quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Presidente da Codevasf vistoria obra do Projeto Jequitaí no Norte de Minas

O presidente da Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf), Avelino Neiva, vistoriou as obras do Projeto Jequitaí, em Minas Gerais, como parte da agenda de trabalho no estado em outubro. O empreendimento de uso múltiplo da água está sendo executado pela Companhia e faz parte do Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do Rio São Francisco. 

Avelino Neiva afirmou que a obra hídrica é a maior prioridade para a região. “Ela vai garantir o abastecimento de diversos municípios, inclusive Montes Claros. Com esse importante empreendimento, a Codevaf vai levar mais desenvolvimento para o Norte de Minas. Estamos dando prioridade ao andamento desse projeto considerado estratégico para a região”, explicou durante a visita às obras.

Entre as finalidades do projeto, que prevê a construção de duas barragens, destacam-se o abastecimento humano; a irrigação; a regularização de vazões e controle de cheias; e a geração de energia elétrica.

Na avaliação de Adelson Toledo de Almeida, secretário executivo da Associação de Municípios da Bacia do Médio São Francisco, o Projeto Jequitaí tem grande importância em diversos aspectos, como social, econômico e ambiental. “Entendemos que o processo é longo e existem questões passíveis de serem solucionadas, como a questão ambiental. Estamos confiantes no andamento desta nova etapa da obra”, afirmou.

Para a retomada da construção da barragem Jequitaí I, uma série de ações já está em andamento. A Codevasf realiza processo licitatório para contratação de empresa de engenharia para adequação dos projetos de três pontes no trecho da rodovia MG-208, que ligam Francisco Dumont a Jequitaí e estão inseridas na área de inundação da futura barragem. Além disso, está finalizando o projeto executivo da obra – que contempla, entre outros itens, o detalhamento da proteção das áreas degradas.

“A visita ao Projeto Jequitaí foi muito importante para o presidente Avelino definir as ações prioritárias para o andamento das obras desse empreendimento. A proposta dele de mobilizar os técnicos da Codevasf e realizar ainda neste ano essa licitação vem ao encontro dos anseios de toda a comunidade norte mineira”, comentou o superintendente regional da Companhia em Minas, Rodrigo Rodrigues.

Também participaram da vistoria o diretor da Área de Empreendimentos de Irrigação, Napoleão Casado, os assessores da Presidência da Codevasf Guilherme Almeida, Athadeu Ferreira e Allan Vinícius Barbosa, além do chefe de Gabinete da Superintendência Regional em Minas, Fernando Britto.

Fonte: Codevasf

Projeto de Lei enviado à ALMG cria o Plano Estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo

Minas Gerais dá um passo fundamental para enfrentar a situação de vulnerabilidade social e de pobreza no meio rural em cinco territórios de desenvolvimento. O governador Fernando Pimentel encaminhou, no último dia 26 de outubro, à Assembleia Legislativa de Minas Gerais o Projeto de Lei  (PL) 4.736/17, que institui o Plano Estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo.

A iniciativa busca assegurar políticas públicas direcionadas a esse segmento, bem como garantir a cidadania, a participação social e o empoderamento dessas famílias. O PL será analisado inicialmente pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ).

Para se ter uma ideia da grave situação no campo em Minas, o Diagnóstico Multidimensional da Pobreza Rural, feito pela Fundação João Pinheiro (FJP) entre setembro de 2016 e janeiro de 2017, mostra que o estado tem a segunda maior população rural do Brasil, com 2,88 milhões de mineiros residentes no campo, o equivalente a 9,7% do contingente nacional.

Além disso, Minas abriga o terceiro maior contingente de pessoas inscritas no Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico), o que indica que 7,64 milhões de pessoas se encontravam em situação de pobreza ou de extrema pobreza em 2016, o equivalente a 36% da população mineira estimada para aquele ano.

O Diagnóstico foi feito nos cinco territórios prioritários do Plano Estadual de Enfretamento da Pobreza no Campo: Alto Jequitinhonha, Médio e Baixo Jequitinhonha, Mucuri, Norte e Vale do Rio Doce, com abrangência de 229 municípios nessas regiões.

Esse levantamento constatou também que em todos esses territórios analisados, o percentual de pessoas que, em 2010, recebiam, no máximo, uma renda monetária corresponde a ¼ do salário mínimo vigente na data de referência do Censo Demográfico daquele ano, realizado pelo IBGE, era superior a 70%.

Além disso, ficou constatado que a renda per capita da população nos territórios de desenvolvimento estudados alcançava patamar máximo 1,08 salário mínimo vigente naquele ano.
Para reduzir essas desigualdades regionais, o Governo de Minas Geraislançou no ano passado 17 ações pactuadas na Estratégia de Enfrentamento da Pobreza no Campo, coordenadas pela Secretaria de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social (Sedese) e realizadas por vários órgãos e entidades públicas parceiras.

A partir dessas ações, e de mais outras 15 que foram incorporadas após o lançamento da Estratégia, que já garantiram diversos benefícios a esse segmento da população, o Grupo Coordenador (composto por 11 secretarias de Estado e 8 entidades parceiras) deu início à elaboração do Plano Estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo, processo coordenado conjuntamente pela Sedese e Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg).
Esse processo culminou com o envio do projeto de lei pelo governador à Assembleia Legislativa de Minas para garantir oportunidades equitativas para todos os cidadãos do estado.  O PL levou em consideração as diretrizes do Plano Mineiro de Desenvolvimento Integrado (PMDI), que abrange não só os aspectos econômicos, mas também os sociais, culturais e políticos, entre outros.

Na avaliação da secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social, Rosilene Rocha, o envio desse projeto de lei ao Legislativo é de extrema importância para o estado, já que o enfrentamento  à pobreza no campo ainda levará tempo para se efetivar, tendo em vista o grande passivo hoje em Minas Gerais.
“O Governo de Minas dá um passo fundamental, enfrentando não só os principais problemas da pobreza no campo, mas também deixa, caso o projeto seja aprovado pela Assembleia, uma lei que prevê esse enfrentamento para além dos próximos governos. Ou seja, até que o problema, de fato, seja resolvido, considerando a grave situação das pessoas que vivem no campo em Minas Gerais”
Rosilene Rocha, secretária de Estado de Trabalho e Desenvolvimento Social

Como vai funcionar

Pelo texto do projeto enviado à ALMG, o Plano vai utilizar os dados do Cadastro Único de Programas Sociais (CadÚnico) como base prioritária para a definição de políticas públicas, construção de indicadores e avaliação dos resultados.

Na mensagem encaminhada à Assembleia para justificar o projeto, o governador Fernando Pimentel salienta que a pobreza no campo é um problema complexo, caracterizado por uma série de privações sociais e estruturais que afetam as condições de vida dessa população em situação de vulnerabilidade social.

Neste sentido, para enfrentar essa situação, é necessária uma atuação coordenada e integrada dos diversos setores governamentais, de forma a produzir resultados que promovam melhorias efetivas e sustentáveis nas condições de vida da população do campo.

Entre os eixos de atuação do Plano Estadual de Enfrentamento da Pobreza no Campo estão as seguintes ações:

- infraestrutura destinadas aos serviços públicos, como os de energia, saneamento e transporte;
- acesso à terra, envolvendo a regularização fundiária e a demarcação de terras devolutas para os povos e comunidades tradicionais;
- inclusão produtiva destinada à assistência técnica e extensão rural, à segurança alimentar e nutricional e ao trabalho e renda;
- acesso aos  serviços públicos, benefícios de transferência de renda, como assistência social, educação e saúde.

Dessa forma, o Plano busca a estruturação do meio rural, a promoção do acesso à terra, a promoção da inclusão social e produtiva por meio da geração de trabalho e renda, além do desenvolvimento de políticas  e serviços direcionados ao público alvo do programa. São eles:

- povos e comunidades tradicionais, grupos populacionais específicos, tais como acampados, pré-assentados e assentados da reforma agrária;
- jovens e mulheres chefes de família com baixa escolaridade e com filhos menores de 15 anos, além de grupos populacionais mais expostos à situação de risco e de vulnerabilidade no meio rural, como idosos, crianças de 0 a 5 anos e pessoas com deficiência.

