terça-feira, 12 de março de 2013

Técnicas simples melhoram a produção de caprinos no Semiárido

Técnicas simples melhoram a produção de caprinos no Semiárido. Pequenas mudanças de práticas na criação de caprinos podem apresentar bons resultados para os produtores do sertão do Nordeste. Um estudo realizado na Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em Petrolina (PE), mostra que a adoção de algumas técnicas simples permitem melhores desempenhos produtivos dos animais, o que implica em maior rentabilidade da atividade.
    
Os experimentos estão sendo conduzido pelo pesquisador da Embrapa Semiárido Tadeu Vinhas Voltolini e pelo médico veterinário Jair Campos Soares, mestrando em Ciência Animal pela Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf). O foco do sistema de produção analisado é a alimentação e o manejo dos animais.
 
                                                                                    Fernanda Birolo

Tradicionalmente na região, a criação de caprinos é praticada de forma extensiva, com a alimentação baseada exclusivamente na vegetação nativa da Caatinga. Segundo os pesquisadores, esta base alimentar é insuficiente tanto em termos de quantidade quanto de qualidade, e a perda de peso provocada especialmente no período da seca compromete o desempenho reprodutivo das fêmeas e o peso das suas crias.

Já no sistema de criação proposto na pesquisa, utiliza-se uma combinação da vegetação nativa e reserva de forragens. “Quando está verde, criamos o rebanho na Caatinga – sem exceder a quantidade de animais alimentados com essa vegetação –, e quando está seco usamos outras estratégias para a alimentação, como a palma, o capim bufel, a pornunça, a maniçoba e a melancia forrageira, a maioria sendo conservada na forma de feno e silagem ”, explica Tadeu Voltolini.

Quanto ao manejo dos animais, uma das principais técnicas adotadas é a estação de monta, em que os machos são mantidos separados do rebanho, e colocados junto às fêmeas somente no período programado para a reprodução. Dessa forma, o nascimento, o desmame e a engorda dos animais podem ser planejados, dando atenção a cada uma dessas atividades - o que representa melhor manejo dos animais em associação com a otimização da mão-de-obra da propriedade.

De acordo com Jair Soares, nesse sistema de produção, o índice de mortalidade das crias foi de apenas 5%, número considerado baixo quando comparado ao sistema tradicional de criação extensiva, que chega a ser superior a 30%. Além disso, a fertilidade das fêmeas alcançou 75%, valor bastante superior ao normalmente encontrado na região. “Com uma alimentação e manejo adequados, a eficiência reprodutiva dos animais aumenta”, explica o veterinário.

Para o pesquisador Tadeu Voltolini, esses são resultados que vão levar a propriedade a ter um melhor retorno econômico. Os dados da pesquisa foram obtidos no ano de 2012, marcado pela maior estiagem das últimas décadas no Nordeste. “Isso mostra que mesmo em um período de seca, técnicas simples fazem grande diferença em um sistema de produção”, avalia.




Pesquisa e repovoamento do São Francisco ganham reforço da Codevasf em 2013

 Os Centros Integrados de Recursos Pesqueiros e Aquicultura operados pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) receberão investimentos de R$ 14 milhões em 2013. Os recursos previstos serão destinados principalmente para reforma e ampliação desses centros que têm como principal objetivo promover a revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco.

A expectativa é que os investimentos contribuam para o aumento da produção nos Centros Integrados nesse ano – que passarão a produzir cerca 15 milhões de alevinos. Em 2012, foram 11,7 milhões. Dentre as espécies nativas produzidas destacam-se matrinchã, dourado, surubim e piau; e as espécies exóticas, usadas na piscicultura comercial, tambaqui e tilápia. “Espera-se que haja aumento no número de alevinos porque alguns Centros, como Três Marias, Bebedouro e Itiúba, já estarão com suas obras praticamente prontas”, explica o chefe da Unidade de Recursos Pesqueiros e Aquicultura da Codevasf, Leonardo Sampaio.

