terça-feira, 15 de julho de 2014

Tratamento de sementes garante maior sanidade de plântulas

O Tratamento de sementes é a aplicação de processos e substâncias que preservem ou aperfeiçoem o desempenho das sementes, permitindo que as culturas expressem todo seu potencial genético

Inclui a aplicação de defensivos (fungicidas, inseticidas), produtos biológicos, inoculantes, estimulantes, micronutrientes, etc. ou a submissão a tratamento térmico ou outros processos físicos. No sentido mais restrito, refere-se à aplicação de produtos químicos eficientes contra fitopatógenos.

Em mais um Momento Phytus publicado no Clube Phytus, a pesquisadora Dra. Caroline Gulart fala dos objetivos do tratamento de sementes e dos resultados obtidos no estande. Segundo Caroline, um dos objetivos é impedir a transmissibilidade de patógenos com a utilização de produtos com efeito fisiológico, também chamado de efeito verde. “Isso vai gerar um impacto na velocidade de emergência e quanto mais rápido a planta emergir, mas ela vai escapar dos patógenos presentes no solo na fase inicial, que é a mais suscetível ao ataque de patógenos”, ressalta a pesquisadora.

Existem dados que comprovam a eficiência do tratamento de sementes. De acordo com Caroline, “em alguns casos, mesmo não alcançando altos valores de controle (>80%), alguns produtos reduzem a incidência e/ou a severidade das doenças transmitidas por sementes em mais de 60%”.

“Se considerarmos o tratamento de sementes no contexto de manejo integrado, um controle desta magnitude, pode ser de grande valia para redução do inóculo inicial de algumas doenças que, mais tarde, serão controladas também pelas aplicações de fungicidas em parte aérea”, conclui.

Para assistir ao vídeo, basta acessá-lo gratuitamente através do link http://goo.gl/qTB5dU disponível no Clube Phytus.

FONTE: Portal do Agronegócio

Agricultores aperfeiçoam formas de captar e armazenar água da chuva

A média pluviométrica varia de 200 mm a 800 mm anuais, dependendo da região. As chuvas, porém, são irregulares no tempo e no espaço. Além disso, a quantidade de chuva é menor do que o índice de evaporação, que é de três mil mm/ano, ou seja, a evaporação é três vezes maior do que a chuva que cai. Isso significa que as famílias precisam se preparar para a chegada da chuva. Ter reservatórios para captar e armazenar a água é fundamental para garantir segurança hídrica no período de estiagem, a exemplo das cisternas domésticas e das cisternas-calçadão. Mas há outras.

Aí entra a Articulação Semiárido Brasileiro (ASA), uma rede de organizações sociais com a missão de "fortalecer a sociedade civil na construção de processos participativos para o desenvolvimento sustentável e a convivência com o Semiárido, referenciados em valores culturais e de justiça social".

Primeira água
O Programa Um Milhão de Cisternas (P1MC), criado e executado pela sociedade civil, promove a descentralização das estruturas de abastecimento de água e, consequentemente, a sua democratização. O objetivo é levar água de qualidade para cinco milhões de pessoas e demonstrar que o Semiárido é uma região viável. Esse cálculo, feito há alguns anos, teve como base a quantidade de pessoas que viviam no Semiárido. A cisterna é a garantia de água para beber e cozinhar durante a estiagem, sem precisar pagar nem pedir favor.

Segunda água
Já o Programa Uma Terra e Duas Águas (P1+2) tem como objetivo fomentar a construção de processos participativos de desenvolvimento rural no Semiárido brasileiro e promover a soberania, a segurança alimentar e nutricional e a geração de emprego e renda entre as famílias agricultoras por meio do acesso e do manejo sustentáveis da terra e da água para a produção de alimentos. O 1 significa terra para produção. O 2 corresponde a dois tipos de água - a potável, para consumo humano, e água para produção de alimentos. O P1+2 integra o Programa de Formação e Mobilização Social para a Convivência com o Semiárido da ASA e congrega o P1MC.

