segunda-feira, 21 de novembro de 2016

Emater-MG assina convênios para ampliar atividades no campo

A Emater-MG assinou no início deste mês três convênios que irão contribuir para aprimorar os trabalhos da empresa no campo, principalmente aqueles ligados à bovinocultura. Com valor que somam cerca de R$ 1,7 milhão, os documentos foram assinados durante a  51ª Assembleia Geral da Associação Brasileira das Entidades Estaduais de Assistência Técnica e Extensão Rural  (Asbraer), que reuniu em Belo Horizonte, representantes do Governo Federal, ligados às questões de ATER, como o Ministério da Agricultura (Mapa), a Secretaria Especial da Agricultura Familiar e Desenvolvimento Agrário, Incra e Ministério do Desenvolvimento Social (MDS).

O primeiro convênio é de prestação de serviço de Ater e gerencial a bovinocultura em municípios de Minas Gerais com recursos de R$ 816 mil. O convênio foi assinado com o Mapa.

O segundo convênio, também entre o Mapa e o Governo de Minas Gerais, por meio da Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, junto com a Emater-MG, é de difusão de tecnologias e boas práticas agropecuárias aplicadas à bovinocultura de corte e a implantação do centro de referência técnica e de pesquisa para a pecuária de corte. O aporte de recursos é da ordem se R$ 850 mil.

O terceiro convênio foi assinado entre a Secretaria de Agricultura de Minas Gerais, a Emater-MG, a Epamig e o IPA, de Pernambuco, para o desenvolvimento e execuções de ações que visem a adoção de tecnologias de agropecuárias adaptadas para o semiárido mineiro. Segundo o secretário nacional de Segurança Alimentar e Nutricional do MDS, Caio Rocha, já foram fechados convênios entre o MDS e Emateres no valor de R$ 10 milhões e muitos outros estão em andamento.

Reunião da Asbraer

A Assembleia Geral Ordinária da Asbraer foi promovida nos dias 3 e 4 de novembro, em Belo Horizonte.  O evento reuniu representantes das 27 empresas de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater) do país para debater os rumos da Ater no Brasil.

A Assembleia discutiu, por exemplo, a participação do governo federal no financiamento das entidades públicas de Ater. Outro tema abordado foi a importância da tecnologia para o desenvolvimento do setor. 

"Alguns aspectos que considero importantes neste fórum foram a interlocução com o governo federal, levando nossa pauta com relação às parcerias, às agendas estratégicas que queremos implementar, além da troca de experiências entre as emateres e o governo e o alinhamento, no sentido de pensarmos o desenvolvimento rural brasileiro", afirmou o  presidente da Emater-MG, Glenio Martins.

Fonte: Emater

Plano Brasil sem Miséria realiza oficinas no Norte de Minas

Comunidades rurais do Território da Cidadania Serra Geral, no Norte do Estado de Minas Gerais, receberam mais uma visita da equipe da Embrapa Milho e Sorgo e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas (Emater-MG), em setembro deste ano. A visita faz parte das ações do Plano Brasil sem Miséria e foi realizada para compartilhar conhecimentos e informações tecnológicas para condução de Unidades de Aprendizagem (UAs).

Os municípios visitados foram Mato Verde, Janaúba e Verdelândia, onde foram realizadas três oficinas. Os temas abordados foram: Sistema Integrado para Produção de Alimentos - Sisteminha Embrapa; Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS); e Sistema Alternativo de Criação de Aves Caipiras (SACAC). Além da apresentação teórica sobre as tecnologias, foram realizadas dinâmicas e discussões sobre a importância e os benefícios da produção e do consumo de alimentos saudáveis.

Segundo o coordenador do Programa Brasil Sem Miséria na Embrapa Milho e Sorgo, Fredson Ferreira Chaves, os participantes visitaram as propriedades dos agricultores que receberam os materiais e as informações necessárias para a implantação das tecnologias, acompanhados também de técnicos extensionistas da Emater-MG. "Todos puderam ver, na prática, o passo a passo para a construção e a viabilização de cada sistema produtivo", disse Chaves.

Sisteminha Embrapa

A relações públicas da Embrapa Milho e Sorgo, Mônica Aparecida de Castro, relata que durante toda da visita houve uma participação efetiva dos agricultores familiares: "O treinamento para a implantação do Sisteminha foi realizado na propriedade do Sr. José Cardoso Farias, na Comunidade de Sítio Novo, em Mato Verde. E quem conduziu a oficina foi outro agricultor, Sr. José Maria do Nascimento Santos".

Segundo Mônica, há cerca de quatro anos, Sr. José Maria implantou o Sisteminha em sua propriedade, em Parnaíba, no Piauí, e está muito satisfeito com o resultado. Esta Unidade de Aprendizagem recebe grupos de agricultores para ensinar como implantar o Sisteminha e possui, inclusive, estrutura para hospedar os agricultores.

