marias, os 11º e 20º maiores produtores nacionais, além da produção de truta (2º maio produtor, atrás de Santa Catarina) com os seguintes municípios na região da Serra da Mantiqueira entre os 20 maiores do Brasil: Sapucaí Mirim (2º), Camanducaia (3º), Delfim Moreira (4º), Bocaina de Minas (8º), Itamonte (14º), Aiuruoca (15º) e Baependi (18º).
 
Mel
 
A produção de mel de abelha no Estado também apresentou acréscimo considerável (15,5%), mantendo o Estado na 4ª produção nacional.


Fonte: FAEMG


Afluentes do Rio São Francisco secam pela primeira vez

Como feridas abertas no mapa de Minas, a seca avança por importantes bacias hidrográficas do estado. Assolados pela estiagem, afluentes da Bacia do São Francisco, no Norte do estado, estão vendo suas águas sumirem devido a longos períodos sem chuva, mas também por intensa exploração humana, representada por captações irregulares para irrigação, perfuração descontrolada de poços artesianos, que sugam o lençol freático, e avanço do desmatamento. Em um dos mais preocupantes episódios desse quadro desolador, foi o Rio Jequitaí que se rendeu. O manancial teve o curso interrompido pela primeira vez na história, no trecho próximo ao povoado de Buriti Grande, município de Francisco Dumont. Assim como ele, muitos rios já não conseguem correr pelas terras áridas do Norte de Minas. É o caso do Pacuí, que faz parte da mesma bacia do Jequitaí e está interrompido desde a nascente até o município de Pentáurea.

Na rede de afluentes do São Francisco, também pedem socorro os rios Guavinipã, São Domingos, Juramento e o Córrego do Onça (veja quadro). De acordo com o técnico em Meio Ambiente e Recursos Hídricos José Ponciano Neto, do Departamento Norte da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a situação dos mananciais já compromete o abastecimento nas cidades que dependem da captação no curso d’água, como Montes Claros, Bocaiuva, Francisco Sá e Guaraciama.
 
O problema histórico da falta d’água na região está ainda pior nesta temporada de estiagem, segundo Ponciano. “Apesar de ser reflexo de períodos de seca prolongada, a ação cada vez mais predatória de fazendeiros e da população em geral alterou muito a quantidade de água dos rios”, afirma, referindo-se à exploração irregular com bombas de captação direta e a perfurações sem critérios técnicos e sem licença.

A expansão do desmatamento para abertura de áreas de plantio de eucalipto, geralmente irrigadas com água retirada desses cursos d’água, também é apontada pelo técnico como fator contribuinte para o sumiço dos rios. Ele lembra ainda que o problema já chegou a veredas, consideradas intocáveis até então. As formações que funcionam como áreas de drenagem, sustentando o lençol freático que “brota” do chão, também estão secando.

Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Jequitaí e Pacuí, Robson Rafael Andrade afirma que vários órgãos ambientais já foram acionados para tomada de providências sobre a situação de exploração da vegetação e de rios, mas nenhuma medida efetiva foi adotada. Ele alerta que os impactos desse conduta predatória podem ser devastadores e que, a curto prazo, a população e a fauna já vêm sendo fortemente afetados. A Barragem do Córrego do Onça, por exemplo, está com o menor nível da história (20%).

“Se não chover uma quantidade razoável em três semanas, para chegar a pelo menos a 30%, o abastecimento será cortado em Bocaiuva e Guaraciama”, alerta Robson Andrade. Mas, segundo ele, a previsão é que comece a chover na região apenas a partir de janeiro. Tanto ele quanto técnicos da Copasa garantem que aves típicas de áreas de veredas, como periquitos, tucanos e araras, estão migrando para outros locais no Norte de Minas à procura de alimento. Robson destacou ainda os baixos níveis que vêm sendo registrados no próprio Rio São Francisco, onde bancos de areia estão expostos e a água está cada vez mais escassa, como ocorre em Pirapora.