Adequação
Sociólogo e coordenador do P1+2, Antonio Barbosa explica que o Brasil deve atingir a meta de 1 milhão de cisternas no fim deste ano. O cálculo da necessidade no entanto, foi atualizado para 1.280.000 e, já que a agricultura familiar camponesa soma 1,5 milhão de famílias no País, calculasse a necessidade de avanço também na construção de tecnologias de segunda água para a produção.

Ele explica que, como a realidade predominante é de pouco espaço, o mais viável é a construção no quintal, o que potencializa o entorno e, neste caso, a tecnologia mais viável é a cisterna calçadão. Daí, de 100 mil tecnologias de captação e armazenamento, mais de 50% são do tipo. A segunda tecnologia mais empregada é a cisterna enxurrada, ideal para a produção no quintal, pequenos roçados e criação de animais.

Na sequência, vem a berreiro-trincheira, a que mais acumula água, em torno de 500 mil litros, quase dez vezes a quantidade da cisterna calçadão (52 mil litros). A questão é que necessita de espaço, com profundidade mínima de três metros. Já a barragem subterrânea, é mais difícil de localizar, depende do tipo de solo, profundidade. Em compensação, garante melhores resultados, tanto para uso doméstico quanto para manutenção de plantios e criação de animais.

A ASA não tem trabalhado com barraginha; a bomba d’água popular é mais utilizada em situações de emergência; e o tanque de pedra depende da formação rochosa, sendo normalmente de uso comunitário. Mais fácil de localizar, consegue "dialogar" com um conjunto de outras tecnologias.

