quarta-feira, 17 de junho de 2015

Construções de barragens e tanques garantem melhorias para o município de Itinga

Mais de 100 famílias foram beneficiadas com a construção de cinco barragens e 100 tanques de captação de água de chuva em Itinga, no Nordeste de Minas. O município, que sofre com longos períodos de seca, hoje consegue tratar melhor o gado e algumas famílias cultivam pequenas plantações.

A Ruralminas, por meio do Programa de Convivência com a Seca e Inclusão Produtiva – Água para o Semiárido, é a executora do programa. O objetivo é garantir o armazenamento de água de chuva, a perenização dos córregos da região e, consequentemente, o aumento da oferta hídrica.

As barragens foram construídas em locais estratégicos e possibilitam que as comunidades utilizem a água acumulada para diversos usos. Com as obras também foi possível melhorar o acúmulo de água no solo, elevando o lençol freático e favorecendo o cultivo de plantações. De acordo com o mobilizador do Senar-MG, Emerson Cordeiro, as obras trouxeram muitas melhorias para a população. “Antes da construção dos tanques, que são usados para o tratamento do gado, muitos animais morriam por falta de água e o prejuízo das famílias era grande. Agora, o gado está forte e as famílias comercializam hortaliças, milho e mandioca na feira coberta da cidade”, conta.

Cordeiro também lembra que antes das obras os produtos da feira da cidade eram escassos e expostos no chão. Com a construção das barragens surgiu a feira coberta, com mais estrutura e diversidades de produtos. Atualmente a feira conta com cerca de 50 comerciantes.

O produtor rural Edson Moreira, mais conhecido como Curica, comemora a maior oferta de água depois das obras. “Antigamente precisávamos andar cerca de quatro quilômetros para buscar água para o tratamento do gado e das plantações. Hoje tudo mudou, tenho água no meu terreno e passei a cultivar coco, laranja, acerola, uma pequena horta, banana, cana, milho, pimenta e leite”, festeja.

Para o gerente regional da Ruralminas em Governador Valadares e coordenador dos trabalhos, Leonardo Machado Natalino, o trabalho desenvolvido foi de extrema importância devido à carência hídrica da região. “A satisfação dos beneficiados foi notória desde a chegada dos equipamentos, e muitos ficaram surpresos com a capacidade que o Estado tem de promover obras para garantir a oferta de água proporcionando a permanência do homem no campo e, consequentemente, a melhoria da qualidade de vida”, destaca.


Fonte: Ruralminas


Bananicultura brasileira busca tecnologia para expansão de mercado


Representantes de 25 estados participaram da oitava edição do Simpósio Brasileiro de Bananicultura (Sibanana) e da 1ª Feira de Fruticultura do Norte de Minas (Frutinorte), em Montes Claros. Os eventos, que contaram com cerca de 400 participantes, terminam nesta sexta-feira, 12, com as visitas técnicas em bananais irrigados em Jaíba e Capitão Enéas.
Durante o Sibanana, especialistas apresentaram em 18 palestras, abordando sistemas eficientes de irrigação, controle de importantes doenças da cultura como o mal-do-Panamá e as Sigatokas, dentre outros relevantes temas para o setor. “É um setor ávido por conhecimento, que a cada encontro traz mais informações para o desenvolvimento da cultura e mais qualidade para a fruta produzida no Brasil, que pode ser expandida para o mercado europeu, a partir das tecnologias que estão sendo desenvolvidas pela pesquisa em rede.”, conclui a coordenadora desta oitava edição, Maria Geralda Vilela Rodrigues, que é pesquisadora da Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig).
De acordo com Victor Gálan Saúco, das Ilhas Canárias, na Espanha, que ministrou palestra sobre produção em campos protegidos, o evento proporcionou importante troca de conhecimento. “Em meu país o clima é subtropical. Eu trouxe informações de como o cultivo cresce neste ambiente distinto e também o cultivo da fruta em estufa. Levo daqui conhecimento sobre o crescimento da planta, as técnicas de cultivo em áreas secas, com o desafio do controle de enfermidades, como o mal-do-Panamá, que é frequente na região do 
semiárido”, analisa.