Ações integradas

O Plano será implementado por meio da articulação e integração de programas, projetos e ações,  bem como suas respectivas metas, instituídos no Plano Plurianual de Ação Governamental e da parceria com as prefeituras municipais.

A gestão será realizada de forma integrada pela Rede de Governança, instituída pelo Grupo Coordenador ¬ - instância central responsável pelas tomadas de decisão – e pelas  Coordenações Territoriais – instâncias regionalizadas responsáveis pela gestão territorial e acompanhamento da execução dos programas, projetos e ações, em diálogo com os municípios e representantes de movimentos e instituições representativas do campo.

A implementação será acompanhada por meio de sistemas oficiais de planejamento, gestão e monitoramento, nos quais os órgãos e entidades envolvidos na execução dos programas, projetos e ações deverão disponibilizar informações nas suas áreas de atuação.

Fonte: Agência Minas

Ações de revitalização em Minas são apresentadas pela Codevasf durante seminário de apicultura

Mais de R$ 700 milhões foram investidos pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) em ações que promovem a revitalização do trecho mineiro do rio São Francisco na última década. O trabalho foi lembrado pelo superintendente regional da Companhia, Rodrigo Rodrigues, na abertura do 14º Seminário de Apicultura do Norte de Minas, em Montes Claros. O evento foi realizado nesse 4 de outubro, dia em que o descobrimento do Rio São Francisco completou 516 anos.

Nos últimos 10 anos, em Minas Gerais – onde o rio nasce, na Serra da Canastra –, a Codevasf, em conjunto com o Ministério da Integração Nacional, realizou uma série de ações voltadas para conservação e recuperação do Velho Chico. São iniciativas que integram o Programa de Revitalização da Bacia Hidrográfica do São Francisco, executado em 162 dos 240 municípios da área de atuação da superintendência regional da Companhia em Minas Gerais, sediada em Montes Claros.

Mais de 9 milhões de pessoas foram beneficiadas com as ações, que incluem implantação de sistemas de esgotamento sanitário, proteção de nascentes, cercamento de matas ciliares e de topos de morros, adequação de estradas vicinais e implantação de terraços e bacias de captação de enxurrada, entre outras. “São ações empregadas com o objetivo de conter a erosão, diminuir as enxurradas e reduzir o assoreamento de áreas de veredas e cursos d'água que vão abastecer o rio São Francisco, como também de recuperar, conservar e preservar áreas em situação de vulnerabilidade ambiental. Elas têm como uma de suas consequências a melhoria da disponibilidade de água em quantidade e qualidade para usos diversos”, explicou Rodrigo Rodrigues. “Não podemos desistir do rio São Francisco. É preciso a união de todos os entes para salvarmos o rio. Conclamo a todos a se juntarem ao governo federal nessa luta em prol da revitalização desse importante rio, que ainda é o rio da integração nacional”, frisou o superintendente regional da Codevasf.

Fonte: Codevasf

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Expedição percorre norte de Minas descobrindo belezas e ameaças à natureza

As equipes dos Escritórios Regionais Norte e Alto Médio São Francisco do Instituto Estadual de Florestas (IEF) participaram, entre os dias 07 e 10 de setembro, da 5ª Expedição Caminhos dos Gerais. A atividade percorre roteiros para conhecer as belezas naturais e os impactos negativos existentes na região, bem como a contribuição das unidades de conservação para a proteção desses ambientes.

A 5ª Edição da expedição foi dividida em três roteiros: “Serra do Cabral”, “Espinhaço” e “Peruaçu/Pandeiros”. A escolha dos roteiros teve como objetivo avaliar as unidades de conservação das regiões visitadas que são o Parque Nacional Cavernas do Peruaçu, a Área de Proteção Ambiental (APA) Nacional Cavernas do Peruaçu, os Parque Estaduais Veredas do Peruaçu e Serra do Cabral, a APA do Rio Pandeiros, Refúgio de Vida Silvestre do Rio Pandeiros e a APA da Serra do Cabral.

Minas retoma Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental

Representantes da Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), juntamente com representantes de outros órgãos engajados com a Educação Ambiental em Minas Gerais, se reuniram no dia 12/09 para retomar os trabalhos da Comissão Interinstitucional de Educação Ambiental do Estado de Minas Gerais (CIEA-MG), inativa por oito anos.

A CIEA tem caráter representativo, consultivo e deliberativo e tem como finalidade promover a discussão, gestão, coordenação, acompanhamento e avaliação dos programas, projetos e ações, além de implementar atividades de Educação Ambiental no Estado de Minas Gerais.

A comissão é representada por conselheiros de diversos órgãos, como o Ministério Público de Minas Gerais (MP-MG), Polícia Militar (PM), Instituto Estadual de Florestas (IEF), Semad, Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Ordem dos Advogados de MG (OAB-MG), Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado de Minas Gerais (Federaminas), entre outros. A comissão tem o importante papel de avançar rumo ao desenvolvimento de políticas públicas na área de educação ambiental em Minas Gerais.

Segundo o assessor chefe de Educação Ambiental e Relações Institucionais da Semad, André Ruas, a retomada da CIEA-MG, após vários anos sem se reunir, representa uma evolução das políticas públicas de educação ambiental no Estado. “Esse resgate é muito oportuno, pois na próxima semana ocorrerá o IX Fórum Brasileiro de Educação Ambiental em Balneário Camboriú/SC, no qual haverá o Encontro Nacional das CIEAs, ocasião propícia para demonstrar que Minas está progredindo na educação ambiental", esclarece ele.

O 1º prêmio de boas práticas, “Salve o Rio São Francisco”, concurso realizado pelo Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema); o Encontro Nacional das CIEAs em Balneário Camboriú, nos dias 17 a 20/09 apresentação do Decreto Estadual 44.264 que instituiu a CIEA-MG e propostas de revisão; apresentação de regimento e eleição da presidência e da coordenação da CIEA foram alguns dos assuntos discutidos na reunião.

Para o tenente Ferreira, diretor de meio ambiente e trânsito da PM-MG, o objetivo principal da CIEA é compartilhar experiências e desenvolver ações focadas na educação ambiental como formador de cidadãos engajados com as questões ambientais.

O analista ambiental, Ricardo Cottini, lembrou que será lançado, na comemoração dos 55 anos do IEF, no dia 21 deste mês, o primeiro catálogo com as iniciativas de educação ambiental realizadas pelo órgão. “E até o final deste ano, um catálogo de educação ambiental do Sisema, denominado: “Minas educa para a sustentabilidade”, no qual estarão registradas todas iniciativas de educação ambiental desenvolvidas pela instituição”, será lançado”, complementa o analista.

Já a analista ambiental e assessoria da diretoria geral do IEF, Simone Rolla, afirma que a CIEA tem a missão de integrar ações de educação e extensão ambiental nas políticas públicas, cujo foco é a sustentabilidade no planeta.

Fonte: Semad

Aplicativo ajuda pecuaristas de Minas Gerais a comprar touros para melhoria do rebanho

Pecuaristas interessados em comprar touros de qualidade genética superior para a melhoria do rebanho podem usar o celular para conferir a oferta de animais em todo do Estado. A novidade, lançada pela Emater-MG em parceria com a Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), faz parte do programa Pró-Genética, que tem o objetivo de facilitar a aquisição de animais de alto padrão,  principalmente por pequenos e médios produtores.