Desastre

Integrante do movimento recém-criado SOS Serra do Cabral, no Norte de Minas, o advogado Adriano Borem alerta que o quadro de exploração pode resultar em um desastre ecológico irreparável. “Há povoados que estão sem água para consumo humano devido a esses crimes ambientais”, diz. Segundo ele, denúncia de exploração irregular da água e desmatamento já foi protocolada no Ministério Público do Estado de Minas Gerais em 2012. “Ainda assim, os crimes são permanentes”, afirma. A Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente da Bacia do São Francisco foi procurada para se posicionar sobre o assunto, mas nenhum representante foi localizado.

O governo do estado confirma que o período de estiagem tem se agravado no Norte de Minas, e que medidas vêm sendo adotadas para lidar com o problema. Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste (Sedinor), nova etapa do programa Água para Todos teve início em setembro, em parceria com o governo federal. A ação conjunta visa a construção de 962 pequenas barragens, que vão beneficiar famílias de 151 municípios. O principal objetivo é a irrigação de pequenos cultivos e a dessedentação de animais, amenizando os efeitos da falta d’água que podem resultar na morte de rebanhos inteiros.

Outra iniciativa dentro do programa é a instalação de cisternas de placa e de polietileno, barraginhas, barreiros e sistemas coletivos de abastecimento de água, com meta de dar acesso à água para consumo humano e para a produção agrícola em áreas rurais. Água potável também está sendo distribuída em caminhões-pipa no Vale do Jequitinhonha e Norte mineiro. A expectativa é de que a operação emergencial da Defesa Civil abasteça mais de 900 localidades atingidas pela estiagem.


Fonte: Jornal Estado de Minas


Projeto apoia 400 agroextrativistas de Minas

Duzentas famílias beneficiadas, 20 mil mudas produzidas e plantadas, 400 agroextrativistas capacitados e 50 sistemas agroflorestais implantados. Estes são os números do projeto “Fortalecendo estratégias de adaptação às mudanças climáticas junto a comunidades agroextrativistas no Cerrado no norte de Minas Gerais”. A iniciativa é desenvolvida pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima).

Iniciado em janeiro de 2013, os recursos de R$ 313 mil do convênio foram investidos no fortalecimento de atividades agroextrativistas em comunidades de 11 municípios do norte de Minas Gerais, que vivem da produção e comercialização de espécies nativas como a castanha de baru, pequi, jatobá, coco vassoura e favela (planta espinhosa e resistente, comum nos biomas Cerrado e Caatinga).


Foram contemplados os seguintes municípios: Várzea da Palma, Ponto Xique, Buritizeiro, Lassance, Ibiaí, Jequitaí, Januária, Chapada Gaúcha, São Francisco, Pirapora e Urucuia (MG). O público faz parte da Rede de Comercialização Solidária e o projeto foi desenhado a partir de experiências de organização sócio- produtiva já realizadas pela Rede, com o objetivo de incentivar e promover a difusão de boas práticas agroecológicas.

Segundo o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Carlos Guedes de Guedes, as ações do projeto valorizam o conhecimento tradicional e possibilitam a agregação de valor.
 
PARCERIA

O Cedac, fundado em 2000, trabalha desde o início em parceria com a Rede e é uma associação que tem como objetivos principais assessorar e apoiar estratégias de desenvolvimento territorial baseado nos princípios da agroecologia e notório saber das populações agroextrativistas, visando a conservação da sociobiodiversidade.

Já a Rede de Comercialização Solidária foi criada em 2001 com apenas seis comunidades. Atualmente, reúne 300 comunidades rurais de agricultores familiares, extrativistas, pescadores, vazanteiros e quilombolas, que se organizam em núcleos comunitários. A partir de dinâmicas comunitárias, a Rede organiza a produção sustentável até a comercialização coletiva dos produtos.

Alguns deles, industrializados, são comercializados com a marca Empório do Cerrado e distribuídos inclusive em merendas de escolas locais. Em 2014, o Cedac teve sua Certificação Orgânica Participativa (COP) reconhecida pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que permitirá a inclusão do selo de orgânico em alguns desses produtos.

