sexta-feira, 22 de janeiro de 2016

Governo distribui 730 toneladas de sementes de milho, feijão e sorgo para produtores

Maria Fernandes, agricultora familiar na comunidade de Brejinho, zona rural de Montes Claros.

O Governo de Minas Gerais já distribuiu 60% das 730 toneladas de sementes de sorgo, milho e feijão aos produtores rurais dos 258 municípios do Norte e Nordeste do estado, incluindo as cidades que decretaram situação de emergência por causa da estiagem. O investimento para a compra das sementes foi de R$ 4milhões e a entrega será concluída até o final de janeiro, beneficiando cerca de 80 mil agricultores.

A distribuição de sementes começou na primeira quinzena de dezembro e faz parte do Plano de Urgência para Enfrentamento da Seca, coordenado pela Secretaria de Estado de Desenvolvimento e Integração do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Sedinor) e executado pela sua autarquia, o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene).

“Temos uma situação de emergência por causa da seca e estiagem. A medida foi tomada para compensar os produtores que perderam a plantação do meio do ano passado para cá”, afirma o diretor-geral do Idene, Ricardo Augusto Campos. Segundo ele, a iniciativa é o começo de uma série de ações previstas para 2016 para o fomento da produção e fortalecimento da agricultura familiar.

Distribuição

A entrega das sementes é feita pelos escritórios regionais do Idene, localizados nas cidades de Araçuaí, Diamantina, Montes Claros, Janaúba, Januária, Jequitinhonha, Salinas, Espinosa, Teófilo Otoni, Águas Formosas e Governador Valadares. A quantidade de sementes é repassada conforme a demanda das prefeituras, sindicatos e associações de produtores.

As sementes de milho, feijão e sorgo são direcionadas à produção de alimentos para o consumo humano e animal. No caso do sorgo, as sementes são, prioritariamente, para os mais de 4 mil agricultores familiares inseridos no programa “Um Leite pela Vida”, para que eles melhorem a alimentação do rebanho.

Cada produtor recebe, em média, dez quilos de milho e dez quilos de feijão, suficientes para plantar aproximadamente dois hectares. Quanto ao sorgo, são cerca de cinco quilos por produtor. “Com o plantio correto e a ajuda das chuvas para uma boa colheita, será possível garantir alimento para essas famílias durante boa parte do ano. Esse é o objetivo da medida”, afirma o secretário da Sedinor, Paulo Guedes.

Produtores confiantes

“Já plantei e o milho está nascendo que é uma beleza”, diz João Raimundo Carvalho, entusiasmado com a chegada da chuva na região e o fato de a semente ter chegado na hora certa. Ele é um dos produtores rurais de Glaucilândia, no Norte de Minas, que receberam sementes. Lá foram distribuídos 1,2 mil quilos de feijão e milho para 120 agricultores.
Também na região Norte, outros dez agricultores da comunidade São Geraldo, zona rural de Francisco Sá, receberam 100 quilos de sementes de sorgo, feijão e milho para dividir entre eles. João Carlos Rodrigues foi beneficiado com 10 quilos de semente de sorgo.

O pequeno pecuarista conta que perdeu o pasto por causa da seca e está comprando ração para sustentar o rebanho. “Sem essa ajuda não dá para criar o gado. Agora vou plantar e com a ajuda de Deus virá a chuva para brotar a semente”, afirma confiante João Carlos Rodrigues.
As sementes também já chegaram à comunidade Varginha da Onça, na zona rural de Montes Claros, e vão ser distribuídas nos próximos dias a 27 agricultores. São 200 quilos de milho e feijão que serão divididos entre os produtores que perderam a lavoura por causa da seca.
“Eu acho importante esse benefício porque a semente está muito cara e a vida na zona rural está difícil”, afirma a vice-presidente da associação dos agricultores da comunidade Varginha da Onça, Elezita de Souza Amorim.