Segundo o coordenador técnico Estadual de Fruticultura da Emater-MG, Deny Sanábio, esses conhecimentos serão disseminados nas unidades da Emater. “O cultivo da banana é expressivo no Estado. O Norte de Minas está em primeiro lugar, o Sul em segundo, fora a região central do Estado, que está avançando na plantação dessa fruta. Um evento desse porte contribui, significativamente, para troca de experiências, por exemplo, sobre o Trichoderma, fungo de solo benéfico para fortalecer o cultivo e pouco utilizado pelos produtores, um manejo de baixo custo e que privilegia a linha agroecológica”, destaca.

O bananicultor Rodolpho Veloso Rebello, que cultiva a fruta em uma área de 160 hectares, em Pedras de Maria da Cruz (MG), destaca o alto grau de conhecimento disseminado neste Simpósio. “O evento apresentou novidades na área de cultivo e manejo, que levarei para o dia a dia da minha produção. A Frutinorte, com produtos para cultivo, com tecnologia de porte, também foi um diferencial nessas oito edições do Sibanana”, afirma.

Para o pesquisador aposentado do Instituto Agronômico de Campinas, Raul Moreira, que pesquisa banana desde o início da década de 1960, o setor tem interesse, tecnologia, boas áreas de produção e mercado. “Existem diversas variedades comerciais dos grupos prata, nanica, terra e ouro para atender o gosto do consumidor. As bananas do tipo prata são as mais comercializadas, mas a melhor que existe é aquela madura na mão da gente”, sorri. Raul foi o grande homenageado desta oitava edição do Sibanana.

O Simpósio Brasileiro de Bananicultura foi uma realização da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), com organização técnico-científica da Epamig. Entre as instituições parceiras estão a Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes), Universidades Federais de Minas Gerais (UFMG) e do Vale do Jequitinhonha e Mucuri (UFVJM) , IFNMinas, IF Baiano/ Campus de Guanambi, Embrapa Mandioca e Fruticultura, Emater/MG, Abanorte e Mundo de Idéias.

Biotecnologia

A propagação de mudas de banana a partir de semente sintética foi uma tecnologia inovadora apresentada durante o Sibanana, no ônibus itinerante Ciência Móvel da Epamig. No ano passado a pesquisadora da EPAMIG, Luciana Londe, também coordenadora do laboratório de Biotecnologia da Epamig Norte de Minas, maior da região, iniciou estudo pioneiro para criopreservação de material biológico da bananeira.

A técnica consiste na conservação de material biológico a temperaturas ultrabaixas, em botijão criogênico, em nitrogênio líquido a - 121ºC. Segundo a bióloga, é uma técnica pioneira para propagação de semente sintética, da variedade Prata Gorutuba, muita cultivada na região Norte de Minas. “Essa tecnologia pode democratizar a produção de mudas, a partir da cultura de tecidos e ampliar a oferta de materiais geneticamente melhorados e livres de patógenos”, conclui.

A pesquisa em andamento, fomentada pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (Fapemig), busca conservar o material biológico por mais de um ano, assim como já acontece com semens humano e bovino.

Premiação

Foram premiados os quatro melhores trabalhos dos 112 aceitos pela Comissão Técnico-Científica do Simpósio, que estiveram expostos na seção de pôsteres do Sibanana. A premiação foi uma iniciativa da Sociedade Brasileira de Fruticultura (SBF), com duas assinaturas de anuidade da SBF, na categoria profissional e prêmios em dinheiro para a categoria acadêmica.

De acordo com o professor da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Paulo Sérgio Nascimento Lopes, coordenador da Comissão, os trabalhos passaram por oito áreas de conhecimento e foram enviados de 12 estados brasileiros. “O maior enfoque foi fitossanidade, em função da grande incidência de doenças nesta cultura e da preocupação com a chegada de novos patógenos”, disse.


Fonte: Seapa / MG


Desertificação atinge grandes áreas do Semiárido


Mais de 1 milhão e 260 mil km2 em 1.440 municípios de oito estados da região Nordeste e do norte de Minas Gerais. Esta é a dimensão da degradação extrema do solo, da cobertura vegetal, da biodiversidade e da perda de capacidade produtiva das atividades agropecuárias em uma vasta extensão de terras do país. Ou seja: susceptível à desertificação, de acordo com o pesquisador Iêdo Bezerra Sá, da Embrapa Semiárido.

