sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Águas do Cerrado: questão estratégica para o País

Segundo maior Bioma brasileiro em extensão, com mais de dois milhões de quilômetros quadrados, o Cerrado tem a sua maior parte localizada no Planalto Central do Brasil. O espaço geográfico ocupado por este Bioma desempenha papel fundamental no processo de distribuição dos recursos hídricos pelo país. "Por estar em área alta e central, o Cerrado é a origem das grandes regiões hidrográficas brasileiras e do continente sul-americano, fenômeno apelidado de Efeito Guarda-Chuva”, destaca um dos pesquisadores da área de hidrologia da Embrapa Cerrados, Jorge Werneck.


Por conta dessa característica, o Cerrado é considerado o berço das águas do Brasil. Nascentes de oito das 12 regiões hidrográficas brasileiras estão localizadas neste Bioma. “Os recursos hídricos do Cerrado possuem uma importância que extrapola em muito as dimensões do bioma”, afirma Werneck. Segundo ele, sob a perspectiva da manutenção desses processos de produção e distribuição de águas pelos rios do Brasil, e não apenas os do bioma, torna-se ainda mais importante a adequada gestão dos solos e dos recursos hídricos do Cerrado e a preservação de suas nascentes. Por ser um recurso finito, a água precisa ser usada da forma mais correta possível.

Nesse sentido, umas das linhas de pesquisa da Embrapa Cerrados, Unidade da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), sendo um centro de pesquisa ecorregional com foco na sustentabilidade da agricultura no Bioma Cerrado, é o desenvolvimento de tecnologias e estudos que favoreçam o manejo e a conservação de solo e de água. São estudadas técnicas que possibilitam o uso racional dos recursos naturais como forma de otimizar seu aproveitamento, minimizando os conflitos e os impactos ambientais decorrentes das atividades antrópicas, especialmente da agricultura.

Dentre esses estudos que buscam estimular o uso racional dos recursos hídricos na agricultura, destacam-se aqueles relacionados à questão do manejo de irrigação. A irrigação é uma prática importante para garantir a produtividade e a estabilidade da produção agrícola na região, uma vez que as chuvas no Cerrado não ocorrem durante todo o ano. Estimativas dão conta de que o Cerrado possui cerca de 10 milhões de hectares aptos à irrigação. “Atualmente, no entanto, apenas por volta de um milhão de hectares são efetivamente utilizados para esse fim. Isso indica que a prática da irrigação ainda tem grande potencial de expansão nesse bioma”, afirma o pesquisador Jorge Werneck.

Mas, mesmo ainda longe de alcançar seu potencial máximo, são frequentes os conflitos pelo uso da água por causa da sua utilização relacionada à irrigação. “Isso se deve, principalmente, à falta de um planejamento adequado do uso do solo e dos recursos hídricos no decorrer do processo acelerado de ocupação do Bioma Cerrado, o que acabou resultando na grande concentração de irrigantes em determinadas regiões”, destacou o pesquisador. O estudioso defende ser fundamental que o estabelecimento de novas áreas irrigadas considere a capacidade de suporte das bacias hidrográficas, o que também vem sendo estudado pela Embrapa para a orientação de políticas públicas relacionadas ao tema.

Além das questões relativas ao planejamento da ocupação do solo, os conflitos pelo uso da água em áreas com agricultura irrigada são ampliados pela não utilização das técnicas de manejo da irrigação existentes, apesar de serem há muito tempo conhecidas pelos profissionais da área. “A partir do monitoramento do clima, da umidade do solo ou do potencial da água nas folhas, é possível determinar o momento certo de se irrigar e o quanto de água aplicar nas áreas cultivadas, atendendo às demandas das plantas. Se esse monitoramento não é feito, ou é feito de forma incorreta, o produtor pode acabar utilizando mais ou menos água do que seria realmente necessário, o que pode prejudicar o cultivo e, por fim, seu lucro”, explica Werneck.