Desde que o Pró-Genética foi criado pelo governo de Minas Gerais e ABCZ, a forma mais usual de aquisição dos animais reprodutores é nas feiras e leilões de touros organizados pelo programa em todo o estado. Mas a partir deste ano, existe também a opção digital, com a criação do aplicativo ABCZ Mobile, que pode ser instalado em smartphones e tablets. O aplicativo é gratuito e está disponível para os sistemas operacionais iOS e Android.

terça-feira, 5 de setembro de 2017

Minas lança campanha de sensibilização quanto à escassez hídrica no São Francisco

Cenário de muitas obras ficcionais da literatura, música e cinema, o Rio São Francisco não somente encanta pela sua exuberância e bagagem histórica e cultural. As margens do chamado rio da integração nacional também são indispensáveis para o equilíbrio ambiental, além de importantes vetores de desenvolvimento econômico, turístico e social. Por esses motivos é que o Governo de Minas Gerais lança campanha informativa de sensibilização sobre a escassez hídrica na bacia do Rio São Francisco.

Neste contexto, o Sistema Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Sisema) realiza o I Prêmio de Boas Práticas “Salve o Rio São Francisco”, com inscrições abertas até 13 de setembro de 2017. Podem participar pessoas físicas ou jurídicas, empreendedores, instituições privadas e públicas e ONGs que executem ou tenham executado práticas ou projetos de autoria própria, nos municípios de Minas Gerais localizados na bacia hidrográfica do Rio São Francisco, que atendam aos critérios do edital e possuam regularização ambiental.

Quatro categorias serão premiadas: Empresas ou indústrias; Produtor rural; Prédios do poder público; Cidadão. Basta que o candidato tenha realizado uma ação destacável de uso otimizado da água do Velho Chico. Acesse aqui o edital.

O analista ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), Heitor Soares Moreira, convoca todos para uma abrangente mobilização. “Por mais que os órgãos responsáveis estejam se preparando, precisamos que cada cidadão abrace também a causa, se sinta sensibilizado e envolvido. Não importa o uso que ele faça da água, se é irrigante, industriário, criador de gado ou apenas para consumo próprio. Dependemos da disposição de cada um para nos ajudar. Por isso, a aproximação para uma grande força tarefa efetiva e abrangente”.

Participam das iniciativas o Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), o Instituto Estadual de Florestas (IEF), a Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam), a Secretaria de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) e a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa).

Parceria com a Fiemg

Em ação conjunta com a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg), o Sisema irá realizar, em seis cidades do estado, o workshop “Uso das águas na indústria e a convivência com a escassez hídrica”.

Os encontros serão destinados aos industriários no sentido de sensibilizá-los quanto ao à escassez hídrica, bem como apresentar caminhos para um uso mais racional da água, com detalhamento de boas práticas.

Confira datas e locais:

6/9 - Belo Horizonte
19/9 - Montes Claros
22/9 – Divinópolis
26/9 - Patos de Minas
10/10 - Governador Valadares
11/10 - Ipatinga

Fonte: IGAM

IMA exporta tecnologia para o controle de agrotóxicos na lavoura e no comércio

O analista de sistemas do IMA, Bruno Câmara, foi o responsável pela criação do Sicca. Ele explica que o sistema faz todo o mapeamento do uso de agrotóxicos em todo o estado. "Cada agrotóxico tem uma classe toxicológica e o mapeamento tem a função de controlar as classes certas para as determinadas culturas, preservando o meio ambiente", explica.O Sicca permite que os dados da rota comercial do agrotóxico do comércio ao campo sejam rastreados. Permite verificar, também, se o produtor rural está comprando o item correto para sua lavoura.

"O Sicca melhorou muito a rotina do fiscal agropecuário na medida em que ele não precisa mais se locomover até os estabelecimentos para consultar a movimentação dos produtos agrotóxicos, tendo total controle dos estoques por meio da plataforma digital. Ou seja, com o sistema é possível identificar com mais precisão a gestão de vendas desses estabelecimentos e as compras realizadas pelos produtores, possibilitando identificar possíveis infrações", argumenta Câmara.

Registro online quadruplica regularização de pequenos usos da água em Minas

Quem guarda sempre tem, diz a sabedoria popular. Seguindo a máxima, alguns recursos carecem de um controle com afinco para um uso prolongado. Dentro dessa lista, está a água. Por isso, o Instituto Mineiro de Gestão de Águas (Igam) modernizou a regularização dos pequenos usos de água. Desde maio, o cadastro é online e gratuito, o que ocasionou um aumento expressivo de quase 400% de adesão dos usuários.

Frank Martins, técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado Minas Gerais (Emater-MG), salienta que a iniciativa economiza tempo e dinheiro do cidadão mineiro. “Antes, para fazer o mesmo registro o produtor rural precisava ir a Belo Horizonte no mínimo duas vezes, pela burocracia, e ainda pagar uma taxa. Hoje, bastam apenas alguns minutos à frente do computador para que o procedimento seja realizado por completo. E melhor, gratuitamente”, diz Martins. O técnico ainda conta que desde maio ajudou algumas pessoas a fazer o cadastro. “Quem tinha dúvida chegava lá no escritório da Emater onde trabalho (na cidade de Sete Lagoas) e eu orientava até a emissão do certificado, que é instantânea”, conta.

A média de cadastros mensal antes do processo online era de 2.144, e, em junho o número foi de 8.483. Desde o lançamento sistema, em 25 de maio, até o dia 19 de julho último, foram emitidas 10.700 certidões, uma média 273 certidões por dia útil. Para ser obrigatório o cadastro, o produtor precisa usar 1 litro de água por segundo. Isso na região de Sete Lagoas, Território Metropolitano, pois o limite é estabelecido levando em consideração a abundância de cada região.

terça-feira, 1 de agosto de 2017

Governador sanciona lei que regulamenta a assistência estudantil na Uemg e Unimontes

O  governador Fernando Pimentel sancionou a Lei nº 22.570, que regulamenta políticas públicas voltadas para a democratização do acesso e para a promoção de condições de permanência dos estudantes nos cursos – técnicos de nível médio, de graduação e pós-graduação – mantidos pela Universidade do Estado de Minas Gerais (Uemg) e Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). A sanção foi publicada no Diário Oficial de Minas Gerais, na edição da quinta-feira 06/07.

Pela proposta, cada uma das duas instituições de ensino superior deverá reservar um percentual de vagas (mínimo 45%) para os grupos de candidatos de baixa renda que sejam egressos de escola pública, sendo parte dessas vagas reservadas para negros e indígenas, e outro percentual de vagas (mínimo 5%) para pessoas com deficiência.

A lei permite, ainda, destinar vagas específicas para candidatos que pertençam a comunidades quilombolas ou a outros povos ou comunidades tradicionais, bem como para a inclusão de negros, indígenas e pessoas com deficiência nos programas de pós-graduação stricto sensu – mestrado e doutorado. Os editais dos processos seletivos da Uemg e da Unimontes vão especificar o número de vagas reservadas para todas as categorias de candidatos e os requisitos exigidos para concorrer à vaga.

Na época do envio da proposta à Assembleia Legislativa de Minas (ALMG), em março deste ano, Fernando Pimentel ressaltou que o objetivo da medida é reforçar uma política pública afirmativa. “Estamos garantindo que o Estado fará o aporte e, aí sim, tornará efetiva as políticas públicas que a gente considera justas”, enfatizou. De acordo com lei, uma nova revisão do sistema de reserva de cotas acontecerá daqui 10 anos.
O subsecretário de Ensino Superior da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (Sedectes), Márcio Rosa Portes, salienta que o decreto é fruto de uma construção coletiva. “Importante destacar que a lei, no formato que está, foi uma construção coletiva, todos tiveram a oportunidade de falar. Ouvimos todos os segmentos, inclusive os movimentos estudantis e os professores", frisa o subsecretário, que participou ativamente das tratativas para a definição do conteúdo do decreto.

Assistência estudantil

A Lei nº 22.570 também institui, no âmbito da Uemg e da Unimontes, o Programa de Assistência Estudantil, voltado para os estudantes de baixa renda. Com a medida, o Estado quer contribuir para a permanência dos estudantes nos cursos – técnicos de nível médio, de graduação e pós-graduação – e apoiar o desenvolvimento acadêmico, social, cultural e profissional deles, reduzindo a evasão.

Para tanto, o Programa de Assistência Estudantil vai abranger a concessão de auxílios pecuniários e a oferta de serviços voltados para a formação integral e o aprimoramento do desempenho acadêmico, observada a disponibilidade orçamentária. Os auxílios e critérios para a concessão ainda serão estabelecidos em decreto.

