quinta-feira, 18 de fevereiro de 2016

Parques Estaduais de Minas Gerais oferecem atrativos para turistas de todo o país

Minas Gerais tem 16 parques estaduais, distribuídos por oito Territórios de Desenvolvimento do Estado, à disposição dos turistas que desejam desbravar e conhecer riquezas naturais como cachoeiras, grutas e lagoas de beleza exuberante. A oportunidade pode estar ainda mais próxima, já que, durante o Carnaval, estes espaços funcionarão normalmente.


Para aqueles que não estão dispostos a ir muito longe, a Região Metropolitana de Belo Horizonte concentra seis destes parques. No Parque Estadual da Serra do Rola-Moça, que fica nos municípios de Belo Horizonte, Nova Lima, Ibirité e Brumadinho, o turista encontra uma vegetação diversificada, de transição de Cerrado para Mata Atlântica, e pode observar espécies como orquídeas, bromélias, jacarandá, jequitibá, arnica e a canela-de-ema, que se tornou o símbolo do parque. Além de abrigar seis importantes mananciais de água, o parque é habitat natural de espécies da fauna ameaçadas de extinção, como a onça parda, a jaguatirica, o lobo-guará, entre outros.

Uma opção para os aventureiros, também próxima a Belo Horizonte, é o Parque Estadual do Sumidouro, que está situado em Lagoa Santa e Pedro Leopoldo. No local, o visitante encontra a Gruta da Lapinha, que tem 511 metros de extensão e 40 de profundidade, e o Museu Peter Lund, onde estão expostos diversos fósseis.

“Os parques estaduais são uma excelente alternativa para quem quer fugir da folia e dispor de tempo ao ar livre, aproveitando a natureza, os pássaros e outras belezas naturais. Em Minas Gerais, temos opções para todos os gostos, estruturadas e equipadas para receber os turistas”, diz o diretor de Áreas Protegidas do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais, Henri Dubois Collet.

Na região do Alto Jequitinhonha estão localizados três parques: o do Rio Preto, do Biribiri e o do Pico do Itambé. Em São Gonçalo do Rio Preto, a 70 Km de Diamantina, está o Parque Estadual do Rio Preto, que tem uma área total de mais de 12 hectares. Entre os atrativos turísticos destacam-se as cachoeiras do Crioulo e da Sempre Viva, as pinturas rupestres e os mirantes naturais, que permitem aos visitantes observar toda a área da Unidade e do entorno.

Na Zona da Mata está localizado o Parque Estadual do Ibitipoca, que passou por recente reforma e conta com boa infraestrutura para visitação. No local, o turista pode fazer trilhas e visitar mirantes, grutas, piscinas naturais e cachoeiras. O pico da Lombada, também conhecido como Ibitipoca, com 1.784 metros de altitude, oferece uma linda vista panorâmica.

Outras cinco unidades de conservação estão distribuídas por cinco regiões do Estado: no Noroeste, Norte, Sul, Triângulo Norte e Vale do Aço. São elas o Parque Estadual do Rio Doce, o Parque Estadual do Nova Baden, o Parque Estadual da Serra das Araras, o Parque Estadual Pau Furado e o Parque Estadual da Lapa Grande. Este último, aberto para visitação em 2014, conta com mais de mil pinturas rupestres e aproximadamente 60 grutas.

Unidades de Conservação

Criados com o objetivo de preservar a fauna e flora nativa, principalmente as espécies ameaçadas de extinção, a formação geológica e os recursos hídricos, os parques estaduais se enquadram em uma categoria de unidades de conservação e se destacam pela grande beleza de suas paisagens e pela sua relevância ecológica. Além disso, as áreas são utilizadas para a realização de pesquisas científicas e o desenvolvimento de atividades de educação e interpretação ambiental, de recreação em contato com a natureza e de turismo ecológico.

 
Fonte: IEF

Sistema ajuda a monitorar a doença mais temida da banana

Um método computacional associado a sistemas de informações detecta épocas e locais com condições favoráveis à ocorrência da sigatoka-negra em bananais de forma mais fácil, segura, rápida e abrangente, facilitando o controle da doença, com geração de ganhos econômicos e redução de impactos ambientais para o produtor. O método permite conhecer os locais, em escala de propriedade, com maior probabilidade da ocorrência da doença, relacionada às condições climáticas e a variabilidade espacial da posição das plantas na região produtora.

O usuário do sistema, que pode ser um consultor especializado ou o próprio produtor, receberá do programa um mapa de prescrições de aplicações de fungicida, o qual indica o volume da aplicação, sua localização e as melhores épocas para a ação. O modelo minimiza uso da energia e economiza os produtos aplicados, o que além de benefícios financeiros reduz consideravelmente os impactos ambientais, segundo o responsável pelo desenvolvimento do sistema, o pesquisador Paulo Cruvinel, da Embrapa Instrumentação (SP).