Gestão integrada

A Embrapa participa ativamente de diversos Comitês de Bacias Hidrográficas e de outros colegiados formados com o intuito de discutir e deliberar questões relacionadas à adequada gestão dos recursos hídricos. Além de representantes do poder público, esses grupos também são formados por representantes dos usuários das águas e da sociedade civil. “O comitê representa uma grande descentralização do poder em relação às instituições relacionadas ao tema recursos hídricos, na medida em que traz a sociedade para a discussão”, avalia o pesquisador da Embrapa Cerrados. Segundo ele, espera-se que, em breve, com o avanço da implantação da Política Nacional de Recursos Hídricos (Lei nº 9.433/97), que vem ocorrendo em quase todo o território nacional, a gestão integrada do uso do solo e da água, bem como a adoção de boas práticas, no meio rural e urbano, possa continuar gerando bens e riquezas ao país.

Sociedade define prioridades para gestão de resíduos em Minas Gerais

Os desafios na gestão de resíduos em Minas Gerais foram debatidos durante a IV Conferência Estadual de Meio Ambiente, realizada no Centro Mineiro de Referência em Resíduos (CMRR). A conferência também teve como objetivo contribuir para a efetiva implementação da Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS), discutindo as propostas que serão levadas à conferência nacional, além da escolha dos delegados que representarão o estado na etapa nacional.


“Nossa expectativa é que as propostas escolhidas hoje possam refletir as necessidades de Minas Gerais, e que também possam criar oportunidades para debater nacionalmente soluções inovadoras, com a proposição de ideias firmes e adequadas para a disposição dos resíduos”, disse a vice-presidente da Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), Aline Trindade.

Dentro dos eixos temáticos produção e consumo sustentáveis; redução dos impactos ambientais; geração de trabalho, emprego e renda; educação ambiental e questões sociais ligadas à geração de resíduos sólidos foram escolhidas 20 propostas, das 306 selecionadas nas etapas regionais e municipais, e que serão levadas para a conferência nacional.

Durante os trabalhos foi realizada, também, a eleição de 60 delegados, sendo 24 da sociedade civil, 18 do setor empresarial, 12 representantes do poder público e seis de comunidades tradicionais e povos indígenas, que participarão das discussões da conferência nacional. Os delegados escolhidos pelos estados brasileiros participarão do documento final, que será encaminhado para o governo federal, contendo 60 ações prioritárias, além da Carta de Responsabilidades Compartilhadas.

Gestão de resíduos em Minas Gerais

O secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães, ressaltou na solenidade de abertura da conferência, o trabalho já realizado em Minas Gerais como o apoio dado aos municípios na adequação da disposição dos resíduos sólidos urbanos, na efetivação da coleta seletiva, na elaboração dos planos municipais de meio ambiente e na realização de consórcios intermunicipais.

Ele frisou, também, o avanço na disposição adequada em território mineiro, saindo de 823 municípios dispondo em lixões no ano de 2003 para 267 no final de 2012. “Os desafios ainda são muitos, mas, a maior dificuldade apresentada hoje pelos municípios é no que se refere à obtenção de recursos financeiros para a implementação de aterros sanitários, por isso, faço um apelo ao governo federal para que apoie efetivamente os municípios com o aporte desses recursos”, disse.

A responsabilidade compartilhada entre os setores público, privado, sociedade civil organizada e cidadão comum também foi destaque nas reflexões feitas durante a abertura do evento. O secretário-executivo do Ministério do Meio Ambiente, Francisco Gaetani, frisou que “esta agenda de meio ambiente requer uma política que diz respeito a cada um de nós”.
De acordo com ele os processos de produção do setor privado e o poder de consumo da população devem ser discutidos. “Isso depende do engajamento de todos para que possamos construir soluções de melhoria. Acredito que o comportamento das pessoas é um grande desafio para esta e para a próxima geração. Cabe a nós abrir o caminho para que as mudanças sejam feitas”, frisou.

Conferência Nacional

Prevista para acontecer de 24 a 27 de outubro, em Brasília, a IV Conferência Nacional de Meio Ambiente (CNM) pretende qualificar o poder público, o setor privado, a sociedade civil organizada, cooperativas de catadores e cidadãos em geral no grande esforço nacional para reduzir a geração dos resíduos sólidos. A ideia é que os resíduos sejam reconhecidos, também, como um bem econômico e de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor da cidadania.