“Não adianta ter uma política de cotas e não garantir condições efetivas para o estudante continuar cursando. Muitas vezes ele é obrigado a abandonar o curso porque não tem a bolsa, não tem o recurso necessário”, declarou o governador Fernando Pimentel ao destacar que o Programa de Assistência Estudantil vai tornar efetiva a política de cotas.

O vice-reitor da Uemg, professor José Eustáquio, vê com bons olhos a regulamentação da assistência estudantil. “Com o processo de estadualização, a universidade passou de 6 mil estudantes para mais de 20 mil, incorporando em sua dinâmica novos sujeitos que demandam políticas de assistência estudantil”, destaca.
Nos últimos anos, a Uemg passou por um intenso processo de expansão e interiorização a partir da incorporação de novas unidades em municípios de regiões distintas do estado.

Avanço

A publicação desta lei era uma demanda antiga dos movimentos estudantis de Minas Gerais. O sistema de reserva de vagas já existia na Uemg e Unimontes, tendo sido implantado por meio da Lei 15.259, de julho de 2004. Entretanto, a legislação estava desatualizada e não previa a assistência aos estudantes, o que provocava grande evasão decorrente da vulnerabilidade socioeconômica. Na Unimontes, por exemplo, a evasão chega a 40% dos alunos atualmente.

Segundo o subsecretário Márcio Rosa Portes, a lei de 2004 não havia definido claramente a assistência estudantil. “Fizemos duas coisas: corrigimos o sistema de cotas de forma a torna-lo mais universal, similar ao instituído pelo governo federal. E definitivamente criamos a assistência ao estudante quando regulamentamos o auxílio financeiro, bolsas, que vão ser concedidas”, ressalta. Os valores do auxílio e os pré-requisitos para requisitá-los, bem como as regras de controle e acompanhamento, estão sendo definidos pelo Estado.

O texto completo da Lei nº 22.570 está disponível no Diário Oficial do Estado. 

Fonte: Agencia Minas

Veterinários de todo o estado participam de treinamento no IMA para atualização de conhecimentos

O Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) realiza treinamento no auditório da instituição no Parque da Gameleira, em Belo Horizonte, até sexta-feira (7), de 20 médicos veterinários que atuam como assistentes técnicos nas 20 coordenadorias regionais do Instituto abrangendo todo o estado.  Os objetivos são alinhar e padronizar informações dos diversos programas que combatem, controlam e erradicam doenças que podem acometer os rebanhos e atualizar o conhecimento sobre a  legislação sanitária que rege a defesa animal tanto no âmbito do IMA como as Instruções Normativas publicadas pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa).

O gerente de Defesa Sanitária Animal do IMA, médico veterinário Guilherme Costa Negro Dias, destaca a importância do treinamento como oportunidade para a reciclagem e atualização dos conhecimentos  que dão subsídio para a atuação destes servidores nas diversas regiões do estado.

“O grupo que participa do treinamento inclui os coordenadores dos programas de sanidade animal da sede do IMA e os veterinários, assistentes técnicos das coordenadorias, que multipicam a informação disponibilizada pela Gerência de Defesa Sanitária Animal para os 209 escritórios seccionais do IMA. Dessa forma, é importante a troca de informações e alinhamento entre estes dois elos representados pela coordenação na sede e no interior.  Os médicos veterinários da sede precisam das informações do campo. Ao mesmo tempo, os servidores no interior precisam estar atualizados em relação às  legislações e instruções do serviço veterinário oficial.

Pauline de Lima Espíndola, que trabalha no IMA na cidade de Oliveira, disse que cada região tem uma peculiaridade, de acordo com as respectivas demandas e características.  “Gostei muito da palestra que abordou a vacinação contra a brucelose pelo falo de nossa região ter destaque na pecuária leiteira. A iniciativa da reunião entre os técnicos do interior e da sede é sempre construtiva”. 
Francis Rocha Moreno, de Passos, também avalia como positiva a iniciativa do IMA. “É de suma importância para o dia a dia de nosso trabalho e alinhamento de nossas atividades”, disse. 

Marcelo Silva Moura, da Coordenadoria Regional de Viçosa ressalta que o treinamento é “fundamental para as atividades entre as coordenadorias, escritórios seccionaise a sede fluírem corretamente. “O encontro é uma troca de experiências. Na minha região destaco a fiscalização de granjas de reprodutores de suínos certificados, área de dinâmica rápida, cujos melhores procedimentos necessitam de alinhamento de informações para a melhor execução”, observa.  

Rogério Teixeira Baptista, da Coordenadoria Regional de Governador Valadares destaca que em sua região a produção de tilápias está em pleno crescimento. “Estamos trabalhando no levantamento de estabelecimentos que produzem tilápias para as informações ao programa de sanidade de animais aquáticos”, disse.

Guilherme Antunes Vieira dos Reis, da Coordenadoria Regional de Montes Claros destaca em sua região o controle e fiscalização dos estabelecimentos que comercializam produtos veterinários. “Esta é uma área que gera muitas dúvidas entre os fiscais agropecuários. O treinamento é muito importante porque alinhamos as informações, ao mesmo tempo em que contribuímos para a eficiência das fiscalizações”, afirma.

Palestras – Até a próxima sexta-feira (7/7) médicos veterinários da sede do IMA palestram sobre diversos temas dos respectivos programas nacionais de Defesa Sanitária Animal do Ministério da Agricultura os quais representam e coordenam em Minas Gerais. Entre eles estão os programas nacionais de Erradicação e Prevenção da Febre Aftosa, de Controle e Erradicação da Brucelose e Tuberculose, de Sanidade Avícola, de Sanidade Equídea, Sanidade Suídea, e de controle da raiva em Herbívoros, entre outros.

As barreiras sanitárias, também assunto de destaque nos treinamentos, vistoriam o trânsito de animais e cargas de produtos de origem animal, incluindo blitz móveis, com o objetivo de prevenir a entrada e a disseminação de  doenças no estado. Outro tema é a educação sanitária que leva conhecimento ao produtor e seus familiares com o objetivo de subsidiar novos comportamentos que contribuam para a sanidade dos rebanhos e das lavouras, para a saúde do homem do campo e para a sustentabilidade da produção.

A coordenadora do Programa Estadual de Controle de Erradicação da Brucelose e Tuberculose, Luciana Faria de Oliveira, falou sobre as  novidades com relação à vigilância  e execução do programa. “O evento é uma ótima oportunidade para compartilharmos experiências com nossos assistentes técnicos, que cumprem a responsabilidade de serem multiplicadores das informações e procedimentos corretos em todo o estado.”

A coordenadora do Programa de Sanidade Equídea, Valéria Almeida, abordou as ações que devem ser atualizadas em relação ao controle de anemia infecciosa equina e o mormo que acometem os planteis. “Estamos atualizando procedimentos no programa e o evento possibilita alinharmos informações com todos os assistentes técnicos presentes em nossas 20 coordenarias em todo o estado”.

Fonte: Seapa

Produtor refloresta área degradada e recebe apoio de projeto internacional de sustentabilidade

O que era uma área de pastagem degradada, num terreno íngreme, virou uma floresta. Esta mudança aconteceu na fazenda Córrego do Choro, município de Padre Paraíso, no Vale do Jequitinhonha.

O trabalho começou a ser desenvolvido pelo agricultor familiar Geraldo Soares Gomes, que viu no plantio de eucalipto para formação de florestas uma possibilidade de controlar a erosão do terreno e ainda conseguir uma nova fonte de renda. 

“O reflorestamento com eucalipto foi a solução encontrada pelo produtor para transformar uma encosta erosiva numa área produtiva. O local já não tinha condições nem de ser usado para o pasto”, explica o técnico da Emater-MG no município, Cristiano de Moura.  

O plantio dos eucaliptos foi feito uma área de quatro hectares, em 2011.  Após o cultivo, a Emater-MG deu todas as orientações para análise de solo e adubação.  A previsão é de que o corte das árvores para a venda de madeira comece daqui a dois anos. 