Para o Senador Fernando Bezerra Coelho, presidente da Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, esta é uma situação que "já passou da hora" de ser tratada com mais seriedade e atenção. Os dados disponíveis expõem a gravidade que só se acentua com o passar do tempo. Nos últimos 10 anos, por exemplo, o desmatamento da Caatinga atingiu uma área equivalente ao tamanho de Portugal, a ponto de, hoje, estar com quase 50% do seu território afetado por processos acentuados e severos de desertificação.
 


Fernando Bezerra defende a inclusão deste fenômeno ambiental como um dos temas de políticas públicas para o Nordeste. Como consequência, tornar a desertificação uma das prioridades da proposta que o governo brasileiro levará para a 21a Conferência sobre o Clima (COP 21), organizada pela Organização das Nações Unidas (ONU), em Paris, no mês de dezembro.

Raízes - O quadro mais grave está registrado no Ceará, onde todos os 184 municípios são afetados por esse fenômeno. No Rio Grande do Norte, Paraíba e Piauí a extensão afetada ultrapassa 90% dos seus territórios, a maior parte localizada no Semiárido, onde as condições ambientais são vulneráveis à exploração extrativista ou ao manejo inadequado dos recursos naturais.

Quase a metade da região Semiárida do Brasil – 43%, é caracterizada por solos de constituição frágil, que até chuvas mais intensas podem levar a sua desestruturação. Um deles, os chamados Luvissolos, que se estende por 13,3% do Semiárido, tem a característica de ser raso, com 50-60 cm de profundidade. Quando chove, encharca e, não raro, tem seu horizonte superficial arrastado.

Os Planossolos e os Neossolos Litólicos, que estão em 10,5% e 19,2% do Semiárido, possuem argila ou rocha em pequena profundidade (30-40 cm) ou mostram-se pedregosos e compactados na superfície, respectivamente. Nas duas situações, além da pouca fertilidade, sobressai o impedimento às raízes das plantas de crescerem.

"Atividades predatórias como queimadas, revolver o terreno sem a devida consideração de suas características físicas, químicas e biológicas desses solos são como acertar um tiro no pé", garante Iêdo. "O impacto disso põe em risco até mesmo a sobrevivência das pessoas que habitam esses locais".

O termo desertificação remete à imagem de um "mar" de areia, sem planta alguma a compor a paisagem, de poucas chuvas em períodos muito breves do ano, e onde não se pratica agricultura – salvo em alguns poucos oásis. A Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos das Secas - UNCCD (sigla em Inglês) emprega o termo desertificação para caracterizar realidades de degradação extrema e se aplica à terra, à cobertura vegetal e à biodiversidade e está associada à perda da capacidade produtiva nas regiões áridas, semiáridas e subúmidas secas.

Fragilidade - Iêdo Sá explica que existe um amplo consenso de caracterizar a degradação das terras como consequência da ação humana e de fatores climáticos. Nas áreas rurais, são comuns práticas de desmatamento, extração excessiva de produtos florestais, queimadas, sobrecarga animal, uso intensivo do solo e seu manejo inadequado.

Nos últimos quatro anos, a seca prolongada na região tornou evidente as consequências derivadas da ação humana. É significativo, ainda, observar que, nas áreas em processos de desertificação, é "elevada a incidência de pobres e de indigentes, em proporções significativamente maiores que a média nacional".

Para Iêdo, diante da ameaça de expansão dos processos de desertificação, as instituições públicas e as organizações da sociedade civil deveriam ser mais efetivas na implementação de medidas que agilizem a criação de uma maior quantidade de áreas de proteção, além de outras com importância no funcionamento ecossistêmico do bioma. Dentre elas, o caso dos remanescentes do Piauí, a Chapada Diamantina, os Brejos de Altitudes de Pernambuco, da Paraíba e do Ceará, que estão sob forte ameaça.

Mas, além disso, é "fundamental" a aproximação dos departamentos das universidades e centros de pesquisa, das áreas onde são debatidas e definidas as políticas públicas no país, como a Comissão Mista de Mudanças Climáticas do Congresso Nacional, afirma Iêdo. "As informações e conhecimentos técnico-científicos produzidos nessas instituições são importantes na elaboração proposta brasileira e da sua apresentação em um fórum internacional como a COP 21". 