RESULTADOS

Prestes a ser finalizado, o projeto do Cedac vem apresentando resultados positivos. Foram realizados vários mutirões comunitários; construídas unidades demonstrativas de 5 mil m2 para produção de lenha para autoconsumo na forma de sistemas agroflorestais, pois a maioria das famílias ainda utiliza fogão a lenha e necessita de reposição deste material; e implantadas inúmeras áreas de monitoramento de coco azedo e favela.

Além disso, foram feitas algumas benfeitorias: o enriquecimento de quintais comunitários com o plantio de, até o momento, cinco mil mudas de baru; o aperfeiçoamento de processos produtivos com a planta favela; e a organização da cadeia produtiva do pequi, desde o seu manejo até a comercialização solidária.
“Dentre os resultados obtidos destacamos a ampliação da base de produção e manejo de produtos da sociobiodiversidade no Cerrado em áreas suscetíveis à desertificação”, afirmou Alessandra da Silva, coordenadora técnica do Cedac.

Alessandra explica ainda que o projeto tem ações voltadas para pesquisa participativa, de forma demonstrativa, de espécies que são tradicionalmente manejadas de maneira predatória, o que tem um impacto negativo para o meio ambiente, aproveitando para mostrar aos agroextrativistas a melhor forma de manejo e beneficiamento do produto.

FUNDO CLIMA

O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) foi criado pela Lei n° 12.114/2009 e regulamentado pelo Decreto n° 7.343/2010. É instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei n° 12.187/2009, que tem por finalidade financiar projetos, estudos e empreendimentos que visem à mitigação (ou seja, à redução dos impactos) da mudança do clima e à adaptação a seus efeitos.

É vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e disponibiliza recursos em duas modalidades: reembolsável e não-reembolsável. Os recursos reembolsáveis são administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os recursos não-reembolsáveis são operados pelo MMA.




sexta-feira, 18 de setembro de 2015

MG terá R$ 4,4 bilhões para financiar a agricultura familiar

A destinação de R$ 4,4 bilhões em crédito rural para a agricultura familiar em Minas Gerais foi anunciada, no dia 19/8/15, durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016, ocorrido no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A solenidade foi acompanhada por centenas de representantes de movimentos sociais, que lotaram o Plenário e a área externa da ALMG, além de diversas autoridades estaduais e federais.

Comandando a Reunião Especial de Plenário, o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), recepcionou as autoridades presentes, entre elas o governador Fernando Pimentel, o ministro de Estado de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Onaur Ruano.

Na solenidade, o secretário informou que o montante de R$ 4,4 bilhões é 57% maior do que o contratado na safra passada (R$ 2,8 bilhões). Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, esses recursos são destinados ao custeio e investimento de pequenas propriedades rurais mineiras. “Isso significa a possibilidade de grande ampliação no número de contratos, resultando em mais de 206 mil em Minas”, informou Onaur Ruano.

“O carro-chefe de todos os Planos Safra é o anúncio do volume de recursos para financiamento da agricultura familiar, e o crédito para 2015/2016 em todo o País é de R$ 28,9 bilhões”, afirmou Ruano, lembrando que estão sendo comemorados os 20 anos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Ele disse que esse montante é 20% maior em relação aos recursos destinados à safra anterior e que houve a manutenção das taxas de juros para elas ficassem abaixo da inflação - entre 0,5% e 5,5% ao ano.

Ruano informou que, em Minas Gerais, existem 401 mil famílias que têm a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), instrumento que permite o acesso ao crédito rural do Governo Federal. Ele também disse que o atual Plano Safra alterou o seguro de agricultura familiar, ampliando a proteção à expectativa de renda do agricultor. Também informou que 16 mil famílias em Minas Gerais são atendidas pela política de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), com execução de R$ 62,9 milhões.