Além da área com floresta plantada, a propriedade do seu Geraldo também chama a atenção pela diversificação.  Ao todo, a fazenda tem 34 hectares, onde há cultivo de hortaliças,  abacaxi e banana, além da criação de gado de leite.  A trabalho de reflorestamento pelo produtor fez com que a fazenda fosse aprovada no projeto internacional Rural Sustentável. Com isso, ele recebeu R$ 20 mil que serão usados em novas ações na propriedade. 
 “A proposta agora é implantar um sistema de irrigação nas áreas dedicadas à produção de frutas e hortaliças. Serão sistemas por gotejamento e microaspersão, com assistência da Emater-MG”, explica Cristiano de Moura.

A fazenda Córrego do Choro já é reconhecida na comunidade como referência na produção diversificada. E, em breve, serão realizados dias de campo para que outros produtores da região possam conhecer as melhorias feitas na propriedade e usem as medidas tomadas pelo seu Geraldo como exemplo. 

O projeto Rural Sustentável tem o objetivo de incentivar práticas de uso da terra e manejo florestal pelos produtores nos biomas da Amazônia e da Mata Atlântica. A ideia é promover o desenvolvimento sustentável, reduzir a pobreza, incentivar a conservação da biodiversidade e a proteção do clima.  Os recursos do projeto são doados pelo governo do Reino Unido, para execução pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e tem como beneficiário o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.

Os planos na fazenda Córrego do Choro não param por aí. Com o bom retorno esperado com o cultivo do eucalipto, o produtor, junto com os filhos, pensa em investir no plantio de mogno, numa  área inferior a quatro hectares. Um dos filhos, Reginaldo Gomes, já está pesquisando o preço de  mudas para inciar o plantio irrigado. 

“Este recurso do projeto ajuda demais, porque muitas vezes precisamos de um apoio financeiro  para conseguir desenvolver alguma coisa melhor. Além do plantio do mogno que estamos pensando em fazer, o dinheiro também vai ajudar na adubação do terreno onde está o eucalipto. A gente não pode largar. Tem que manter o terreno em boas condições”, afirma Reginaldo. 

sexta-feira, 30 de junho de 2017

Ações da Codevasf promovem combate à desertificação e aos efeitos da seca

Mais de 12,8 mil barraginhas implantadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) contribuem hoje, cada uma, para armazenar de 1.500 a 2.250 metros cúbicos de água no lençol freático do semiárido mineiro a cada ciclo de chuvas. Além disso, cerca de 111 quilômetros de vias readequadas pela empresa evitam a degradação do leito e das terras agricultáveis ao longo do trecho do rio São Francisco na região. Essas são algumas das ações da Codevasf que marcam a passagem do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca (17 de junho). 

As iniciativas promovidas pela Codevasf mitigam os efeitos da seca prolongada em sua área de atuação e estão de acordo com os parâmetros do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN Brasil). Elas renderam à Companhia, no ano passado, o certificado Dryland Champions (UNCCD/MMA) que teve o lema “Eu sou parte da Solução”.

A desertificação, processo que consiste na degradação da terra resultante de fatores como variações climáticas e atividades humanas, já atinge cerca de 15,7% do território brasileiro, de acordo com dados do PAN Brasil. São 1.482 municípios dos nove estados do Nordeste – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia –, além do Norte de Minas Gerais e Noroeste do Espírito Santo. A região concentra cerca de 32 milhões de pessoas, o que corresponde a 18,6% da população do País.

Na região do semiárido mineiro, norte do estado, as ações da Codevasf para recuperação de áreas degradadas e controle de processos erosivos foram efetivamente iniciadas a partir de 2010 e encontram-se em fase de execução como parte do Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco. 

"As intervenções têm beneficiado direta e indiretamente toda a população, contribuindo com a melhoria da quantidade e qualidade da disponibilidade hídrica na região, fator que impulsiona o desenvolvimento regional", explica o engenheiro florestal Camilo Cavalcante de Souza, da Unidade de Conservação de Água, Solo e Recursos Florestais da Codevasf. 

Uma das alternativas que vêm sendo adotadas na região é a implantação de barraginhas, ou bacias de captação de chuva. Cada uma dessas estruturas comporta cerca 150 metros cúbicos de volume de água, transfere ao lençol freático cerca de 10 a 15 recargas/ciclo de chuvas, o que equivale de 1.500 a 2.250 metros cúbicos armazenados/barraginha/ciclo.

A água infiltrada promove a melhoria nas terras produtivas da propriedade, proporcionando ao solo a umidade necessária para garantir uma maior produção no período sem chuvas; ajuda a diminuir o processo erosivo por meio de interceptação de material carreado pelas enxurradas e serve para usos múltiplos, como a dessedentação dos animais. Mais de 12,8 mil barraginhas já foram concluídas.

O terraceamento é outra tecnologia conservacionista utilizada pela Codevasf para controle da erosão hídrica com a retenção das enxurradas e sedimentos, infiltração da água no solo, e para potencializar a produtividade em áreas aproveitadas pela agropecuária em consequência do aumento da umidade do solo. Mais de 200 quilômetros já estão concluídos para proteção de áreas de produção no semiárido mineiro.

Estradas rurais mal construídas e com manutenção inadequada estão entre as principais ações que contribuem para a degradação ambiental da bacia do rio São Francisco, segundo estudos do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco. 

Por essa razão, a Codevasf tem promovido a adequação de estradas vicinais – já são mais de 111 quilômetros readequados na região do Alto São Francisco –, evitando a degradação do leito e das terras agricultáveis ao longo do trecho do rio e garantindo o tráfego de veículos e o escoamento da produção agrícola.

A proteção de nascentes, matas ciliares e matas de topo é outra ação empreendida pela Codevasf. Com isso, é evitado o assoreamento e a contaminação das águas e o consequente comprometimento do abastecimento público. Além disso, previne-se a ocorrência de desastres associados ao uso e à ocupação inadequados de encostas e topos de morro como desmoronamentos, enchentes, inundações e enxurradas.

Certificação

As ações de Combate à Desertificação das Nações Unidas de Combate realizadas no Brasil são coordenadas pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Departamento de Combate à Desertificação, o qual tem entre seus objetivos garantir subsídios materiais e didáticos que possam trabalhar ações dentro das determinações da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD – sigla em inglês). A data comemorativa foi escolhida pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas em 1944 a fim de conscientizar a sociedade sobre o tema.
Em 2016, foi concedida à Codevasf a certificação Dryland Champions (UNCCD/MMA) que tem o lema “Eu sou parte da Solução”. Com isso, a Companhia, por meio do Programa de Controle de Processos Erosivos, é reconhecida como sendo parte essencial do combate à degradação do solo, à desertificação e à seca.

A certificação se deveu ao trabalho de recuperação ambiental realizado em Minas Gerais a fim de conservar a água, o solo e os recursos florestais, além de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, por meio da implementação de práticas conservacionistas.

"Essa certificação ambiental confere um caráter internacional ao trabalho realizado pela Codevasf no combate a desertificação. Isso possibilita uma maior visibilidade e abre as portas para que ele seja compartilhado com outras regiões do planeta, que buscam soluções para os desafios da mudança climática e da escassez da água. Foi muito importante esse reconhecimento para demonstrar que a Codevasf está no caminho certo" afirmou Inaldo Guerra, diretor da Área de Revitalização da Codevasf. 

Baixo São Francisco

A Codevasf, por meio da 4ª Superintendência Regional, está integrando o Grupo de Trabalho Interinstitucional de Combate à Deserticiação de Sergipe (GPCD), coordenado pelo Governo do Estado de Sergipe. Segundo o engenheiro florestal Sérgio Hughes, representante da Codevasf no grupo de trabalho, a Companhia tem realizado uma série de ações que auxiliam no combate à desertificação no semiárido sergipano, como iniciativas na área de apicultura, o programa ‘Nascentes do São Francisco’ e a ampliação de unidades de conservação da caatinga.

