segunda-feira, 19 de outubro de 2015

Sudene garante semiárido e escritório

A inclusão dos 55 municípios do Grande Norte de Minas no semiárido brasileiro e a reativação do escritório da Superintendência de Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) devem se tornar realidade em curto espaço de tempo. Pelo menos, foi o que deixou claro o superintendente da Sudene, João Paulo Lima, ao presidente da Associação dos Municípios da Área Mineira da Sudene (Amams), César Emílio Lopes Oliveira, prefeito de Capitão Enéas, pelo PT, durante audiência ocorrida nessa terça-feira, no escritório da autarquia, em Brasília.
Durante a reunião, o superintendente garantiu ao presidente da Amams e aos representantes da Sedinor, Davidson Dantas; e da Adenor, Márcia Versiane, que já enviou para área técnica o projeto de reativação do escritório da autarquia, em Minas Gerais.

Sobre a inclusão dos 55 municípios do Norte de Minas no semiárido brasileiro, o superintendente da Sudene se comprometeu em colocar na pauta, na próxima reunião do Conselho Deliberativo (Condel) - o órgão máximo de articulação e decisões estratégicas da autarquia, responsável, além de outras atribuições, pelo estabelecimento de diretrizes e prioridades para o desenvolvimento de sua área de atuação.

A diretoria da Amams conseguiu, ainda, junto à Sudene, a realização de dois seminários, na sede da entidade, em Montes Claros, ainda neste ano, como parte das ações da autarquia no Nordeste e Norte de Minas; Energia Renovável - Os Desafios e as Dificuldades da Matriz Energética Regional; e a Apresentação de Políticas Públicas, com treinamento técnico dos gestores.

O presidente da Amams saiu confiante da reunião com o superintendente da Sudene. “Mostramos ao superintendente da Sudene que as dificuldades que o Nordeste enfrenta são as mesmas na parte Norte do Estado de Minas Gerais e, por isso, cobramos tratamento igual e diferenciado. Informamos que apesar da seca que assola a nossa região, ela tem potencial muito grande e se houver iniciativas por parte do Governo, através dos seus ministérios e secretarias, em pouco tempo mudaremos esta realidade”, comentou. César Emílio disse ainda, que a reunião foi importante, pois reaproxima o Norte de Minas da Sudene e poderá gerar futuramente grandes investimentos aos municípios da região.


Fonte: Jornal de Noticias


FAEMG destaca pujança da pecuária mineira


O IBGE divulgou nesta quinta-feira (8/10), os números da Produção da Pecuária Municipal (PPM) em 2014. O destaque, mais uma vez, é a liderança mineira na produção de leite, com mais de um quarto do total nacional e o maior rebanho leiteiro.  O estado é também líder em rebanho equino.
 
O analista de agronegócio e especialista em Pecuária da FAEMG (Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Minas Gerais), Wallisson Lara Fonseca, destacou também a pecuária de corte, que vem em recuo nos dois últimos anos: “A oferta restrita de animais, devido à escassez hídrica no período, resultou no preço da arroba favorável. Isso tem motivado investimento dos produtores em tecnologia e incremento de produtividade”.
 
Ele destaca ainda o acréscimo da atividade de suinocultura; setor que também vinha em crise: “O recuo acabou fazendo com que a oferta se equilibrasse à demanda, favorecendo novamente os preços ao produtor e motivando novo acréscimo da atividade”.
 
Para Wallisson, o relatório revela ainda pontos de oportunidade. Um deles foi o crescimento expressivo (10%) da produção de ovos de codorna, revelando novos hábitos do consumidor. “Ou porque os preços elevados das carnes o forçaram a buscar proteínas alternativas para substituir na cesta de produtos, ou mesmo porque caíram no gosto do consumidor, esse crescimento aponta uma tendência interessante para a atividade”.
 
Outra oportunidade que ele destaque é o segmento da aquicultura, que apesar da crise, tem crescido rapidamente e já está atraindo a atenção dos produtores mineiros. Prova disso tem sido a grande procura pelos cursos do Senar Minas sobre o assunto. Só em 2014 foram 53 treinamentos em diversos temas da atividade: “O ciclo curto de produção de pescados torna a atividade interessante entre os de produção de proteína animal. E voltando a regularidade das chuvas, podemos tirar ainda mais proveito das nossas bacias hídricas, que têm potencial muito interessante”.
 