A Companhia também espera triplicar o número de peixamentos realizados em relação ao ano passado – serão cerca de 100 peixamentos em 2013. A ação consiste no repovoamento do rio usando algumas espécies nativas de peixes da bacia do São Francisco, produzidas nos Centros Integrados. Por meio dessa iniciativa, a empresa busca a manutenção e o aumento dos estoques pesqueiros, garantindo o futuro da pesca e gerando renda para a população local.

Ao todo, são sete centros integrados, distribuídos nos estados de Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Pernambuco e Sergipe. O Centro de Betume, em Neópolis/SE, receberá R$ 4 milhões para a segunda etapa de reforma e ampliação que deve iniciar em abril. Para a segunda etapa da obra, o Centro de Gorutuba, em Nova Porteirinha/MG, também deverá receber R$ 4 milhões; enquanto o Centro de Xique-Xique/BA, R$ 2 milhões. Em Porto Real do Colégio/AL, o recurso previsto para a terceira etapa da obra do Centro de Itiúba é de R$ 1 milhão.

Além dos investimentos em reforma e ampliação, para operação e manutenção dos centros estão previstos recursos de R$ 2,3 milhões, provenientes do Programa Pesca e Aquicultura, por meio de uma ação coordenada pela Secretaria de Planejamento e Ordenamento da Aquicultura do Ministério da Pesca e Aquicultura (MPA), principal parceiro das ações da Codevasf no setor; e cerca de R$ 700 mil, de convênio entre os Centros Integrados de Três Marias e de Gorutuba e a Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig).

Os Centros Integrados têm se tornado referência no desenvolvimento de pesquisas e tecnologias de reprodução, larvicultura e alevinagem de espécies de peixes nativas e produção de alevinos para o repovoamento de mananciais. “As ações beneficiam milhares pessoas todos os anos, seja de forma direta, por meio de suas capacitações e fomento à piscicultura em tanques-rede, ou de forma indireta com os benefícios decorrentes dos peixamentos realizados”, destaca a gerente de Desenvolvimento Territorial da Codevasf, Kenia Marcelino.

A infraestrutura básica das unidades é composta por laboratórios de limnologia (estudo da qualidade da água), ictiologia (estudo da biologia dos peixes) e reprodução artificial; viveiros para produção de alevinos, reprodutores e matrizes; escritórios e depósitos.

Segundo o diretor da Área de Revitalização das Bacias Hidrográficas da Codevasf, José Augusto Nunes, “os investimentos aplicados nos Centros Integrados nos últimos anos, mais de R$ 20 milhões, garantem a continuidade de suas ações e o avanço em muitas áreas, como na reprodução artificial de peixes do São Francisco, permitindo um maior conhecimento das espécies do rio e fortalecendo nossas ações de revitalização”.


Fonte: CODEVASF


Acordo Conab/BNDES prevê R$ 23 milhões para agricultura familiar

O presidente da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), Rubens Rodrigues dos Santos, e representantes do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) assinaram no dia 19/02/13 (terça-feira), o primeiro edital relativo ao Acordo de Atuação Conjunta para o fortalecimento da produção rural de base familiar. A cerimônia de lançamento contou com a presença da presidenta Dilma Rousseff e foi realizada durante o 1º Encontro Nacional do Movimento das Mulheres Camponesas, em Brasília.

O valor total do acordo é de R$ 23 milhões. Nesta primeira edição, serão liberados R$ 5 milhões, destinados a grupos de mulheres, produtores agroecológicos e povos de comunidades tradicionais. “O edital é de abrangência nacional, mas com foco prioritário nas regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, para onde serão destinados pelo menos 70% dos recursos”, ressaltou Rubens Rodrigues. Nesta etapa, cerca de 4 mil famílias serão atendidas.