Fonte: Codevasf

Unimontes recebe primeira carta patente

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) recebeu na última semana a sua primeira Carta Patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com apoio da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SEDECTES), da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Rede Mineira de Propriedade Intelectual (RMPI). A patente concedida foi denominada “Coletor de Folhas e Frutos” (MU 8801104-6), de titularidade da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, desenvolvida pela inventora Francine Souza Alves da Fonseca.

A patente trata-se de um implemento agrícola denominado “Coletor de folhas e frutos”. A ferramenta foi desenvolvida, especialmente, para a retirada de folhas e frutos em Palmeiras da espécie Acrocomia aculeata (popularmente conhecida como macaúba), a qual apresenta acúleos (espinhos) sobre o tronco, o que impede a retirada das folhas e frutos por meio da escalada, como ocorre em outras Palmeiras.

O coletor foi inventado para melhorar o processo de coleta de folhas e frutos de Palmeiras, da referida espécie, endêmica em diversos estados brasileiros, sem causar lesões na planta ou para não derrubar frutos ainda imaturos dos cachos. Esta é a melhoria funcional em relação às demais foices encontradas no mercado, que tendem a lesionar as referidas palmeiras por ocasião da extração dos frutos. Outra diferença de destaque é em função da fixação da “foice” ao cabo se dar por meio de parafusamento e não por pregos. Portanto, mais adequada, de modo a evitar acidentes aos usuários.

A carta concedia à Unimontes trata-se da Patente de Modelo de Utilidade no qual se faz necessário que o objeto seja de uso prático. Ou que mesmo parte desse objeto seja suscetível de aplicação industrial que apresente nova forma ou disposição e que envolva o ato inventivo, que resulte em melhoria funcional em seu uso ou fabricação.

Fonte: Fapemig

Montes Claros ganha feira livre de produtos orgânicos

A população de Montes Claros já tem acesso desde o dia 15 de junho a frutas, legumes, verduras e também produtos como bolos e biscoitos, produzidos e cultivados por agricultores familiares, sem o uso de agrotóxicos, através da feira livre de produtos orgânicos que funciona sempre às quintas-feiras, à noite, na praça Flamarion Wanderley, bairro São José. 

A iniciativa é da Prefeitura de Montes Claros, através das secretarias de Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em parceria com a Associação dos moradores do bairro São José, dos agricultores familiares, da Fundação Banco do Brasil e Emater. A Feira será dotada de toda infraestrutura com banheiros químicos e torneiras.

Para o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento de Montes Claros, Osmani Barbosa Neto, a procura por alimentos livres de agrotóxicos tem aumentado entre os consumidores em geral, que têm se preocupado cada vez mais em ter uma alimentação saudável. “Além de consumir produtos mais saudáveis, quem adquirir os alimentos comercializados na Feira de Produtos Orgânicos fomentará a agricultura familiar, além de fazer economia, porque os preços são muito acessíveis”, disse. Osmani informou ainda que a determinação do prefeito é para atender os desejos da população. “O prefeito Humberto Souto pediu para não medir esforços para atender as iniciativas da comunidade, principalmente neste caso que tem o objetivo de valorizar os produtores familiares do município, oferecendo produtos totalmente saudáveis para a população”, explicou.

Para a presidente da associação dos moradores do bairro São José, Rita Cristina Costa, será criada uma comissão composta por representantes da Secretaria Municipal de Agricultura, da Fundação do Banco do Brasil, da Associação dos moradores do bairro São José e com representantes dos pequenos produtores das comunidades do Planalto Rural e Lagoinha, para regularizar a feira e criar seu estatuto. “Estamos regularizando a documentação, mas já está decidido que a feira de produtos orgânicos acontecerá todas as quintas-feiras, das 18 às 21 horas, na praça Flamarion Wanderley, com 25 barracas padronizadas e que cada produtor terá um limite de barracas, para evitar a figura do atravessador”. Explicou Costa. Segundo ela, além das frutas e verduras, serão comercializados doces, biscoitos e outros produtos artesanais.

Para o agricultor familiar João Simael Ferreira da Silva, a realização da feira de produtos orgânicos irá agregar valores e já está deixando os produtores eufóricos a com a possibilidade de aumentar a produção e valorizar mais seus produtos. “Estamos entusiasmados com esta feira, e eu já estou com medo de não dar conta, devido à demanda que deverá ser grande. Mas se Deus quiser, vamos aumentar nossa produção para atender todo mundo, com preço mais barato e com um ganho maior, pois venderemos diretamente para a população”, explicou o produtor.

Simael cultiva 20 mil pés de morangos sem o uso de agrotóxicos, mesmo sendo uma planta de baixa resistência a ataques de pragas e doenças. “Eu não uso nem defensivo orgânico, muito menos agrotóxico, que além de envenenar o produto ainda mata tudo, principalmente os passarinhos. Prefiro deixar a bicharada comer, pois ainda sobra muito morango. Até parece que eles fazem é dobrar”, comentou Simael.

terça-feira, 23 de maio de 2017

Irrigação por gotejamento reduz gastos e pode dobrar produtividade

Crise hídrica, racionamentos, seca. Economizar água e manter a produtividade tem sido um grande desafio para o homem do campo. Mas, de acordo com especialistas, sistemas simples, como o de irrigação por gotejamento, podem reduzir o consumo, os custos e ainda aumentar a produtividade das lavouras. Tal tecnologia já vem sendo utilizada em propriedades rurais do entorno do DF e é tida como uma das técnicas de irrigação mais eficientes atualmente, pois permite alta uniformidade de aplicação de água e nutrientes às lavouras.
Para ajudar o produtor rural a minimizar as perdas, o engenheiro agrônomo e extensionista da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater/DF), da unidade de Brazlândia, Rodrigo Teixeira Alves, explica sobre os benefícios da irrigação por gotejamento: “Esse sistema é localizado, ou seja, a gota d’água cai próxima às raízes das plantas, por isso sua eficiência é elevada, reduzindo o desperdício. É uma técnica muito usada nas culturas de morango, tomate, berinjela, pimentão, pepino, vagem, conhecidas como hortaliças-fruto”, diz.
Segundo ele, o gotejamento está associado à proteção do solo, pois diminui a evaporação da água e a proliferação de ervas daninhas, garantindo a redução do consumo de água em até 80%, em comparação com outros tipos de irrigação. Quando o sistema é implantado da forma correta, são calculados os padrões de vasão e pressão para que a eficiência seja alcançada.
O engenheiro agrônomo explica ainda que o uso desse sistema possibilita também a economia de energia, fertilizantes e mão de obra, por meio da fertirrigação, ou seja, a diluição do adubo na água. Assim, é possível adubar e irrigar ao mesmo tempo, menos vezes por semana. Segundo ele, esse método é capaz de diminuir os intervalos de irrigação semanal, de sete para duas vezes por semana.
“O gotejamento não necessita de vasão nem pressão muito grande, pois a irrigação é localizada, dependendo do tamanho dos setores de irrigação. Por esse motivo, as tubulações são menores. Adotando esse manejo é possível inclusive em épocas de chuva dispensar a irrigação e apenas fertirrigar. Com esse controle da irrigação não se tem água de mais nem adubo de menos e o agricultor consegue produzir o dobro”, completa Rodrigo.
Como funciona
O sistema de gotejamento compreende: gotejadores, tubulações, cabeçal de controle e conjunto motobomba. O cabeçal de controle prepara a água que será distribuída no sistema, no qual são instalados o sistema de filtragem, que visa reduzir o entupimento dos emissores; os manômetros e as válvulas de controle de pressão, que permitem maior controle da lâmina de irrigação.
Além disso, no cabeçal de controle podem ser inseridos os sistemas de injeção de fertilizantes e de automação. O conjunto motobomba exerce o importante papel de impulsionar água no sistema com pressão e vazão adequadas. Normalmente, são utilizadas bombas centrífugas, de eixo horizontal, com motores elétricos ou à combustão interna.
Fonte: Sead