No inicío da solenidade, o autor do requerimento para a Reunião Especial, deputado Rogério Correia (PT), destacou a importância do lançamento do Plano Safra, que ele espera que possa trazer mais avanços na agricultura. Ele destacou a presença dos movimentos sociais no Plenário da ALMG, ao lado do governador Fernando Pimentel e do ministro Patrus Ananias.

Ministro e governador destacam importância da agricultura familiar

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ressaltou que o Governo Federal está lançando o Plano Safra em todos os Estados. Ele reforçou o compromisso de que os espaços da agricultura familiar possam não apenas produzir alimentos, mas que sejam também espaços de vida. E disse esperar que nesse segmento estejam presentes políticas públicas de educação, cultura, saúde, moradia, saneamento, entre outras.

Segundo Patrus Ananias, o Ministério o Desenvolvimento Agrário trabalha pelo fortalecimento da agricultura familiar, e o desafio é fazer a reforma agrária. Nesse sentido, informou que já encaminhou à presidente Dilma Roussef a sua proposta de reforma agrária. “Já assentamos 10 mil famílias nesses primeiros meses, mas nosso objetivo é que no final do governo Dilma não exista mais nenhuma família vivendo debaixo da lona no Brasil”, afirmou.

O governador Fernando Pimentel lembrou que os agricultores familiares são responsáveis por 70% dos alimentos consumidos no País e que seu objetivo é trabalhar próximo a esse e outros setores desassistidos. “Queremos transformar o Estado em território de desenvolvimento sustentável e harmônico, com espaço para todos”, disse.

Diminuição da pobreza - O presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes, também saudou a presença dos movimentos sociais na ALMG e agradeceu ao governador a deferência em lançar o Plano Safra na ALMG. Ele disse que o atual governo ouve para a governar e destacou a independência e a harmonia entre os Poderes. E finalizou reforçando as palavras do ministro Patrus Ananias de que o Plano Safra representa também a agroecologia, o desenvolvimento do plantio, os mananciais resguardados e a diminuição da pobreza.

Movimentos sociais cobram mais políticas públicas 


“Comemoramos os R$ 28,9 bilhões do Plano Safra, mas em relação ao agronegócio, estamos muito atrás”, lembrou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva. Ele defendeu a adoção de políticas públicas no meio rural para manter as estruturas familiares, com a mulher e o jovem no campo, e registrou o trabalho da agricultura familiar para a soberania da alimentação no Brasil.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Ercílio Broch, também reforçou a importância da agricultura familiar para a segurança alimentar e o desenvolvimento do setor. Já o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sílvio Cardoso Netto, defendeu as políticas públicas no setor, mas ressaltou que não é possível avançar sem acesso à terra, para que as pessoas possam produzir e viver com dignidade.

O vice-presidente da Fetaemg, Eduardo José de Almeida, saudou a presença do governo e de representantes sociais na mesma mesa e disse que sempre reivindicará políticas diferenciadas, principalmente as de acesso à terra.

Reforma agrária - Durante a solenidade, foi assinado o contrato de doação pela União, ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de imóvel situado na Fazenda Jacaré, em Bocaiuva (Norte de Minas). Também foi entregue a cooperativas e associações o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf).


Fonte: ALMG

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Minas se firma como polo gerador de energia solar


Embora a fonte solar represente apenas 0,01% da matriz energética de Minas Gerais, responsável por 1,4 megawatt, o Estado se prepara para se tornar polo fotovoltaico nacional. Nos próximos anos, a espanhola Solatio Energy vai investir R$ 1,1 bilhão em Minas na construção de oito parques solares, localizados em Vazante, na região Noroeste de Minas, e em Pirapora, no Norte do Estado. Juntos, eles vão somar 240 MW de potência instalada. 

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Minas Gerais, Altamir Rôso, os cinco parques que serão implantados em Pirapora serão explorados durante 20 anos e, nesse período, irão faturar R$ 2,2 bilhões. "Teremos outro leilão solar em 14 de novembro e certamente Minas Gerais vai atrair outros empreendimentos. O Estado possui intensa incidência solar", afirma o secretário.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também contribui para colocar o Estado no mapa fotovoltaico nacional, mas quer ampliar a participação nesse tipo de fonte energética. Em Belo Horizonte, a empresa possui uma usina de 1,42MW no estádio Mineirão. A energia gerada é suficiente para abastecer 900 residências e é injetada na rede da Cemig.