"O Sr. José Maria é pescador por profissão, mas sem conseguir o suficiente para melhorar a alimentação da sua família, teve a ideia de criar peixes. Procurou a Embrapa Meio-Norte e conheceu o Sisteminha. "Hoje ele cria peixe, galinha caipira, porquinho da índia e codorna. Cultiva milho, alface, couve, feijão, abóbora e frutas. E comercializa tomates, peixes, porcos e ovos", informa Mônica.

"Quase tudo que eu preciso para sobreviver o Sisteminha me dá. O Sisteminha foi uma coisa que mudou a minha vida 100%. Trouxe para mim e para minha família muita benfeitoria. Muita coisa boa pra nós, graças a Deus. Fartura e felicidade. Trouxe muito trabalho, mas a gente só tem as coisas com trabalho", conta José Maria. "Antigamente eu não podia nem ter ovo de galinha e hoje eu estou comercializando ovo de galinha através do Sisteminha", relata o Sr. José Maria.

Mônica Castro ressalta que a experiência de levar um agricultor para fazer o seu relato sobre os benefícios e ensinar o passo a passo para a adoção de uma tecnologia foi bastante positiva na opinião dos participantes das oficinas. Ela nos conta que o extensionista da Emater de Santo Antônio do Retiro, Sérgio Moreira dos Santos, comentou que "trazer o agricultor foi excelente. Serve de exemplo para os outros e empolga muito mais".

O "Sistema Integrado para Produção de Alimentos-Sisteminha Embrapa" foi desenvolvido pelo pesquisador Luiz Guilherme, da Embrapa Meio-Norte, localizada em Teresina-PI. Trata-se de um conjunto de práticas e processos de produção que possibilita a criação de peixes e de outros pequenos animais, o cultivo de hortaliças e de frutas e a produção de compostagem.
O Sisteminha Embrapa permite que o agricultor plante e colha periodicamente. Monica Castro relatou que o Sr. José Maria transplanta o milho toda semana: "Para isso, ele prepara uma sementeira com vinte e cinco sementes de milho, e quando a muda já está pronta, transplanta para o solo. Isso também é feito com outras culturas, sendo que para cada uma delas o período de repetição do plantio vai variar. Dessa maneira, a colheita também é permanente", disse.

Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS)

Outra tecnologia adotada nas comunidades foi o Sistema de Produção Agroecológica Integrada e Sustentável (PAIS). Segundo Fredson Chaves, O PAIS possibilita o cultivo de hortaliças e de frutas e a criação de pequenos animais com bases agroecológicas. Não há adoção de agroquímicos, visando conservar os recursos naturais, respeitar a cultura e os costumes locais, estimular a diversificação da produção e eliminar o desperdício.

"O PAIS é um sistema de hortas circulares com uma estrutura central para criação de galinhas, por exemplo. Possibilita o aproveitamento da água da chuva e os resíduos dos pequenos animais e dos restos vegetais para a adubação do solo", explica o coordenador do projeto.
Chaves acrescenta que o Sistema piloto, que servirá de Unidade de Aprendizagem desta tecnologia, teve sua implantação iniciada na propriedade do Sr. Olegário Teodoro da Luz, na Comunidade de Paus Altos, em Janaúba, MG.

Sistema Alternativo de Criação de Aves Caipiras

Chaves explica que o Sistema Alternativo de Criação de Aves Caipiras consiste em técnicas para a criação de aves utilizando pastejo rotacionado com divisão de áreas para cada etapa de produção: cria, recria, engorda e reprodução.

"Neste sistema, as aves recebem ração balanceada e são criadas soltas em piquetes, onde fazem exercícios e complementam a sua alimentação com plantas forrageiras, frutos, restos de colheita e de culturas, além dos insetos e das minhocas. O Sistema será construído na propriedade do Sr. Jair Alves Barbosa, na comunidade Boa Sorte, em Verdelândia", diz Chaves.

Trabalho em família

Fredson Chaves ressalta a importância dos trabalhos já realizados e a necessidade de programar ações futuras. "Desde 2011, estão sendo feitas ações para a implantar Unidades de Aprendizagem em mais de 30 propriedades no Território da Serra Geral. Espera-se que cada agricultor, que adote os sistemas produtivos apresentados, seja um multiplicador do conhecimento para beneficiar outros agricultores e comunidades próximas", frisou.

Ele destaca também o trabalho em família. "Agradecemos ao Sr. Jair, que é dono da propriedade com a sua esposa, Dona Eva, e a participação da família. Vocês lembram que o Sr. José Maria deixou isso muito claro: é importante o envolvimento da família, dos filhos. É com a união das famílias que vocês vão ter bons resultados também", ressaltou.