Pesquisa cria primeiro inseticida à base de vírus contra lagarta-do-cartucho

Agricultores passam a contar com um inseticida biológico que tem como princípio ativo um vírus de grande eficácia para controle da lagarta-do-cartucho, principal praga do milho, que acomete também outras culturas, como soja, sorgo, algodão e hortaliças. O primeiro inseticida à base de Baculovirus spodoptera, o CartuchoVIT, será lançado no próximo dia 12 em Uberaba (MG), como resultado da parceria entre a Embrapa Milho e Sorgo (MG) e o Grupo Vitae Rural.
“Os baculovírus são agentes de controle biológico que não causam danos à saúde dos aplicadores, não matam inimigos naturais das pragas, não contaminam o meio ambiente, nem deixam resíduos nos produtos a serem vendidos nas gôndolas dos supermercados”, explica o pesquisador da Embrapa Fernando Valicente.  Testes de biossegurança comprovaram que esses vírus são inofensivos a microrganismos, plantas, vertebrados e outros invertebrados que não sejam insetos. O Baculovirus spodoptera apresenta especificidade em relação aos insetos-alvo. Infecta e causa a morte da lagarta-do-cartucho (Spodoptera fugiperda) e da lagarta Spodoptera cosmioides.
O pesquisador ressalta que a segurança do inseticida à base de baculovírus, aliada à facilidade de manuseio, faz do produto um dos melhores agentes de controle biológico. Uma vantagem do CartuchoVIT é o pequeno número de aplicações necessárias, em geral duas, o que gera menor custo com máquinas agrícolas e com mão de obra. Além disso, podem ser usados os mesmos equipamentos de aplicação de produtos químicos, fator que contribui ainda mais para a redução de despesas dos produtores. 
As avaliações de campo demonstram que o bioinseticida apresenta taxa de mortalidade de 75% a 95% das lagartas-do-cartucho com até cinco dias de idade (até quase 1 cm de comprimento). Valicente explica que não se trata de um inseticida de contato. “A lagarta tem que raspar um pouco a folha que recebeu a aplicação do produto. Ela é infectada pelo vírus, diminui sua alimentação drasticamente e morre em cinco dias.”
Para garantir a eficácia do bioinseticida, o produtor deve seguir as orientações de uso. “É importante cuidar do preparo e aplicação, respeitar a vazão, utilizar o bico correto, dar boa cobertura e entender o melhor posicionamento do produto, ou seja, a data em que se aplica”, comenta o pesquisador. 
Recomenda-se a primeira aplicação de dez a 12 dias após a germinação da planta, e a segunda de sete a 12 depois, de acordo com o monitoramento de raspagem das folhas e o histórico da região. Dessa forma, é possível evitar a sobreposição de gerações de lagartas.
O sócio-proprietário do Grupo Vitae Rural, Paulo Bittar, ressalta a importância de um produto limpo e eficaz para o controle da lagarta-do-cartucho. “A lagarta do cartucho está no Brasil todo. Existe necessidade de controle. Tanto os inseticidas químicos como a tecnologia das sementes transgênicas não oferecem um controle suficiente. Por isso, há interesse pelo Baculovirus spodoptera e o mercado será receptivo ao produto. Acredito que o baculovírus será a principal ferramenta de controle da lagarta-do-cartucho nas culturas em idades iniciais, após emergência das plantas”.
O CartuchoVIT tem prazo de validade de um ano em prateleira e é o primeiro produto comercial registrado à base de Baculovirus spodoptera.
Processo de produção
O processo de desenvolvimento do bioinseticida foi longo e envolveu muitas pesquisas, conforme explica Fernando Valicente. “Foram feitos, nos anos de 1980 e 1990, levantamentos de lagartas, ou seja, você vai ao campo, coleta lagartas, observa em laboratório e aí detecta lagartas doentes. As lagartas com sintomas típicos de vírus são trabalhadas. Você identifica o agente causador da doença e faz a caracterização dos vírus com experimentos ao longo do tempo. Analisa a eficiência de cada isolado de vírus e, após detectar os melhores isolados, é preciso testar fatores importantes: temperatura de incubação da lagarta depois de infectada, idade do inseto próprio para infecção e concentração de vírus a ser usada. Avaliam-se, então, os resultados para poder orientar a produção.”

Após todos os estudos, é possível obter parâmetros para a produção do bioinseticida. Lagartas sadias criadas em laboratório são usadas como hospedeiras para multiplicar os vírus e dar origem ao produto. “Você pega as lagartas mortas, processa, tritura, seca o material e coloca um agente inerte (pó básico)”, explica Valicente. 
Para utilizar o CartuchoVIT, o produtor dilui o pó em água e aplica no campo. A fim de garantir a eficácia, é preciso seguir as orientações técnicas.

Informações para aplicação
·         Deve ser usado na quantidade de 50 gramas por hectare, fazendo-se uma calda com, no máximo,150 litros por hectare.
·         A calda deve apresentar pH entre 5 e 7. Importante: pH alcalino destrói o baculovírus, sendo fundamental medir o pH da água antes e após a preparação da calda.
·         A aplicação deve ocorrer após as 16 horas. A luz do sol destrói o baculovírus. 
·         A primeira aplicação deve ser feita entre 10 e 12 dias após a emergência da planta. A segunda aplicação deve ocorrer uma semana após a primeira, dependendo do histórico da região. 
·         Em caso de chuva forte, reaplicar o produto.
·         A conservação e a guarda do produto podem ser feitas em temperatura ambiente, desde que em local fresco e arejado.
·         Deve-se usar espalhante adesivo com o bico do tipo leque.
·         Reaplicar em caso de reinfestação.
·         Não aplicar em milho com mais de 40-50 dias. Lagartas pequenas não vão ingerir o baculovírus porque não conseguem raspar folhas muito duras.

Fonte: Embrapa

Sistema de produção facilita o cultivo de ora-pro-nóbis para agricultores familiares

Pequenos produtores brasileiros já podem contar com um sistema de produção próprio para ora-pro-nóbis, que traz facilidade nos tratos culturais e permite uma colheita escalonada ao longo do tempo. A proposta do sistema é fazer o plantio adensado – para garantir maior produtividade por área – e programar colheitas sucessivas para manter controlada a arquitetura da planta e evitar emaranhados de galhos e espinhos. Os experimentos foram conduzidos nos campos da Embrapa Hortaliças, em Brasília (DF).
Com o crescente interesse dos consumidores pela hortaliça, e também por sua aparição em cardápios de restaurantes de alta gastronomia do eixo Rio-São Paulo, surgiu um nicho de mercado e, para viabilizar a oferta do produto, foi validado o sistema de plantio adensado – até cinco mil plantas por hectare – com colheitas sucessivas que permite a condução dessa espécie de forma mais simples e eficaz pelo produtor rural. O espaçamento praticado anteriormente resultava em cerca de 1.250 plantas por hectare. Outra vantagem do novo sistema é que ele dispensa a necessidade de tutoramento da planta para colheita das folhas, já que prevê a poda de hastes.
“A ora-pro-nóbis é muito rústica e com bom potencial produtivo, que se apresenta como uma opção de diversificação de renda e de cultivo especialmente para o agricultor familiar, já que a produção em larga escala é dificultada pelas próprias características da planta, que exige intensa mão de obra”, sugere o pesquisador Nuno Madeira.
Por ser uma planta da família dos cactos, a ora-pro-nóbis cresce como um arbusto, com espinhos agudos distribuídos ao longo dos caules e ramos, o que dificulta o manuseio pelos agricultores. “No geral, os produtores não consideram estabelecer lavouras de ora-pro-nóbis pela dificuldade de lidar com a planta espinhosa”, contextualiza o pesquisador, ao comentar que a planta, apesar de muito nutritiva, costuma ser utilizada somente como cerca-viva ou, em regiões específicas, como ingrediente de receitas tradicionais em cidades históricas de Minas Gerais, como Diamantina, Tiradentes e Sabará.
Também conhecida por lobrobó ou pereskia, a ora-pro-nóbis é considerada uma planta alimentícia não convencional (PANC) e apresenta um relevante teor de proteína – trata-se de um alimento de origem vegetal com cerca de três gramas de proteína a cada 100 gramas de folhas. “Embora esse valor seja equivalente em outras hortaliças como rúcula e agrião e também em folhas de coloração verde-escura, a qualidade da proteína da ora-pro-nóbis é melhor porque apresenta mais complexidade e aminoácidos essenciais, ou seja, tem maior valor biológico para o organismo porque contém aminoácidos essenciais em quantidade e proporções adequadas”, explica a pesquisadora Neide Botrel.
Colheitas sucessivas
A ora-pro-nóbis pode atingir até quatro metros de altura, por isso, as colheitas sucessivas, a cada seis ou dez semanas, dependendo das condições climáticas, funcionam como podas que, além de facilitar o manejo da planta espinhosa e garantir ergonomia para o produtor, estimulam o desenvolvimento vegetativo e a produção comercial de folhas.