 

Guardião da Agrobiodiversidade

Tem gente que coleciona selos. Outros colecionam camisas de futebol. Mas o agricultor Geraldo Gomes Barbosa, de 50 anos, morador da comunidade de Touros, em Serranópolis de Minas, no Norte do estado, 'coleciona' sementes. São cerca de 200 espécies e variedades de vegetais e hortaliças, catalogados e guardados em garrafas pet e tambores em um cômodo de sua casa. A prática é uma tradição de família, comum da época de seus bisavós e que foi passada por gerações até ele. Mais do que um hobby, o banco de sementes crioulas de Geraldo é uma maneira de conservar variedades de espécies e também de ajudar a comunidade local a se manter abastecida sem precisar    recorrer a mercados.

O banco ou casa de sementes funciona assim: o guardião tem todo o trabalho de guardar, procurar e aprimorar as espécies e variedades e sempre que um outro agricultor precisa, para seu plantio familiar, é à casa de sementes que ele recorre. O acordo é sempre amistoso e nunca visa o lucro. O guardião 'empresta' a quantidade de sementes necessárias e no ano seguinte, quando a plantação der seus frutos, ele devolve as sementes ao guardião, com um acréscimo combinado entre os dois.

“Esse é o patrimônio deles”, destaca o agrônomo do Centro de Agricultura Alternativa (CAA) do Norte de Minas, Nilton Fábio Alves Lopes. “É através delas que toda a comunidade tem autonomia em seu plantio, além disso elas servem também para garantir sua alimentação. Ter o domínio da semente é muito importante para esse povo porque ela conserva a soberania e independência dessas famílias”, explica.

Patrimônio é uma palavra que realmente cabe aqui. Essas sementes são patrimônio econômico, histórico e cultural, não só da família de Geraldo, mas também de toda sua comunidade. Para um leigo, um feijão é sempre um feijão, mas um verdadeiro conhecedor da terra e das espécies percebe quando alterações nas sementes causam mudanças em seus frutos. “Temos muitas variedades que as pessoas perderam e me procuram interessados em recuperar. Um exemplo é o amendoim preto, que é medicinal. Minha família vem plantando essa variedade tem mais de 100 anos e passando ela a cada geração”.

O caso é prova de que o patrimônio mantido vivo por Geraldo é também uma herança. Mesmo que muitas sementes não sejam exatamente as mesmas, o conhecimento sobre seu manuseio, a paixão pela terra e a habilidade com o plantio são heranças culturais de seu  Antonino Laudelino Neto, avô materno de Geraldo. “Ele sempre tinha essa preocupação, dizendo que tudo na vida muda. Por isso é melhor guardar. Todo o conhecimento dele foi ganho na prática, com experimentos que ele fazia. Aprendi muito com ele”, conta o agricultor.

Na primeira série, Geraldo tinha que andar cinco quilômetros à pé para ir à escola. Quando ele passou de ano, a distância aumentou mais um quilômetro e a dificuldade fez com que ele parasse seus estudos por aí. Com isso, Geraldo começou, aos sete anos, a trabalhar na roça. A parte mais gostosa disso era poder passar tempo com o avô.

A infância foi muito difícil, época em que a família do agricultor, que teve oito irmãos, passou uma 'dificuldade danada'. Mas ela não impediu que o amor pelo lugar desaparecesse, tanto é que hoje ele não se imagina morando em outro lugar. E olha que Geraldo é um agricultor bem 'rodado'. No ano passado ele participou de uma conferência internacional na França, onde falou sobre suas experiências com sementes crioulas. “Também falei na Rio+20 e eles traduziram minha palestra em inglês e espanhol. Isso é muito bacana, saber que tem pessoas de outros países que estão muito interessados em saber sobre o trabalho que a gente faz”, confessa.