Fonte: Embrapa

Produtores do Jaíba exportam frutas e consolidam mercado internacional

Minas Gerais sustenta a segunda colocação no ranking nacional, atrás de São Paulo, na produção do limão. O fruto é cultivado em diferentes regiões do estado, mas o Norte de Minas vem sustentando a primeira colocação entre as principais regiões produtoras mineiras. O bom desempenho vem dos produtores do Projeto de Irrigação do Jaíba.

O projeto, localizado nos municípios de Jaíba e Matias Cardoso, uma parceria entre Codevasf e Ruralminas, é responsável por cerca de 70% da produção estadual, ultrapassando 90 mil toneladas da fruta e está conquistando cada vez mais o mercado externo. O Jaíba cumpre o objetivo de promover o desenvolvimento regional integrado com base na agricultura irrigada, agroindústria e agropecuária.
O maior projeto de agricultura irrigada da América Latina ocupa uma área total irrigável de 107,6 mil hectares. Na etapa I do Jaíba, a área irrigável é de 24.752 hectares e a área ocupada é 23.061 hectares. Mais da metade da área do perímetro é destinada à fruticultura, com destaque para a produção de limão.

Hoje, cerca de 40% da produção da fruta cítrica é direcionada à exportação, sendo que 4.000 toneladas foram exportadas em 2016, e os produtores têm meta de aumentar a venda externa em 25% ainda este ano.

"Nós produzimos limão, manga e banana na cidade de Matias Cardoso. O limão virou o ‘queridinho’ da exportação. Em uma produção de 2 mil toneladas por ano, conseguimos exportar 800 toneladas - o que significa 40 % de tudo que produzimos. O limão está chegando a países da União Europeia, como Holanda, Alemanha, Inglaterra e também do Oriente Médio", afirma Cláudio Dykstra, membro da Associação dos Produtores de Limão do Jaíba (Aslim).

A irrigação do Jaíba é um dos mais importantes empreendimentos agrícolas do Brasil e uma nova fronteira do agronegócio. Além do limão, a manga é uma realidade na exportação na região . Cerca de 15% da produção ou 2.300 toneladas são enviadas ao exterior.

A meta é diversificar a pauta. "O objetivo é aumentar a exportação. Vamos iniciar o planejamento do manejo da banana prata. Estamos trabalhando para melhorar a qualidade do limão trabalhando no processo da cultura, investindo em adubação, condução da lavoura, em tecnologias de modo geral", completa o produtor.

A área do Jaíba II tem 19.276 hectares, dos quais 14 mil hectares estão em produção. Nela atuam médios e grandes produtores, contemplando 55 empresários, com 684 lotes.

Emater

A Emater-MG atua no Projeto Jaíba com muita intensidade na cultura do limão, pois Minas Gerais é responsável por uma produção que ultrapassa 90 mil toneladas anuais. A boa produção é representada pelo bom desempenho dos municípios de Jaíba, com 39,5%, e Matias Cardoso, com 31,3% da produção mineira, respectivamente.

Com um público atendido de 561 agricultores familiares, em uma área plantada de 1.146 hectares, a assistência técnica no sistema de produção e comercialização dos produtos oferecida pela Emater é fundamental para a dinamização do Projeto Jaíba. Os prodotores assistidos comercializam a fruticultura em entrepostos como Ceanorte, Ceasa-MG, supermercados e sacolões, bem como em mercados institucionais como PAA e PNAE.

IMA

As atividades do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) no Projeto de Irrigação do Jaíba englobam ações defesa sanitária vegetal relacionadas com fiscalização da Certificação Fitossanitária de Origem, fiscalização do trânsito de vegetais, levantamentos fitossanitários, coleta de amostras de vegetais para análise laboratorial a fim de verificar a presença de pragas.

Também é realizada a fiscalização do vazio sanitário de algodão, fiscalização da comercialização e utilização de agrotóxicos e afins. A coleta de amostra de produtos agrícolas para verificar ocorrência de resíduos de agrotóxicos é feita regularmente.

A fiscalização do comércio de sementes e mudas e coleta de amostras de sementes para análise laboratorial para verificar a qualidade desses produtos disponibilizados aos produtores rurais também são executadas pelo IMA.

Com o incremento dessas ações os produtos agrícolas produzidos na região alcançam maior qualidade e têm possibilidade de abertura de novos mercados, tanto o nacional como internacional.


De acordo com o IMA, o trabalho é todo realizado pelos fiscais agropecuários, engenheiros agrônomos e fiscais assistentes lotados na Coordenadoria Regional, localizada em Janaúba, e por servidores do escritório seccional de Jaíba. 

Fonte: Emater