A sigatoka-negra é considerada a doença mais severa e destrutiva em todas as regiões produtoras de banana do mundo. Métodos tradicionais de controle da doença são subjetivos, mais demorados, difíceis de manejar e pontuais, não permitindo em geral uma abordagem sobre toda uma área cultivada.

O modelo desenvolvido pela Embrapa e parceiros foi licenciado para a empresa R3ZIS S/A, do Rio de Janeiro, no começo do mês de outubro. A partir de agora, a empresa poderá montar e adequar sistemas, baseados no modelo computacional transferido, para subsidiar os produtores agrícolas ou administradores de áreas de bananais na previsão de períodos considerados favoráveis à ocorrência da doença para a promoção de processos de controle com maior eficiência e previsibilidade.

"A transferência de know-how em modelo de risco para tratativas da sigatoka-negra em escala de propriedade poderá auxiliar o setor produtivo da banana, e ser diferencial para o Brasil, assim como também para os produtores africanos, entre outros", avalia o diretor da R3ZIS Paulo Manoel Lenz César Protásio.

 De acordo com Cruvinel, há uma expressiva demanda por tecnologias e conhecimentos que possam minimizar os efeitos provocados pelas doenças fúngicas que se encontram presentes em vários países produtores de bananas. "O método poderá servir como subsídio para implementação de sistemas de alertas, programas de controle da doença, de forma a otimizar o uso de energia, principalmente reduzindo a utilização de fungicidas químicos, o que reflete em ganho econômico e ambiental", lembra o pesquisador.

Ele também lembra que as iniciativas de controle da doença devem estar associadas com planos de contingências que devem ser colocados em execução pelo produtor com base no estágio de desenvolvimento da sigatoka-negra e do processo de monitoramento.

Embora a doença do mal-de-sigatoka acarrete danos qualitativos e quantitativos, podendo chegar a perdas de até 100% na produção de cultivares como Prata, Maçã, d'Angola e as do subgrupo Cavendish, o pesquisador explica que sistemas de controle tradicionais têm sido realizados por meio de pulverizações alternadas de fungicidas sistêmicos, os quais são determinados em acompanhamentos semanais.

O pesquisador considera que um sistema de previsão bioclimático é uma ferramenta de grande valor para se conhecer a severidade da doença em diferentes áreas de produção ou estações do ano, de forma a viabilizar um modelo de decisão que indique o momento correto da aplicação de fungicidas de modo localizado e em taxa variada, o intervalo de aplicação e o grupo químico dos fungicidas mais apropriados para cada época do ano.

Sigatoka-negra

A sigatoka-negra é causada pelo fungo Mycosphaerella fijiensis e é considerada por estudiosos uma das mais importantes doenças da bananeira no mundo, sendo a que mais preocupa o setor bananeiro brasileiro. Os sintomas causados pela evolução das lesões produzidas pela igatoka-negra se assemelham aos decorrentes do ataque da sigatoka-amarela, também ocorrendo a infecção nas folhas mais novas.

Os primeiros sintomas aparecem na face inferior da folha como estrias de cor marrom, evoluindo para estrias negras. Os reflexos da doença são sentidos pela rápida destruição da área foliar, reduzindo-se a capacidade fotossintética da planta e, consequentemente,  sua capacidade produtiva.

No Brasil, desde a sua constatação em 1998, a doença tem gerado apreensão, tanto pela sua severidade como também pela importância da cultura para o País.

Metodologia

O modelo computacional desenvolvido integra diferentes ferramentas e técnicas das áreas de modelagem, tecnologia de informação, geoprocessamento, sistemas de posicionamento global e variações climáticas, sendo as mais consideradas mais a precipitação acumulada, temperaturas máxima e mínima, umidade relativa, duração do período de molhamento foliar, índice de reflectância e estágio de evolução da doença.

Para desenvolver o modelo, foram utilizadas funções polinomiais para representar as variáveis que compõem o risco de aparecimento da doença. "As funções nada mais são que um tipo particular de relação que possuem uma propriedade específica. Um polinômio é uma expressão algébrica formada por monômios e operadores aritméticos. O monômio é estruturado por números (coeficientes) e variáveis (parte literal) em um produto e os operadores aritméticos podem ser representados por soma, subtração, divisão, multiplicação, ou mesmo uma potenciação", explica Cruvinel.

De acordo com ele, logo a vulnerabilidade das plantas decorre de fatores intrínsecos da própria planta e de variáveis exógenas, ou seja, causas externas. "A partir da organização dessas variáveis é estabelecido uma Figura de Risco com a integração das variáveis e análise das probabilidades de ocorrências do risco da sigatoka-negra em três níveis – baixo, médio e alto", diz. 

O risco integrado é fruto da relação das probabilidades sobre as faixas de valores das variáveis consideradas e que existe uma correlação entre as condições dessas variáveis e o desenvolvimento da sigatoka-negra. Para ele, o estabelecimento da figura de risco integrado colabora com mais um passo para o auxílio ao processo de tomada de decisão na gestão de risco de culturas agrícolas. "Os modelos estabelecidos poderão ser usados em programas de controle da sigatoka-negra, de forma a minimizar impactos ambientais e viabilizar ganhos econômicos para o produtor", avalia Cruvinel.

