sexta-feira, 12 de julho de 2013

Milhares de pessoas buscam o aroma, o sabor e a qualidade da aguardente típica da região de Salinas, no Festival Mundial da Cachaça


A Associação dos Produtores Artesanais da Cachaça de Salinas (APACS), na região Norte mineira, realiza o XII Festival Mundial da Cachaça nos dias 12, 13 e 14 de julho, ocasião em que espera receber um público de 25 mil pessoas que, como nos anos anteriores, buscam no evento o aroma, paladar e qualidade da aguardente produzida na região, com preços que variam desde R$12 até R$1mil; caso da garrafa marca Havana com mais de 20 anos. O preço normal da garrafa de Havana  é  R$250.

Segundo explica Sebastião Cezar Ferreira do Carmo, extensionista Agropecuário  da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural de Minas Gerais (Emater-MG), a atração que o mercado consumidor tem pela cachaça de Salinas resulta de vários fatores favoráveis que só a região possui, como o clima propício para a cana de açúcar, o tipo de Solo, onde normalmente é plantada a cana tipo aluvião, modernos equipamentos para a produção, as leveduras existentes, o processo de destilação, a higiene e o período de armazenamento em dornas de Bálsamo, Jequitibá e Umburana.


“Esses fatores, certamente, diferenciam e agregam qualidade, paladar e aroma à cachaça de Salinas”, atesta o técnico.  “Outro ponto positivo muito importante para essa qualidade é o esforço que a APACS faz na busca do Selo de Origem e Identificação Geográfica. O Selo está no começo do processo de identificação e cadastramento dos produtores”, declara Cezar do Carmo.
                                                                                                          
O Festival conta com a participação de 20 dos 25 produtores de cachaça associados na APACS que esperam realizar promissores negócios. Além dos produtores de cachaça,  os setores da indústria, máquinas e fornecedores de insumos da região de Salinas e de outras regiões do estado, participam do Festival criando oportunidades de negócios em 65 estandes. A Emater-MG ocupa um dos estandes, concentrando todos os trabalhos desenvolvidos na agricultura familiar e com o produto cana, que é a matéria prima básica para a produção da cachaça”.

O evento divulga cerca de 50 cachaças, “com destaque para as marcas Havana, Anísio Santiago e Canarinha, muito procuradas, inclusive pelo público do exterior”. As cidades de Taiobeiras, Novorizonte, Fruta de Leite, Santa Cruz de Salinas e Rubelita, associadas à APACS, também participam do Festival divulgando suas produções.

14 marcas de cachaça têm certificação do  IMA

Na região de Salinas existem 56 marcas de cachaças. Salinas, por si só, detêm 27 delas. Segundo levantamento da Emater-MG, a produção gera 400 empregos diretos e 600 indiretos na zona urbana. Já na zona rural gera 600 diretos e 120 indiretos. Há em Salinas 20 produtores com alambiques próprios e existem também oito estandartizadoras e engarrafadoras que compram a cachaça de pequenos produtores e colocam a própria marca.

Através do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA), 14 marcas de cachaça de Salinas receberam certificação nos últimos anos. Entre as certificações estão duas cidades produtoras da região: Fruta de Leite com a marca Fascinação e Novorizonte com a marca Salinas.

Aguardentes da região possuem Indicação Geográfica
Em 2012 a Emater-MG integrou um comitê formado por diversas instituições e representantes de produtores para reivindicar e defender o reconhecimento geográfico da cachaça, num processo que solicitou a concessão da Indicação Geográfica (IG) às aguardentes fabricadas em Salinas: Novorizonte, Fruta de Leite, Santa Cruz de Salinas e parte do território de Taiobeiras.

Todo o processo demorou cerca de dois anos e meio e contou com várias ações do grupo e da empresa pública mineira de extensão rural.  Para o gerente regional da Emater-MG de Salinas que acompanhou o processo na ocasião, Reginaldo Ângelo de Souza, “a obtenção da IG agrega valor ao produto da terra e representa ganhos tanto para o consumidor, quanto para o produtor, pois dá a segurança de um produto único de uma região, tendo a garantia de paladar, cheiro e jeito de fabricação”.

Ainda segundo ele, “os produtores ganham mais com o que produzem, melhorando a própria qualidade de vida e dos que participam da cadeia produtiva, como os agricultores familiares fornecedores da cana de açúcar e da mão de obra”.

Das 21 indicações concedidas pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), no país, Salinas é a segunda região brasileira reconhecida pelo órgão com indicação de procedência para a produção de cachaça. A primeira é Parati, que conseguiu a indicação em 2007.


Fonte: EMATER/MG

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