Aos 73 anos, Maria Fernandes dos Santos, moradora e produtora da comunidade de Brejinho, zona rural de Montes Claros, projeta um futuro melhor para sua família. "Eu já trabalhei muito duro na roça, debaixo do sol. Tenho dez filhos, 30 netos e 15 bisnetos e quero viver ainda para ver os tataranetos. Essas sementes ajudam demais porque a gente não pode tirar da comida pra comprar a semente para plantar, temos só 3 hectares e isso é tudo pra nossa família", diz.

Serviço
 
Para ter acesso ao benefício, a prefeitura, o sindicato ou a associação de produtores devem entregar a documentação exigida em um dos 11 escritórios regionais do Idene  constando,  entre outras informações, as famílias e comunidades atendidas. A lista dos documentos pode ser acessada no site www.sedinor.mg.gov.br, no link Downloads.


Fonte: Sedinor


Chuva alivia seca no Norte de Minas

Nível de rios e reservatórios sobe, normalizando abastecimento em municípios que sofriam com a seca e falta d'água há mais de um ano

Barragem do Rio São Domingos, no município de Francisco Sá, já atingiu 35% de sua capacidade com as precipitações. (foto: Rojas Willian/Divulgação)

Moradores do Norte de Minas comemoram a força das chuvas dos últimos dias, que recuperaram rios e reservatórios, contribuindo para normalizar o abastecimento de vários municípios que sofriam com a falta d’água desde o começo de 2015. Desde a semana passada chove em praticamente todas as cidades da região.

As precipitações dos últimos dias são festejadas em Francisco Sá, de 23,6 mil habitantes, uma das cidades do Norte do estado mais castigadas pela estiagem prolongada. A população começou a enfrentar racionamento de água em fevereiro de 2015, quando foi decretado estado de emergência pela prefeitura. A Barragem do Rio São Domingos, que abastece o município, secou. Segundo o secretário municipal de Administração, Carlos Henrique Alves, com o retorno das últimas chuvas, a São Domingos já está com 35% de sua capacidade e o fornecimento de água à população foi normalizado. Até início de dezembro, a represa estava completamente vazia.

“Com as chuvas, a nossa realidade agora é outra. A situação da nossa cidade mudou. Além da melhoria no abastecimento, os moradores da zona rural voltam a produzir leite e outros alimentos, e o comércio na cidade melhora”, afirma o prefeito de Francisco Sá, Denilson Rodrigues Silveira (PMDB).


Em agosto de 2015, reservatório estava completamente seco (foto: Luiz Ribeiro/EM/D.A Press)

Segundo ele, o volume acumulado pela Barragem de São Domingos já garante água para abastecer a cidade o ano inteiro, desde que as pessoas economizem. “A nossa expectativa é que neste ano não haverá mais racionamento na cidade”, salienta Silveira, também comemorando o fim das despesas com a captação de água de poços tubulares. De acordo com o chefe do Executivo, em uma semana o volume de chuva alcançou em torno de 100 milímetros, mais da metade da média histórica para o mês de janeiro (cerca de 150 milímetros). Ontem, o tempo permaneceu chuvoso na região.

O Rio Gorutuba, que nasce na região de Catuni (município de Francisco Sá) e esteve com leito quase completamente seco na maior parte do ano passado, voltou a correr e teve uma cheia no último fim de semana. Com isso, o nível da Barragem do Bico da Pedra, construída no mesmo manancial, no município de Janaúba, aumentou. De acordo com o Distrito de Irrigação do Gorutuba (DIG), a represa, teve uma elevação de 65 centímetros nos últimos dias e chegou a 18% de sua capacidade na última segunda-feira. Até o início da semana passada, o reservatório estava com 15% da capacidadem e, em 18 de janeiro de 2015, estava 4,65 centímetros mais baixo.

FREIO NO SUFOCO A Barragem do Bico da Pedra fornece água para cerca de 1.200 produtores do Projeto de Irrigação do Gorutuba. “Há três anos que a gente não via um janeiro bom de chuva como este. A previsão é que continue chovendo até o fim do mês. Assim, neste ano, não vamos passar tanto sufoco no período critico da seca, como foi nos anos anteriores”, afirma Huarrisson Antunes, diretor do Sindicato Rural de Janaúba.