 
Pecuária Leiteira
 
Minas Gerais é o maior produtor nacional de leite com a produção de 9.367.470 mil litros de leite produzido em 2014, 0,6% a mais que no ano anterior.
A produtividade média no Estado aumentou novamente em 1,4% passando de 1.591 para 1.613 litros/vaca/ano, de 2013 para 2014.
No Brasil, o aumento da produtividade foi em torno de 2,2%, puxada pelos estados da região Sul. Apesar disso, a média estadual continua maior que a nacional (1.525 litros/vaca/ano). O valor da produção de leite no Estado aumentou 0,7%, graças ao acréscimo na produção, uma vez que o preço unitário permaneceu praticamente estável (R$ 0,99).
 
Rebanho Bovino
 
O Estado mantém o segundo rebanho bovino do Brasil, com 23.707.042 cabeças, número 2,4% inferior ao de 2013.
 
Suínos
 
O rebanho suíno, Minas Gerais ocupa a 4º colocação, sendo Uberlândia o maior produtor nacional, Urucânia o 10º, Jequeri o 15º e Patos de Minas o 19º. O total de suínos apresentou acréscimo de 2,8%, puxado pelo aumento do efetivo em Jequeri, na Zona da Mata, Pará de Minas na região Central e Monte Alegre de Minas no Triângulo.
 
Ovos
 

Queda de 0,1% na produção de ovos de galinha e de 1,2 % no efetivo de galinhas no Estado, que caiu para o 4º lugar, sendo ultrapassado pelo Rio Grande do Sul.
 
O rebanho nacional de galináceos, Minas Gerais permaneceu como o 5º maior rebanho, sendo Uberlândia o 4º maior, São Sebastião do Oeste o 5º e Pará de Minas o 6º. Esse rebanho apresentou acréscimo de 5,2% indicando aumento da aptidão da avicultura de corte no Estado.
 
Codornas
 
Minas Gerais continuou na 3ª colocação no efetivo de codornas, com aumento de 3,8% em relação a 2013 e na 2ª posição na produção de ovos, com acréscimo de 10,6%.
 
Aquicultura
 

Apesar de Minas Gerais ser apenas o 10º colocado na produção de peixes da aqüicultura, destaca-se a produção de tilápia no Estado (5º maior produtor), sendo os municípios de Morada Nova de Minas e Felixlândia, banhados pela represa de Três Marias, os 11º e 20º maiores produtores nacionais, além da produção de truta (2º maio produtor, atrás de Santa Catarina) com os seguintes municípios na região da Serra da Mantiqueira entre os 20 maiores do Brasil: Sapucaí Mirim (2º), Camanducaia (3º), Delfim Moreira (4º), Bocaina de Minas (8º), Itamonte (14º), Aiuruoca (15º) e Baependi (18º).
 
Mel
 
A produção de mel de abelha no Estado também apresentou acréscimo considerável (15,5%), mantendo o Estado na 4ª produção nacional.


Fonte: FAEMG


Afluentes do Rio São Francisco secam pela primeira vez

Como feridas abertas no mapa de Minas, a seca avança por importantes bacias hidrográficas do estado. Assolados pela estiagem, afluentes da Bacia do São Francisco, no Norte do estado, estão vendo suas águas sumirem devido a longos períodos sem chuva, mas também por intensa exploração humana, representada por captações irregulares para irrigação, perfuração descontrolada de poços artesianos, que sugam o lençol freático, e avanço do desmatamento. Em um dos mais preocupantes episódios desse quadro desolador, foi o Rio Jequitaí que se rendeu. O manancial teve o curso interrompido pela primeira vez na história, no trecho próximo ao povoado de Buriti Grande, município de Francisco Dumont. Assim como ele, muitos rios já não conseguem correr pelas terras áridas do Norte de Minas. É o caso do Pacuí, que faz parte da mesma bacia do Jequitaí e está interrompido desde a nascente até o município de Pentáurea.

Na rede de afluentes do São Francisco, também pedem socorro os rios Guavinipã, São Domingos, Juramento e o Córrego do Onça (veja quadro). De acordo com o técnico em Meio Ambiente e Recursos Hídricos José Ponciano Neto, do Departamento Norte da Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa), a situação dos mananciais já compromete o abastecimento nas cidades que dependem da captação no curso d’água, como Montes Claros, Bocaiuva, Francisco Sá e Guaraciama.
 