Parceria

Já por meio da subsidiária Renova, braço de energias renováveis da estatal mineira, ela acaba de firmar uma parceria com a SunEdison, norte-americana que detém tecnologia de ponta em energia solar.

Juntas, elas venceram certame federal específico para energia fotovoltaica realizado na semana passada. O objetivo é operar dois parques que somarão 59,67 MW na Bahia, com entrega prevista para 1º de agosto de 2017.

"Esse acordo vai permitir que a empresa do grupo Cemig se mantenha na liderança do setor de renováveis, no qual já opera o maior parque eólico da América Latina, passando também a atuar na energia fotovoltaica a preços competitivos internacionalmente", disse, a estatal, por nota.

Fábricas de placas

Na última entrevista concedida na sede da Cemig, no início de agosto, o superintendente de Comunicação Institucional da companhia, Luiz Fernando Rolla, afirmou que a concessionária vai participar de todos os leilões realizados até o fim do ano. Trazer para Minas Gerais uma fazenda solar é uma das intenções da empresa.

Ele afirmou, ainda, que há a expectativa de que uma fábrica de placas seja instalada em Minas. Para isso, no entanto, há a necessidade de um parceiro. "Em cinco anos a energia solar será a mais competitiva", observou.
Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado, a instalação das fazendas solares no Estado faz com que a cadeia produtiva do setor venha a reboque. Altamir Rôso ressalta que algumas fábricas de placas solares já entraram em contato com ele, manifestando interesse em se instalar em Minas.
O secretário não confirma, mas fontes do mercado afirmam que a Canadian, responsável por fornecer painéis para a Solatio, é uma das companhias interessadas em fincar os pés por aqui.

Reflexo positivo

Na avaliação do consultor de energia e membro do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Roberto D'Araújo, a instalação de empresas de placas fotovoltaicas pode, no futuro, reduzir o valor do produto em solo nacional e acabar com o principal entrave da geração distribuída: o alto custo.

Vale lembrar que na geração distribuída o consumidor produz a própria energia e injeta o excedente na rede. No fim do mês há um encontro de contas e o cliente paga o que foi consumido da concessionária.

"O Brasil está muito atrasado quando o assunto é geração fotovoltaica. Basta ver a Alemanha, que possui incidência solar inferior à nossa, mas a geração é maior", diz. Ainda de acordo com D'Araújo, investir nessa fonte é fundamental para que o país dê um salto em tecnologia energética.

Empresa desenvolve em Belo Horizonte nova geração de células para captar a luz do sol

Uma nova geração de células orgânicas está em produção em escala comercial pela Csem Brasil em Belo Horizonte. A tecnologia, que capta a luz do sol para gerar energia, é desenvolvida em grandes volumes apenas em Minas Gerais, Alemanha e Japão. Reduzir o consumo de combustível dos veículos e abastecer residências está entre as aplicações do produto.

O ineditismo do filme orgânico chama a atenção. Como reflexo, a expectativa do CEO da Csem Brasil, Tiago Maranhão, é a de que nos próximos cinco anos o faturamento da Sunew, empresa criada para comercializar placas solares, finas e modernas, seja de centenas de milhões de reais. O produto já foi vendido para diversos clientes, mas os nomes são mantidos em sigilo.

Enquanto as placas de silício são duras, pesadas e grandes, o filme orgânico é flexível, leve, transparente e pode ser produzido por meio de impressão. Ou seja, as placas orgânicas chegam onde o silício não vai.

Atualmente, de acordo com o CEO, a capacidade produtiva da Csem Brasil chega a 400 mil metros quadrados por ano.

Aplicações

Com o produto, é possível revestir prédios, cobrir veículos e revestir mobiliários urbanos. Tudo isso, sem interferir no visual da cidade. "As placas são transparentes, por isso, não há impacto", diz Maranhão.