Corte os cascos periodicamente para minimizar as claudicações


O corte periódico dos cascos é um fator importante para diminuir a incidência de uma das maiores causas de claudicações no rebanho: as úlceras da sola do casco. O corte assegura que se distribua o peso adequadamente em todas as patas e reduz o perigo de que um casco receba uma carga excessiva e que se desenvolva úlcera na sola do casco. A observação regular dos animais durante as caminhadas e ao corte periódico de cascos são procedimentos necessários das operações leiteiras modernas. São particularmente importantes no manejo de problemas das patas.
 O tecido do casco cresce somente meio centímetro por mês. A forma do casco depende tanto da velocidade de crescimento como da velocidade de desgaste. O crescimento excessivo é mais ou menos uma conseqüência natural das condições de alimentação e alojamento comuns nas explorações intensivas do gado leiteiro. O efeito do crescimento excessivo do casco é a sobrecarga e a instabilidade, em especial nos cascos do lado externo das patas posteriores e os cascos do lado interno das patas anteriores.
 As unhas crescem demais...
 O crescimento excessivo ocorre mais freqüentemente na parte anterior do casco, onde o tecido córneo é mais duro e o crescimento é mais rápido e a velocidade de desgaste é menos severa. Em contraste, o tecido do casco nos calcanhares é mais suave, seu crescimento é mais lento e a velocidade de desgaste é mais rápida porque há maior carga de peso neste ponto. A conseqüência é que o casco se alarga na ponta e se levanta elevando-a acima do nível do solo, baixando então o nível da parte posterior (N. do E..: Diz-se que estes animais caminham “sentados sobre os calcanhares”). O ângulo da parede posterior do casco ou muralha se reduz de uma inclinação normal de 45 graus a 30 graus ou menos.
 Também pode haver crescimento excessivo na cobertura ou sola. Os humanos desenvolvem calos nestas áreas que suportam o peso (parte anterior da planta do pé e parte baixa do calcanhar). As vacas não desenvolvem calos, ao invés disso produzem mais tecido córneo nas solas dos cascos que suportam o peso. A dinâmica do crescimento do casco é ainda mais exagerada em vacas que tem sofrido laminites ou naquelas alojadas em concreto ou outras superfícies do piso duro.
 Quase todas as vacas se beneficiam com o corte dos cascos uma ou duas vezes ao ano. A maioria das granjas faz o corte uma vez ao ano, à secagem. Considerando os efeitos do crescimento excessivo do casco sobre a alimentação, alojamento e laminites, o corte dos cascos (ou pelo menos a avaliação para determinar a necessidade do corte) pode ser justificável na metade da lactação. Porém, o corte unicamente à secagem assegura que a maioria das vacas se manterá bem por mais de um ano antes de necessitar um novo corte. Dependendo das condições de alojamento e da prevalência de laminites, os problemas de crescimento excessivo do casco e de doenças dos cascos são mais prováveis que ocorram nos animais que cortam os cascos apenas à secagem.
 Passos que devem reger o procedimento...
 Os passos seguintes devem delinear as normas básicas do corte dos cascos. Este procedimento está baseado em um método descrito em “cuidado com as patas e corte dos cascos” escrito por E. Toussaint Raven, da Holanda. Antes de começar, faça uma avaliação cuidadosa de todas as vacas para determinar quais necessitam ser cortadas.
 Passo 1: Comece com o casco do lado interno de uma pata traseira e corte a ponta do casco para que fique com um tamanho apropriado. A parede anterior do casco do lado interno deve medir 7,5 centímetros de largura desde o anel coronário até a ponta do casco. A grossura da tampa deve manter-se num mínimo de 6 milímetros, trate de cortar o calcanhar o menos possível.
 Passo 2: Usando o casco interno que acaba de cortar como guia, corte o casco externo da mesma pata posterior até que fique do mesmo tamanho. Observe que a parede anterior do casco externo possa ter um tamanho um pouco maior que 7,5 centímetros quando está cortada e pareça ter o mesmo tamanho do casco interno. Em seguida iguale a superfície da sola do casco externo à superfície da sola do casco interno. Quando terminar, as superfícies que suportam o peso devem ser planas de dentro para fora e da frente para trás.
 Passo 3: Dar forma e declive à sola de modo que a proporção interna, que está mais atrás da sola, se incline até o centro dos cascos. Tenha cuidado, porque a concavidade ou inclinação excessiva da sola nesta área reduz a zona disponível para receber a carga do peso do corpo às áreas das paredes externas. Este é um dos erros mais comuns ao cortar os cascos. Porém, a declinação apropriada da sola nesta região reduz a pressão no local em que se desenvolvem as úlceras com mais frequência e ajuda a abrir espaço entre os cascos.
 Passo 4: Balanceie os calcanhares. As superfícies dos talões que suportam o peso do corpo devem ficar planas. Isto distribui o peso uniformemente entre os cascos.
 Os passos 5 e 6 se usam para tratar problemas de patas já existentes e devem aplicar-se segundo sejam necessários.
Passo 5: Rebaixe mais o casco machucado até o calcanhar, para aumentar a carga de peso no casco são. Na maioria dos casos, os cascos machucados são o externo de uma das patas posterior e o casco interno de uma das patas anterior. As indicações especificas para este procedimento de corte incluem crescimento excessivo que tem levado à sobrecarga (hemorragia na sola no local da úlcera) ou carga excessiva do peso do corpo sobre esse casco. A diminuição do casco machucado reduz a carga de peso nesse casco e permite a recuperação e o retorno eventual ao funcionamento normal e a saúde. Em alguns casos, é necessário aplicar um sapato ou bloco ao casco são a fim de reduzir a carga do peso no casco machucado.

Passo 6: Elimine o tecido córneo não endurecido e emparelhe as bordas duras. Deve ficar apenas tecido são. Quando cortar, coloque atenção ao balanço entre cascos. O objetivo principal é a eliminação do tecido córneo estragado enquanto se preserva o casco, especialmente o calcanhar.

Parte de acertar uma pata é o corte do casco. Em outras palavras, a menos que se corrija o defeito que originou o problema, os benefícios do tratamento são de curta duração. Quando se seguem os procedimentos descritos deve fixar-se em quais são as vacas com claudicação que se deve cortar de maneira diferente à já assinalada. É frequente que uma vaca com problema em uma pata tenha problemas similares em outra pata. Finalmente, se devem voltar a examinar as vacas que não respondem ao corte ou pioram nos dias seguintes.
 Os problemas de patas e pernas são preocupações sérias em muitas granjas. As causas destes problemas incluem nutrição, alimentação, alojamento, ambiente, outras doenças, nível de manejo e influências genéticas. O corte dos cascos é apenas uma forma de enfrentar os problemas de claudicação, mas tem um papel importante no tratamento e prevenção dos cascos.
FONTE: Universidade do Leite