Fonte: Embrapa


Seca já castiga 103 municípios, 70 no Norte de Minas


Subiu para 103 o número de municípios com decretos de situação de emergência na Coordenadoria Estadual de Defesa Civil de Minas Gerais (Cedec/MG) por causa da seca. Destes, três foram formalizados no ano passado e 100 neste ano. A grande maioria é do Norte de Minas: 70. Dos últimos 30 entes municipais que decretaram situação de anormalidade, 27 são da região. Alguns decretos perderam validade neste mês, entre eles o de Montes Claros, venceu no último dia 6/6, mas o município poderá dar entrada com novo documento por causa do agravamento da estiagem. Antes, o Governo de Minas lançará em Montes Claros, na próxima quinta-feira (18/6), suas ações de combate aos efeitos da seca.
 
A apresentação do plano, que será a partir das 8h30, no auditório da Associação dos Municípios da Área Mineira de Sudene (Amams), com a presença do chefe do Gabinete Militar do Governador e titular da Cedec/MG, Coronel PM Helbert Figueiró de Lourdes, que será recepcionado pelo residente da Amams e prefeito de Capitão Enéas, César Emílio Lopes Oliveira. O evento contará com uma apresentação do Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) sobre “Previsão Climatológica” e do site do Centro de Estudos de Convivência com o Semiárido (CECS), além de pronunciamentos de lideranças estaduais e regionais.
 
Após quatro meses de dadivosas chuvas, o Norte de Minas deve se preparar para momentos complicados a partir de agora, já que não previsão de chuvas para a região nos próximos três a quatro meses, correspondentes ao período seco. No primeiro semestre, à exceção de janeiro, as precipitações pluviométricas foram dentro ou próximas das médias históricas em fevereiro, março, abril e maio. Mas, como já era esperado, junho começou muito quente e com baixa umidade relativa do ar durante o dia, com períodos de frio à noite.
 
Para os próximos dias, previsão é de predomínio de sol, apenas com variação de poucas nuvens. No período, a temperatura máxima deverá variar entre 29ºC e 31ºC e a mínima entre 13ºC, mas com sensação térmica de 12ºC, e 18ºC. Já a umidade relativa do ar deverá oscilar dos críticos 22% a 84%. Nos próximos dias, o Sol deverá surgir entre 7h23 e 7h25 e se pôr entre 18h26 e 18h27.
 
EMERGÊNCIA
 
De acordo com boletim divulgado nessa quarta-feira (10/6) pela Cedec/MG, 103 municípios estavam com decretos de situação de emergência até ontem, 100 dos quais com entrada neste ano. Já os 70 municípios do extremo Norte de Minas em situação em anormalidade por causa da seca, até essa quarta-feira, eram os seguintes: Vargem Grande do Rio Pardo (2014), Mato Verde, Brasília de Minas, Mamonas, Nova Porteirinha, São Francisco, Águas Vermelhas, Cachoeira de Pajeú, Luislândia, Riacho dos Machados, São Romão, Lontra, Capitão Enéas, Padre Carvalho, Taiobeiras, Montalvânia, Lassance, Porteirinha, São João do Paraíso, Claro dos Poções, Cristália, Pedras de Maria da Cruz, Matias Cardoso, Urucuia, Jaíba, Grão-Mogol, Ninheira, Janaúba, Itacambira, Engenheiro Navarro, Jequitaí, Salinas, Manga, Novorizonte, Várzea da Palma, Divisa Alegre, Santo Antônio do Retiro, Buenópolis, Catuti, Itacarambi, Icaraí de Minas, Pai Pedro, Lagoa dos Patos, Campo Azul, Buritizeiro, Espinosa, Juramento, Mirabela, Patis, Miravânia, Berizal, Pintópolis, Verdelândia, Rubelita, Monte Azul, Glaucilândia, Guaraciama, Bocaiúva, São João do Pacuí, Gameleiras, Francisco Sá, Ubaí, Francisco Dumont, Varzelândia, Januária, Olhos D'Água, Juvenília, Joaquim Felício e São João da Ponte.