sexta-feira, 17 de julho de 2015

Abertura do mercado russo poderá beneficiar Minas Gerais

Alisson J. Silva
 A abertura do mercado russo para o leite em pó brasileiro, anunciado ontem pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento), será grande avanço para a cadeia leiteira do País. Minas Gerais, maior produtor nacional, também poderá ser beneficiado.
 
Ao todo, 11 empresas, que ainda não tiveram os nomes divulgados, serão autorizadas a exportar o produto. A abertura de novos mercados é um dos pilares do programa nacional de Melhoria da Competitividade do Setor Lácteo Brasileiro, que será realizado pelo governo federal. A expectativa é em três anos suprir cerca de 50% da demanda russa por leite em pó, queijos e manteiga.
 
Segundo nota enviada pelo Mapa, esta será a primeira vez que o Brasil venderá o produto à Rússia e a expectativa é atingir, no médio prazo, metade do mercado russo, que importa anualmente 630 mil toneladas de leite em pó, volume equivalente a US$ 1,2 bilhão. O interesse do governo brasileiro em relação ao mercado russo se deve ao país ser segundo maior comprador do produto do mundo, atrás apenas da China. As negociações começaram em fevereiro.
 
O leite em pó fará parte de protocolo de prelisting entre os dois países, o que significa que as empresas brasileiras poderão ser autorizadas a exportarem sem a necessidade de fiscalização antecipada, desde que atendam aos requisitos da legislação russa. A averiguação poderá ser feita quando autoridades da Rússia julgarem necessária.

Promissor
 
Conforme o presidente da Câmara Setorial de Leite do Mapa, presidente da Comissão Nacional de Pecuária de Leite da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) e diretor da FAEMG, Rodrigo Alvim, o mercado russo é promissor.
 
"Por ser o segundo maior importador de leite em pó do mundo, a Rússia pode proporcionar vários benefícios ao Brasil. Porém é preciso que o País tenha volume para exportar e também receba preços lucrativos. Não somos formadores de preços no mercado internacional, se os valores pagos pelo leite em pó forem suficientes para cobrir o custo, a indústria exportará muito", disse Alvim.
 
A possibilidade de ampliar as exportações de leite em pó pode trazer novo fôlego à atividade, estimulando desde a melhoria da qualidade até novos investimentos no parque industrial. A abertura de novos mercados, como o da Rússia, é um dos pilares para que o governo federal consiga implantar o programa nacional de Melhoria da Competitividade do Setor Lácteo Brasileiro.
 
"Exportar leite em pó para a Rússia é, sem dúvida, um grande avanço e muitas coisas podem acontecer a partir da abertura deste mercado. Poderemos nos tornar mais competitivos e pode haver mais injeções de recursos na cadeia produtiva, favorecendo desde o produtor até a indústria. Não tem como ampliar e melhorar a produção sem ter mercado para adquirir, por isso, acredito que demos grande passo e vamos conseguir atender a demanda do mercado interno e externo", avaliou Alvim.
 
A abertura das negociações com a Rússia também é uma chance para que o Brasil amplie, significativamente, as exportações de lácteos. Em 2014, de uma produção de 37 bilhões de litros, o Brasil exportou apenas 1%. No mesmo período, houve crescimento de 5% na produção, enquanto o consumo avançou apenas 3%.



Fonte: Faemg

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