Além disso, representantes do Nepal e da Guatemala também já procuraram o agricultor para aprender mais sobre as práticas dele. Ajudar outras pessoas a entenderem como uma tradição tão singela pode ter tanto poder é motivo de grande orgulho para esse homem simples.  “É muito bom mostrar para as pessoas que mesmo no semi-árido a gente é capaz de produzir e ajudar o planeta”.

Mesmo em meio a uma das piores secas dos últimos 40 anos, o agrônomo do CAA ressalta que o sistema de produção deles e a metodologia da casa das sementes têm amenizado os efeitos da estiagem.

Isso porque os donos de casas têm o costume de aprimorar as sementes geneticamente, selecionando aquelas que lidam melhor ao ambiente em que estão inseridas. “A gente tem sempre conservado plantas mais resistentes e que produzem mais rápido. Tem umas que sabemos que se adaptam melhor ao semiárido, que muita gente não conhece e que garantem alimento nesses períodos críticos”, diz Geraldo. Um exemplo é a palma. Uma espécie de cacto brasileiro, ela geralmente é associada à alimentação de gado. “Mas ela é mais rica que muitos alimentos que a gente come normalmente. No México eles preparam mais de 200 tipos de pratos a partir dela”, completa.

Por essa e outras que Geraldo ganhou o título de guardião da agrobiodiversidade. “Ele é uma pessoa especial, simples e humilde. Além de selecionar os materiais, ele multiplica o conhecimento ensinando outras pessoas e incentiva que outros agricultores trabalhem assim”, afirma Nilton.

Como se não fosse o suficiente ser guardião da agrobiodiversidade, Geraldo também deseja ser um guardião da cultura sertaneja. “Meu avô paterno era sanfoneiro e eu também sou. Faço parte de um grupo de seresta e estamos fazendo um trabalho de resgate da cultura da nossa comunidade que vai virar CD”, conta. Ele também cria suas próprias músicas e poesias. Alguém faz ideia do assunto preferido dele? 


   “Eu moro no meio do mato
junto da mãe natureza
desfrutando do perfume das flores
e muita beleza” - Geraldo Gomes Barbosa 



ONU recebe exposição com obras de artesãs mineiras

Com a presença de duas artesãs mineiras, Gercina e Juracy, o artesanato mineiro está exposto na Organização das Nações Unidas (ONU), em Nova Iorque, Estados Unidos, de 9 a 26 de setembro. A exposição “Mulher Artesã Brasileira”, uma oportunidade para divulgar a produção do artesanato brasileiro e para aprimorar o desenvolvimento profissional das selecionadas, mostrará também os trabalhos de Zezinha, a representante do Vale do Jequitinhonha, que produz as famosas bonecas do Vale.

Além da mostra, estão previstas também uma exposição de fotografias e uma palestra para as 15 artesãs participantes de todas as regiões brasileiras. Compõem ainda o programa as ações de pesquisa, documentação, reflexão e divulgação através da produção visual contemporânea brasileira reunidas em um documentário e em um livro de arte para estabelecer um intercâmbio entre as diversas realidades regionais do Brasil e desvendar a alma da mulher brasileira.

Com apoio do Governo de Minas, através da Superintendência de Artesanato da Secretaria de Desenvolvimento Econômico (SEDE), e do Instituto Centro Cape, a iniciativa do projeto é da Associação Brasileira de Exposição de Artesanato (Abexa), com patrocínio do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae).

A seleção no Estado foi feita pela Superintendência de Artesanato, da SEDE, com o apoio do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene) e da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater). Foram indicadas seis artesãs e escolhidas as representantes do Vale do Jequitinhonha, do Distrito de Sagarana (Vale do Urucuia) e de Diamantina.

As representantes mineiras que estão presentes na mostra são Gercina Maria de Oliveira, tecelã do Distrito de Sagarana que integra a Central Veredas, uma rede de artesãs do Vale do Urucuia, no Noroeste mineiro, e Juracy Borges da Silva, de Diamantina, que usa sempre-viva, folhas, frutos e cascas em arranjos e adornos artesanais.

O artesanato é uma importante fonte de complementação da renda familiar pelo interior de Minas Gerais. Sua valorização e o crescimento das oportunidades de comercialização têm contribuído para a permanência das famílias na atividade e a inclusão de novos artesãos, especialmente jovens.