De acordo com o documento, o valor individual de apoio será de até R$ 50 mil por organização proponente. O objetivo é selecionar projetos que fortaleçam cooperativas e associações de agricultores familiares por meio de investimentos em estruturação, beneficiamento, processamento, armazenamento e comercialização da produção de alimentos.


Fonte: ASA Brasil

Corredor Multimodal de Transportes do São Francisco é tema de pronunciamento no plenário da Câmara

                                                                                                   Foto: Edsom Leite/Ministério dos Transportes

O projeto de criação de um Corredor Multimodal de Transportes na área do rio São Francisco – objeto de contrato mantido pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do rio São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) com o Banco Mundial – foi tema de pronunciamento na tarde desta quinta-feira (21/02/13) no plenário da Câmara dos Deputados.

O deputado Daniel Almeida (PC do B-BA) afirmou que o projeto surge em um momento em que é preciso repensar a estrutura logística do país. "É preciso repensar o atual modelo de transporte brasileiro, que tem demonstrado muita ineficiência, além de alto custo operacional, sob pena de sofrermos uma estagnação em nosso crescimento econômico", avaliou.

Em seu pronunciamento, Almeida fez referências ao trabalho da Codevasf e mencionou o seminário realizado pela Companhia e pelo Banco Mundial para discutir o projeto no início de fevereiro. "O seminário realizado em Salvador procurou se debruçar sobre como podemos alcançar o objetivo de transformar a bacia do São Francisco em uma boa experiência de transporte multimodal, mais seguro, ambientalmente sustentável e economicamente eficiente", disse.

"A Codevasf tem estudos para efetivar aumento do calado e contenção das margens no rio São Francisco. Tem trabalhado também para recuperar a mata ciliar. São ações necessárias que permitem o retorno da utilização do rio São Francisco como ponto de ligação, como foi até a década de 60 do século passado, quando era o principal elo entre o Nordeste e o Sudeste do Brasil", informou o deputado.

 O objetivo do projeto do Corredor Multimodal de Transporte do rio São Francisco é ampliar, integrar e articular as estruturas hidroviária, rodoviária, ferroviária e portuária da bacia hidrográfica do São Francisco. O governo federal instituiu em novembro de 2012 um Grupo de Trabalho Interministerial (GTI) para monitorar e avaliar o projeto realizado pelo Banco Mundial por meio do contrato com a Codevasf. A Companhia integra o GTI ao lado dos Ministérios dos Transportes e da Integração Nacional, do DNIT, da Antaq e do Governo da Bahia – este último como membro convidado.

Infraestrutura e economia

De acordo com o Banco Mundial, o Corredor Multimodal do rio São Francisco tem potencial para reduzir custos logísticos no fluxo de cargas de regiões como o Oeste baiano em pelo menos 15%, consideradas as atuais condições de navegação e infraestrutura na área do rio São Francisco. Analistas do Banco afirmam que os ganhos poderiam ser ampliados significativamente, além dos 15%, com a implantação de melhorias sugeridas em relatório recente da instituição.

Na avaliação do Banco, o custo do milho, por exemplo, pode ser reduzido, em média, de R$ 200 para R$ 170 por tonelada em uma rota hipotética do Oeste baiano até João Pessoa (PB), nas atuais condições de navegação da hidrovia. O custo do trecho rodoviário no Corredor, no entanto, ainda representaria 74% do frete total, dado que o percurso compreende 1.200 km de rodovia e 600 km de rodovia. Por esta razão o projeto propõe o estabelecimento de novas rotas ferroviárias, entre elas um ramal entre Petrolina (PE) e Salgueiro (PE).

Além de melhorias e ampliações na estrutura ferroviária, em estudos preliminares o Banco sugere a construção e a pavimentação, no Piauí e na Bahia, de 1.545 km de rodovias, a revitalização e o aumento da capacidade de outros 1.331 km e ações de ajuste em mais 1.974 km (instalação de pontes e sistemas de drenagem e correção de problemas de superfície).