Cadeia

No País, a cultura da banana está presente na maioria dos estados brasileiros, sendo que a cadeia produtiva é composta principalmente por pequenos produtores. As principais regiões produtoras brasileiras são Vale do Ribeira (SP), norte de Minas Gerais, norte de Santa Catarina e Juazeiro do Norte (BA), Petrolina (PE). Segundo os dados da Food and Agriculture Organization (FAO), o Brasil é o terceiro maior produtor mundial de banana, com 6,4 milhões de toneladas, atrás do Equador (7,5 milhões) e da Índia (16 milhões). Mesmo com diferenças regionais, a banana brasileira tem importância e relevância na pauta de exportação de produtos agrícolas do Brasil.

A produtividade brasileira média ainda é baixa, apenas 12,5 toneladas por hectare, diante do desempenho dos outros países que lideram o mercado global, como a Costa Rica, com uma produtividade de 46,6 t/ha. Segundo os dados da FAO, a cultura cobre 508 mil hectares do território brasileiro, enquanto a Costa Rica, com seus 45 mil hectares, tem o triplo da produtividade brasileira e uma produção três vezes menor.

A gestão de riscos permite abordar o marco da segurança alimentar e da segurança do alimento, incluindo a redução de riscos climáticos, riscos de produção, riscos econômicos, riscos ambientais e outros. A R3ZIS tem atuado no monitoramento avaliativo de culturas agrícolas por meio de projetos que envolvem planejamento, monitoramento e avaliação em relação a conceitos e práticas de riscos agrícolas. 


Fonte: Embrapa


Frutas da região de Jaíba, MG, são expostas e vendidas em Berlim




Com o objetivo de tornar a região de Jaíba (MG) uma referência mundial na fruticultura, um grupo de produtores rurais de sete municípios levará limão taiti, manga palmer, banana prata e mamão formosa do Norte de Minas Gerais para a Fruit Logistica, uma feira de frutas frescas, que será realizada em Berlim, na Alemanha, no início de fevereiro.

Além da participação no evento, que é o maior do mundo no gênero, os produtos serão vendidos experimentalmente por 15 dias no espaço goumert de uma tradicional loja de departamentos da cidade. A aceitação do público irá determinar se as frutas serão comercializadas permanentemente.

“A feira nos oferece a possibilidade de que qualquer importador do mundo todo possa conhecer os nossos produtos. Nós queremos que a nossa região seja reconhecida e que as nossas frutas sejam mais demandadas e tenham maior valor agregado. A fruticultura é fundamental para a nossa economia; para se ter uma ideia, cada hectare gera um emprego direto e um indireto, são 40 mil, então são 120 mil postos de trabalho”, explica Saulo Lage, presidente da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas.
 
Identidade
 
Com o objetivo de identificar as frutas, foi criada uma marca, a “Região do Jaíba”, no fim do ano passado, e que integra, atualmente, 18 produtores de sete municípios. Foram investidos mais de R$ 500 mil para a criação do selo, com participação dos produtores, do Governo de Minas e Sebrae.

Saulo Lage explica que os produtos serão identificados com um QR Code, que funciona como um código de barras e pode ser lido com um celular, por meio do qual o consumidor terá várias informações, como a história de quem cultiva, o local de plantio e até a data da colheita. “Este é um projeto pioneiro, nunca feito em nenhuma outra região do país".

Segundo estimativas da Abanorte, são produzidas por ano 500 mil toneladas de banana, 90 mil de manga, 80 mil de mamão e 50 mil de limão. Apenas 15% da produção de manga e limão são exportadas, principalmente para a Europa. Para fazer parte da Região do Jaíba, Saulo Lage diz que é preciso que as frutas estejam em um alto padrão de qualidade.

“O nosso grande desafio é nos tornarmos a primeira região do mundo a exportar a banana prata. Muitas pessoas não acreditam que existe mercado para a fruta, porque os consumidores do mundo estão acostumados com a do tipo Cavendish, popularmente conhecida por nanica ou caturra. Mas sempre quando a levamos em eventos, há uma ótima aceitação. Além disso, quantos consumidores brasileiros que vivem em outros países não sentem saudade da banana prata que comiam aqui”, destaca Lage.

Dificuldade
 
A principal dificuldade para a exportação das frutas é a logística. No caso da região onde o projeto está, Lage afirma que as estradas são precárias e insuficientes. Ele cita o exemplo das bananas, que devem ser transportadas por avião, é preciso levá-las até São Paulo, apesar de que Montes Claros e Belo Horizonte, cidades mais próximas, terem aeroporto.
Para a Brasília e Goiânia, que são grandes regiões consumidores, nós não temos acesso, geograficamente estamos mais perto desses locais que os produtores da Bahia, mas logisticamente, eles estão mais próximos e saem na frente. A distância afeta diretamente o preço do frete e, consequentemente, perdemos a concorrência”, explica.

Fonte: G1