quarta-feira, 18 de novembro de 2015

Produção de limão no Jaíba em alta


Os investimentos nos tratos culturais, nas certificações e na qualidade dos limões estão trazendo bons resultados para os fruticultores da Associação dos Produtores de Limão do Jaíba (Aslim), no Norte de Minas. Somente em 2015, a produção de limão na região ficará cerca de 30% maior, quando comparado com o ano anterior. Os bons resultados servem de base para novos projetos de investimentos, como a ampliação do galpão exportador e no projeto futuro de uma agroindústria para a produção de óleo essencial.

“Queremos expandir nossa atuação no mercado internacional, por isso vamos investir na ampliação do galpão. Para o futuro, nosso sonho é a construção de uma indústria para a fabricação de óleo essencial, produto que é muito utilizado na produção de cosméticos. É mais uma forma de agregar valor à nossa produção e aproveitar as frutas que são descartadas quando a qualidade não atende nossos padrões ou quando temos uma supersafra”, explica o presidente da Aslim, Randolfo Diniz Rabelo Rabelo.

Em relação ao mercado, os preços pagos pelo limão ao longo desde ano têm sido remunerativos. A lucratividade se deve à menor oferta do produto no mercado nacional, o que foi provocado pela redução da participação de pequenos produtores e doenças registradas nos pomares, principalmente de São Paulo.

“Os pequenos produtores ficaram desestimulados com os preços baixos pagos pelo limão até 2013 e com os gastos necessários para o combate de doenças, como a mancha negra, por isso, nos últimos anos, muitos abandonaram a produção. A redução do número de produtores em Minas Gerais e em São Paulo afetou a safra nacional, que está menor, fator que vem contribuindo para que os preços pagos pela fruta fiquem em patamares mais rentáveis”, ressalta.

Apesar da redução dos pequenos produtores na atividade, a produção de limão na Aslim deve encerrar o ano com alta de 30%, o que vem sendo alcançado pelos tratos culturais adequados e o uso da irrigação, tecnologia que minimizou os efeitos provocados pela estiagem prolongada. Somente neste ano a expectativa é colher entre 11 mil e 12 mil toneladas de limão.

Demanda

Outro fator que vem estimulando os preços é a demanda crescente do mercado mundial pelo limão produzido em Minas Gerais, isso pela associação investir na certificação da fruta. A Aslim conquistou nos últimos anos a certificação Internacional Global Gap (Eurepgap 2006), que é renovado todo ano, e a Ethical certificação de responsabilidade social. A expectativa é, em breve, conquistar também a Fairtrade (Comércio Justo).

De acordo com Rabelo, as exportações mineiras são crescentes e feitas pelas trades instaladas em Minas Gerais e São Paulo. O representante da Aslim estima que da produção total da associação entre 37% e 38% têm como destino o mercado internacional. A fruta embarcada possui qualidade diferenciada e atende a mercados mais exigentes como a Europa e o Oriente Médio.

A exportação é uma opção mais lucrativa e também uma forma de manter a oferta no mercado interno mais equilibrada. Por exigir uma qualidade superior, o mercado internacional paga até 70% a mais pelo limão”.

Uma expansão mais significativa nos embarques esbarra em antigos gargalos, como a infraestrutura precária do País, a má conservação das rodovias e a falta de investimentos em novas rotas para facilitar o escoamento da produção até os portos. Além disso, por ser um produto perecível, os custos com os embarques são mais altos, assim como o risco da atividade.

Exportação garante boa rentabilidade

Apesar de todos os desafios, para o produtor de limão e associado da Aslim (Associação dos Produtores de Limão do Jaíba), no Norte de Minas, Darcy da Silveira Glória, exportar o fruto é uma importante opção para garantir rentabilidade e manter os investimentos na produção. “O preço recebido na exportação é um incentivo para o produtor investir na qualidade. Em média, a produção que atende aos altos padrões de qualidade varia entre 30% a 35% do total e quem exporta melhora a rentabilidade na média anual”.

Ainda segundo Silveira Glória, no atual momento de entressafra do limão, os preços praticados no mercado interno estão bem próximos aos praticados no mercado externo. Em novembro, o saco de 20 quilos de limão é negociado, em média, entre R$ 10 e R$ 12, quando se exporta o valor passa para R$ 14 a R$ 15 reais.

“A exportação é importante para a composição do preço médio anual. No período de safra, quando a oferta local é bem maior que a demanda, os preços pagos ao produtor, em muitos casos, não compensam a colheita e parte do limão é deixada no campo. Neste mesmo período, continuamos a receber até R$ 15 pela exportação de 20 quilos de limão”, disse Silveira Glória.

Fonte: FAEMG

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