O problema histórico da falta d’água na região está ainda pior nesta temporada de estiagem, segundo Ponciano. “Apesar de ser reflexo de períodos de seca prolongada, a ação cada vez mais predatória de fazendeiros e da população em geral alterou muito a quantidade de água dos rios”, afirma, referindo-se à exploração irregular com bombas de captação direta e a perfurações sem critérios técnicos e sem licença.

A expansão do desmatamento para abertura de áreas de plantio de eucalipto, geralmente irrigadas com água retirada desses cursos d’água, também é apontada pelo técnico como fator contribuinte para o sumiço dos rios. Ele lembra ainda que o problema já chegou a veredas, consideradas intocáveis até então. As formações que funcionam como áreas de drenagem, sustentando o lençol freático que “brota” do chão, também estão secando.

Presidente do Comitê da Bacia Hidrográfica dos Rios Jequitaí e Pacuí, Robson Rafael Andrade afirma que vários órgãos ambientais já foram acionados para tomada de providências sobre a situação de exploração da vegetação e de rios, mas nenhuma medida efetiva foi adotada. Ele alerta que os impactos desse conduta predatória podem ser devastadores e que, a curto prazo, a população e a fauna já vêm sendo fortemente afetados. A Barragem do Córrego do Onça, por exemplo, está com o menor nível da história (20%).

“Se não chover uma quantidade razoável em três semanas, para chegar a pelo menos a 30%, o abastecimento será cortado em Bocaiuva e Guaraciama”, alerta Robson Andrade. Mas, segundo ele, a previsão é que comece a chover na região apenas a partir de janeiro. Tanto ele quanto técnicos da Copasa garantem que aves típicas de áreas de veredas, como periquitos, tucanos e araras, estão migrando para outros locais no Norte de Minas à procura de alimento. Robson destacou ainda os baixos níveis que vêm sendo registrados no próprio Rio São Francisco, onde bancos de areia estão expostos e a água está cada vez mais escassa, como ocorre em Pirapora.

Desastre

Integrante do movimento recém-criado SOS Serra do Cabral, no Norte de Minas, o advogado Adriano Borem alerta que o quadro de exploração pode resultar em um desastre ecológico irreparável. “Há povoados que estão sem água para consumo humano devido a esses crimes ambientais”, diz. Segundo ele, denúncia de exploração irregular da água e desmatamento já foi protocolada no Ministério Público do Estado de Minas Gerais em 2012. “Ainda assim, os crimes são permanentes”, afirma. A Coordenadoria Regional das Promotorias de Justiça do Meio Ambiente da Bacia do São Francisco foi procurada para se posicionar sobre o assunto, mas nenhum representante foi localizado.

O governo do estado confirma que o período de estiagem tem se agravado no Norte de Minas, e que medidas vêm sendo adotadas para lidar com o problema. Segundo a Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste (Sedinor), nova etapa do programa Água para Todos teve início em setembro, em parceria com o governo federal. A ação conjunta visa a construção de 962 pequenas barragens, que vão beneficiar famílias de 151 municípios. O principal objetivo é a irrigação de pequenos cultivos e a dessedentação de animais, amenizando os efeitos da falta d’água que podem resultar na morte de rebanhos inteiros.

Outra iniciativa dentro do programa é a instalação de cisternas de placa e de polietileno, barraginhas, barreiros e sistemas coletivos de abastecimento de água, com meta de dar acesso à água para consumo humano e para a produção agrícola em áreas rurais. Água potável também está sendo distribuída em caminhões-pipa no Vale do Jequitinhonha e Norte mineiro. A expectativa é de que a operação emergencial da Defesa Civil abasteça mais de 900 localidades atingidas pela estiagem.


Fonte: Jornal Estado de Minas


Projeto apoia 400 agroextrativistas de Minas

Duzentas famílias beneficiadas, 20 mil mudas produzidas e plantadas, 400 agroextrativistas capacitados e 50 sistemas agroflorestais implantados. Estes são os números do projeto “Fortalecendo estratégias de adaptação às mudanças climáticas junto a comunidades agroextrativistas no Cerrado no norte de Minas Gerais”. A iniciativa é desenvolvida pelo Centro de Desenvolvimento Agroecológico do Cerrado (Cedac), com o apoio do Ministério do Meio Ambiente, por meio do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima).