De acordo com o Serviço Nacional de Meteorologia, desde quarta-feira passada até ontem, foram registrados 47 milímetros de volume chuva em Janaúba. As boas densidades pluviométricas dos últimos dias também elevaram o nível dos rios, tanques e outros reservatórios em Espinosa, um dos municípios mais castigados pela estiagem, no extremo Norte do estado (divisa com a Bahia).

As últimas chuvas provocaram cheias nos rios Galheiros, São Domingos e Verde Pequeno, que estavam completamente secos. A Barragem do Estreito, que abastece Espinosa, teve o seu nível normalizado. Na mesma região, a Barragem do Rio Tremedal, que atende a cidade de Monte Azul e que estava completamente vazia, também foi recuperada.


Equipamentos hidrométricos: Fiemg alerta usuários para prazos

Todos os usuários de recursos hídricos que fazem captação de água superficial (rios e represamentos) ou subterrânea (poços) estão obrigados a instalar equipamentos hidrométricos, conforme Resolução Conjunta SEMAD/IGAM nº 2249, de 30 de dezembro de 2014, que estabelece os critérios de implantação de equipamento de medição de vazão e tempo de captação e de monitoramento de fluxo residual para uso de recursos hídricos de domínio do estado de Minas Gerais. A Resolução fixou prazos para o cumprimento da determinação.

A norma também determina que será obrigatória a instalação de equipamento hidrométrico e horímetro nas intervenções consuntivas de águas superficiais, com vazão outorgada a partir de 10 l/s (litros por segundo), quando da sua instalação, sendo que as captações superficiais superiores a 100 l/s devem ter os equipamentos instalados dentro de 30 (trinta) dias. As captações superficiais superiores a 50 l/s deverão instalar o equipamento em 60 (sessenta) dias, e as captações superficiais superiores a 10 l/s terão o prazo de (noventa) dias. As intervenções consuntivas outorgadas inseridas em área declarada em conflito pelo IGAM também deverão instalar equipamento hidrométrico e horímetro.

Já as captações de águas subterrâneas feitas através de poços tubulares quando da sua instalação, deverão instalar equipamento hidrométrico e hidrômetro, dentro do prazo de 30 (trinta) dias, para as captações superiores a 100l/s ou 360 m³/h. Nos casos das captações superiores a 50l/s ou 180 m³/h, o prazo para instalação é de 60 (sessenta) dias, e para as demais o prazo é de 90 (noventa) dias.

Também é obrigatória a instalação de sistema hidrométrico nas intervenções consuntivas de barramentos com regularização de vazão, com ou sem captação, e imediatamente após o último usuário à jusante, inserido em portaria de outorga coletiva. Nestes casos, os monitoramentos deverão ser realizados em até 90 (noventa) dias.

Além disso, o outorgado deverá coletar os dados de vazão captada, vazão regularizada e de fluxo residual mínimo, sendo que os dados serão disponibilizados no momento da fiscalização. Nos casos das captações de águas subterrâneas, a periodicidade das leituras será estabelecida caso a caso, mas não poderá ser superior a 30 (trinta) dias. Nas intervenções em águas superficiais, as leituras deverão ser diárias para vazão captada, vazão regularizada e fluxo residual mínimo.

O prazo para instalação de sistema hidrométrico (que mede a vazão da água) e horímetro (que mede o tempo de captação da água) para as captações superficiais em barramentos com regularização de vazão, terminou na quinta-feira (15).
PRORROGAÇÃO
A Fiemg alerta aos empreendedores que não conseguirem cumprir os prazos estipulados pela Resolução Conjunta, que deverão solicitar desde já a prorrogação dos mesmos junto ao órgão ambiental competente. Para maiores informações entrar em contato com a Gerência de Meio Ambiente da Federação das Indústrias através do e-mail: meioambiente@fiemg.com.br.