O artesanato mineiro é conhecido por sua riqueza e variedade em pedra, barro, madeira, prata, estanho ou fibra trançada, sendo que as peças em cerâmicas do Vale do Jequitinhonha ainda são as mais difundidas da produção estadual.

A atividade artesanal envolve cerca de 300 mil cidadãos mineiros em todos os cantos do Estado, que têm um faturamento médio mensal de um salário mínimo, o que representa uma arrecadação bruta por ano de mais de R$ 2 bilhões.



Fiemg pretende agregar valor à silvicultura em MG

Meta é alavancar a economia dos vales do Jequitinhonha e Mucuri.


Se no passado não muito distante sub-regiões do Norte de Minas, como os vales do Jequitinhonha e Mucuri, eram vistas como a aposta para o futuro da economia do Estado, hoje o desenvolvimento já é realidade nestes locais. O governo estadual já direciona ações e investimentos em infraestrutura para a região e instituições privadas confiam a instalação de algumas de suas operações às mais diversas cidades da parte Norte do Estado.

Somado a isso há ainda mão de obra farta e a estruturação do ambiente de negócios realizada por entidades integrantes do Sistema Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), que tornam a região ainda mais propícia ao desenvolvimento econômico sustentável.

Os esforços realizados em conjunto têm como principal objetivo alavancar o perfil industrial do Norte de Minas. Alguns segmentos, como os de cerâmica, comércio, serviços e silvicultura já possuem grande expressão. Outros, porém, estão em desenvolvimento e precisam ser aprimorados.

Este é o caso da silvicultura.  Expressiva a participação do segmento no que se refere ao plantio, comercialização de mudas e transformação em carvão. De acordo com o presidente da Comissão de Desenvolvimento Econômico e Social de Turmalina, Humberto Godinho Alves, o Vale do Jequitinhonha tem a maior floresta plantada contínua do mundo em eucalipto. O plantio se estende por municípios como a própria Turmalina, Capelinha, Almenara, Minas Novas, Itamarandiba, entre outros.

Porém, conforme ele, a madeira ainda é pouco direcionada para a indústria. "O foco ainda se restringe muito ao carvão. Há pouca oferta direcionada a segmentos industriais de outras naturezas como a madeireira e a construção civil", diz.
Potencialidades - E já que o objetivo das lideranças políticas e empresariais de Minas Gerais é de despertar o espírito industrial nos empreendedores da região, algumas ações têm sido realizadas como forma direcionar as atenções para as potencialidades deste tipo de mercado. Dentro desta proposta, foi realizado, nos dias 28 e 29 de agosto, no município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, a terceira edição do Seminário Nacional Manejo de Eucalipto para a Indústria.

Na avaliação do presidente da Fiemg, Olavo Machado Júnior, a aplicação de práticas industriais no segmento não só agregaria valor ao insumo plantado na região, como também traria benefícios econômicos para Minas. Conforme ele, seria mais uma forma de consolidar a política de diversificação econômica do Estado. "Mais do que isso, seria uma forma de modificar as experiências vividas pelo Norte de Minas, pelo Jequitinhonha.  preciso transformar essas regiões a partir da própria região. A solução está aqui. O que podemos oferecer é apoio", resume.

Olavo Júnior lembrou ainda o fato de, nos últimos anos, o agronegócio e a indústria terem grande participação na composição do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro. Para o presidente da Fiemg, unir os segmentos é uma fórmula certeira de sucesso. "Isso gera riqueza e consequentemente um PIB cada vez maior. O eucalipto plantado aqui tem qualidade e a partir da implantação de algumas tecnologias poderá ir muito além", diz.

Tamanha a aposta da Fiemg, que a regional Vale do Jequitinhonha foi a última das dez subdivisões da entidade a ser criada e o próprio presidente da federação permaneceu como representante dos interesses das indústrias locais. "Justamente por estar nascendo e ser importante para o desenvolvimento industrial do Estado é que acredito que essa regional precisa estar próxima da presidência".