Iniciado em janeiro de 2013, os recursos de R$ 313 mil do convênio foram investidos no fortalecimento de atividades agroextrativistas em comunidades de 11 municípios do norte de Minas Gerais, que vivem da produção e comercialização de espécies nativas como a castanha de baru, pequi, jatobá, coco vassoura e favela (planta espinhosa e resistente, comum nos biomas Cerrado e Caatinga).


Foram contemplados os seguintes municípios: Várzea da Palma, Ponto Xique, Buritizeiro, Lassance, Ibiaí, Jequitaí, Januária, Chapada Gaúcha, São Francisco, Pirapora e Urucuia (MG). O público faz parte da Rede de Comercialização Solidária e o projeto foi desenhado a partir de experiências de organização sócio- produtiva já realizadas pela Rede, com o objetivo de incentivar e promover a difusão de boas práticas agroecológicas.

Segundo o secretário de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável do MMA, Carlos Guedes de Guedes, as ações do projeto valorizam o conhecimento tradicional e possibilitam a agregação de valor.
 
PARCERIA

O Cedac, fundado em 2000, trabalha desde o início em parceria com a Rede e é uma associação que tem como objetivos principais assessorar e apoiar estratégias de desenvolvimento territorial baseado nos princípios da agroecologia e notório saber das populações agroextrativistas, visando a conservação da sociobiodiversidade.

Já a Rede de Comercialização Solidária foi criada em 2001 com apenas seis comunidades. Atualmente, reúne 300 comunidades rurais de agricultores familiares, extrativistas, pescadores, vazanteiros e quilombolas, que se organizam em núcleos comunitários. A partir de dinâmicas comunitárias, a Rede organiza a produção sustentável até a comercialização coletiva dos produtos.

Alguns deles, industrializados, são comercializados com a marca Empório do Cerrado e distribuídos inclusive em merendas de escolas locais. Em 2014, o Cedac teve sua Certificação Orgânica Participativa (COP) reconhecida pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (Mapa), o que permitirá a inclusão do selo de orgânico em alguns desses produtos.

RESULTADOS

Prestes a ser finalizado, o projeto do Cedac vem apresentando resultados positivos. Foram realizados vários mutirões comunitários; construídas unidades demonstrativas de 5 mil m2 para produção de lenha para autoconsumo na forma de sistemas agroflorestais, pois a maioria das famílias ainda utiliza fogão a lenha e necessita de reposição deste material; e implantadas inúmeras áreas de monitoramento de coco azedo e favela.

Além disso, foram feitas algumas benfeitorias: o enriquecimento de quintais comunitários com o plantio de, até o momento, cinco mil mudas de baru; o aperfeiçoamento de processos produtivos com a planta favela; e a organização da cadeia produtiva do pequi, desde o seu manejo até a comercialização solidária.
“Dentre os resultados obtidos destacamos a ampliação da base de produção e manejo de produtos da sociobiodiversidade no Cerrado em áreas suscetíveis à desertificação”, afirmou Alessandra da Silva, coordenadora técnica do Cedac.

Alessandra explica ainda que o projeto tem ações voltadas para pesquisa participativa, de forma demonstrativa, de espécies que são tradicionalmente manejadas de maneira predatória, o que tem um impacto negativo para o meio ambiente, aproveitando para mostrar aos agroextrativistas a melhor forma de manejo e beneficiamento do produto.

FUNDO CLIMA

O Fundo Nacional sobre Mudança do Clima (Fundo Clima) foi criado pela Lei n° 12.114/2009 e regulamentado pelo Decreto n° 7.343/2010. É instrumento da Política Nacional sobre Mudança do Clima (PNMC), instituída pela Lei n° 12.187/2009, que tem por finalidade financiar projetos, estudos e empreendimentos que visem à mitigação (ou seja, à redução dos impactos) da mudança do clima e à adaptação a seus efeitos.

É vinculado ao Ministério do Meio Ambiente e disponibiliza recursos em duas modalidades: reembolsável e não-reembolsável. Os recursos reembolsáveis são administrados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e os recursos não-reembolsáveis são operados pelo MMA.