Também são indicadas a instalação de terminais hidroviários de diferentes portes em Carinhanha (BA), Remanso (BA), Bom Jesus da Lapa (BA) e Barra (BA), depois da necessária execução de um programa de dragagem, derrocagem e sinalização que garanta navegação no São Francisco durante todo o ano.

A bacia do rio São Francisco cobre uma área de aproximadamente 640 mil quilômetros quadrados e abrange Minas Gerais, Goiás, Bahia, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e o Distrito Federal. O principal meio de transporte de carga na região é o rodoviário. O elevado peso dos veículos de carga leva à rápida degradação das rodovias, o que aumenta os custos totais de produção. Além disso, diversos estudos indicam o transporte hidroviário como mais seguro, ambientalmente sustentável e economicamente eficiente.

O trecho do rio que vai de Pirapora (MG) a Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), de aproximadamente 1.300 km potencialmente navegáveis para fins comerciais, é eixo de grande atividade econômica e deverá crescer com a implantação do corredor. A melhoria da navegação permitirá a otimização, por exemplo, do transporte de produtos como soja, milho e caroço de algodão do Oeste da Bahia para Juazeiro e Petrolina, e desses locais, por rodovia e ferrovia, para os principais portos nordestinos e para pontos de distribuição interna.

Competitividade internacional

O Brasil ocupou em 2012 a 45º posição no Índice de Desempenho Logístico do Banco Mundial. Os cinco primeiros colocados no ranking do índice são Cingapura, Hong Kong, Finlândia, Alemanha e Holanda. Os Estados Unidos aparecem na nona posição. Dados do Bird revelam que o custo de produção de soja nos Estados Unidos, por exemplo, é de US$ 222 por tonelada – no porto, a tonelada custa US$ 239 (os custos de transporte e logística alcançam 8%, portanto); no Brasil, o custo de produção da soja é de US$ 190 por tonelada – no porto, entretanto, o preço sobe para US$ 257 (são 35% de custo com transporte e logística).



Fonte: CODEVASF


Norte de Minas vai ganhar mais um Ceper

A Secretaria de Estado de Trabalho e Emprego (Sete), promoveu ações em Jaíba e Janaúba, no Norte de Minas, que visavam o exercício básico da cidadania dos trabalhadores mineiros.  No sábado (2/3/13) em Jaíba, a Sete assinou convênio de cooperação técnica mútua com a prefeitura daquele município para instalação do Centro Estadual de Políticas de Emprego e Renda (Ceper).

O convênio tem por objetivo o estabelecimento de cooperação técnica mútua, para a integração, operacionalização e manutenção das funções e ações do Sistema Público de Emprego, Trabalho e Renda – SPETR, que prevê a intermediação de mão-de-obra, habilitação ao seguro-desemprego, qualificação social e profissional, orientação e certificação profissional, pesquisa e informações do trabalho e fomento às atividades empreendedoras.

Certificação

Na oportunidade também foram certificados os trabalhadores jaibenses que concluíram o Ensino Fundamental por meio do Projeto Momento de Aprender, do Programa Travessia Renda. Já no município de Janaúba, também no sábado, o secretário de Estado de Trabalho e Emprego, deputado federal Zé Silva, certificou outra turma beneficiada pelo mesmo programa.

A certificação dos trabalhadores que concluíram o ensino fundamental por meio do projeto Momento de Aprender é uma das cinco vertentes do Travessia Renda, uma  oportunidade de elevação de escolaridade aos cidadãos maiores de 18 anos que tenham abandonado a escola. Promovido pela Sete ele potencializa a empregabilidade do trabalhador e suas oportunidades de geração de renda por meio da educação profissional, elevação de escolaridade, emissão de documentos e apoio à gestão municipal nas políticas de trabalho, emprego e renda.

O Travessia é um programa estruturador do Estado de Minas Gerais que visa combater a pobreza, com ações simultâneas e articuladas entre várias secretarias e órgãos públicos estaduais nas áreas de saúde, educação, saneamento, emprego e renda.