Conforme afirma o CEO da Csem Brasil, uma parceria com a montadora Fiat foi fechada. A partir dela, no futuro será possível utilizar as placas para substituir o alternador e aliviar o motor. O objetivo é economizar combustível. "O mercado automobilístico é muito competitivo. Reduzir o consumo de combustível será um grande diferencial", afirma.

Urbano

No caso do mobiliário urbano, o destaque vai para as praças, pontos de ônibus e demais locais públicos de grande concentração. "Podemos utilizar as placas para gerar energia para que as pessoas recarreguem o celular ou, até mesmo, para que os postes fiquem acessos. É a cidade do futuro se tornando realidade".

Em estruturas flutuantes, como embarcações, também é possível aplicar as faixas de geração solar. Principalmente em reservatórios de hidrelétricas e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Assim, as fontes se complementam.

Minas no foco

Ele destaca a participação de Minas Gerais no desenvolvimento do produto. "As pessoas não sabem, mas temos, aqui no Estado, o que há de mais tecnológico em placas solares em Belo Horizonte. E foi tudo desenvolvido por nós mesmos", ressalta.

Pelo menos 50 pessoas de 10 nacionalidades diferentes trabalham no laboratório, instalado na Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Inicialmente, a Csem Brasil recebeu cerca de R$ 100 milhões em investimentos.


Fonte: Jornal Hoje Em Dia


Trabalho da Ruralminas garante acesso à água para mais de 1.700 famílias no Norte de Minas


A Ruralminas, por meio do Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água – Água Para Todos, Alimentação Familiar, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene), realiza ações que visam garantir o acesso à água para 24 municípios no Norte mineiro. No total, serão 1.736 famílias beneficiadas. 

Os produtores rurais das localidades escolhidas são beneficiados com um kit contendo dez barragens de captação de água de chuva, uma cisterna e um tanque para criação de peixes. Através da construção da barragem, o lençol freático é alimentado favorecendo o aparecimento de água na cisterna que será usada para encher o tanque de criação de peixes e para o uso pessoal das famílias.

As famílias beneficiadas pelo programa são indicadas pelos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) de cada município. De acordo com o Técnico Ambiental da Ruralminas, Frederico Borges, esse trabalho também contribui para a diminuição do êxodo rural. “Essas ações valorizam solo para o plantio e incentivam a permanência das famílias no campo. O abastecimento também é uma conquista muito importante para as comunidades, já que o abastecimento era realizado através de caminhões pipa”, afirma.

Os produtores rurais que comemoram a implantação do programa Água Para Todos, que favorece a plantação de alimentos, gera água para consumo próprio e para criação de peixes. Esse é o caso da senhora Lina Oliveira, moradora da comunidade de Pesqueiro, no município de Gameleira. Para ela as melhorias foram muito gratificantes. “Por aqui está todo mundo feliz. Melhorou demais. Nós sonhamos com isso e agora podemos ver com nossos olhos. Antes era muito sofrimento. Eu precisava andar mais de 300 metros para buscar água para beber. Lavava roupa na bacia. Hoje tenho água dentro de casa e um peixinho para fazer a hora que quiser”, narra.

Em Gameleira foram construídas 310 bacias de captação de água de chuva, 31 tanques para criação de peixes e 31 cisternas. Mais de 30 famílias foram beneficiadas. A previsão é que os trabalhos nos 24 municípios do Norte de Minas seja concluído em março de 2016.

Os 24 municípios beneficiados são: São João da Ponte, Patis, Lontra, Pedras de Maria da Cruz, Bonito de Minas, Januária, Cônego Marinho, Itacarambi, Miravânia, Jaíba, Verdelândia, Nova Porteirinha, Riacho dos Machados, Matias Cardoso, Juvenília, Montalvânia, São João das Missões, Espinosa, Mamonas, Mato Verde, Rio Pardo de Minas, Pai Pedro, Catuti e Gameleiras.


Fonte: Agências Minas