Segundo cálculos feitos nos experimentos, a produção pode atingir até dois quilos de folhas por planta a cada corte, com quatro a oito cortes anuais – o que equivale de 20 a 40 toneladas por hectare ao ano. Madeira destaca que a planta pode se manter produtiva por até dez anos, mesmo com pressão por alta produtividade, desde que sejam feitas adubações periódicas com matéria orgânica.
Além da parte agronômica, a pesquisa também obteve resultados na área de pós-colheita, com testes que indicaram a condição ideal para prolongar a vida útil das folhas de ora-pro-nóbis. De acordo com Neide, quando embaladas em bandejas de isopor com filme de plástico e armazenadas à temperatura de 10ºC, as folhas mantêm a qualidade por até 15 dias.
Matéria-prima para a indústria alimentícia
Se reside em Minas Gerais toda a tradição da receita de frango ensopado com as folhas suculentas de ora-pro-nóbis, nos demais estados do Brasil essa hortaliça ainda é pouco explorada na agricultura e na culinária, seja na forma fresca ou processada. Contudo, uma parceria firmada entre a Embrapa Hortaliças e a empresa Proteios, da área de nutrição funcional, pretende mudar esse cenário.

A partir do sistema de produção validado pela pesquisa, agricultores familiares da região do Município de Palmeira, distante 80 km de Curitiba, capital do Paraná, iniciaram o cultivo da hortaliça para oferecer à empresa, que fabrica um produto denominado Complemento Nutricional Funcional (CNF), uma proteína vegetal em pó composta basicamente por folhas de ora-pro-nóbis. Esse produto é uma espécie de farinha utilizada para enriquecer bebidas e alimentos como pães, massas e barras de cereais. O destaque da composição nutricional é a elevada concentração de proteína, que gira em torno de 28% da matéria seca.
“O trabalho tem apresentado bons resultados porque a produção está integrada com a indústria e próxima da fábrica processadora”, comenta Madeira. Ele destaca que, atualmente, há cerca de 50 produtores iniciando a colheita em, pelo menos, oito municípios do Paraná e Santa Catarina. “O maior desafio é ganhar escala para suprir a demanda da indústria, mas há potencial para alcançarmos até 400 produtores, sendo um hectare por família com a ora-pro-nóbis entrando como alternativa de diversificação de renda, mas também como garantia de segurança alimentar”, analisa.
A grande maioria desses produtores cultiva fumo e, além do histórico de vender para a indústria em sistema de produção contratada, eles também possuem experiência com o processo de secagem das folhas em estufas para desidratação. No sistema de produção validado pela Embrapa, a projeção de rendimento é de até R$ 3 mil mensais por hectare cultivado, no caso da folha verde. Na proporção, oito quilos de folhas verdes rendem um quilo de folhas desidratadas. Nesse caso, investir em equipamentos de secagem é vantajoso porque a empresa paga até R$ 18 por quilo de folha seca, enquanto a folha verde rende somente 8% desse valor – cerca de R$ 1,50 por quilo.
No que se refere à segurança alimentar, tem-se recomendado fazer a poda apical ou “quebra da ponta” dez dias antes da colheita da haste para consumo dos próprios agricultores. “Essa prática, além de ofertar um alimento nutritivo para o produtor, permite um maior rendimento das folhas da haste pelo aporte de nutrientes direcionado para elas e não mais para o ápice, que foi podado”, explica Madeira ao ressaltar que antes o potencial da ora-pro-nóbis era subutilizado, já que na Região Sul não havia a tradição de consumir a planta.
O ora-pro-nóbis está sendo estudado no âmbito do projeto “Avaliação agronômica, caracterização nutricional e estudo da vida útil de hortaliças não convencionais”, da Embrapa Hortaliças, que busca tornar acessíveis as informações sobre essas espécies com o intuito de fomentar a produção, o consumo e a comercialização. Outras hortaliças estudadas são: almeirão-de-árvore, amaranto, anredera, azedinha, beldroega, bertalha, capuchinha, cará-do-ar, caruru, fisális, jambu, major-gomes, mangarito, maxixe-do-reino, muricato, peixinho, serralha, taioba e vinagreira.
O Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) também está vinculado ao projeto de fomento do cultivo de ora-pro-nóbis no Paraná. O órgão adicionou a cultura na lista dos produtos financiados pelo Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf), permitindo o custeio da lavoura.


“É um sonho meu que pode se tornar realidade”
O produtor rural Élcio Rochinski cultiva um hectare de ora-pro-nóbis em Palmeiras (PR) e, em parceria com a empresa de nutrição funcional, aposta na cultura como alternativa ao tabaco.
Como surgiu o interesse pelo plantio de ora-pro-nóbis?
Na região onde moro, existem poucas possibilidades de cultivos para pequenos agricultores e a grande maioria das famílias com uma pequena parcela de terra trabalha no cultivo do tabaco, pois em pequenas áreas de plantio é a cultura que mais dá resultados. Diante disso, sempre há a busca por novas opções de culturas por parte dos agricultores, já que a cadeia produtiva de tabaco é extenuante e pode trazer outras implicações para o agricultor. Por isso, sempre tive o anseio de poder produzir alguma coisa diferente e o sonho de que também outras pessoas pudessem depender menos dessa cadeia produtiva. Eu nunca tinha ouvido falar sobre ora-pro-nóbis. Fiquei sabendo da possibilidade quando a empresa buscava parceiros para começar a desenvolver lavouras aqui na região. Eu aderi logo aos experimentos para servir de modelo sobre o desenvolvimento da planta na região e para torná-la mais conhecida por aqui.
Quais os principais resultados observados com o sistema de plantio adensado e colheitas sucessivas?
Depois de um processo de adaptação e conhecimento sobre a planta e sobre seu cultivo, percebi que essa seria uma boa oportunidade para produtores aqui da nossa região. Em comparação com outros sistemas de produção, o plantio adensado possibilitou produção maior em um mesmo espaço de terreno sem prejudicar o desenvolvimento das plantas e também sem dificultar o manejo. Outra coisa que evoluiu muito no cultivo foi a possibilidade de fazer um manejo de podas sucessivas dando agilidade e rendimento na hora da colheita. Além disso, a cada poda, a planta é estimulada a produzir mais, assim o rendimento aumenta gradativamente conforme as plantas vão sendo podadas.
Em média, qual tem sido o rendimento obtido por área plantada?
Faz um ano e meio que, em minha propriedade, tenho cultivado um hectare de ora-pro-nóbis. Nesta área de plantio, é possível afirmar com clareza que, com o trabalho de podas adequado e com tratos culturais de limpeza e adubação regulares, a média de produção de cada planta a cada corte é algo em torno de 1 quilo de folha verde. Isso significa, após a secagem, algo em torno de 125 gramas de folhas desidratadas. Em média, temos o rendimento de R$ 2,25 reais por planta a cada corte. O rendimento semanal ou mensal depende muito do cronograma de colheita adotado por cada produtor, que varia conforme a disponibilidade de tempo destinado para a cultura.
Para a região, qual a importância de diversificar renda e cultivo?
No caso da diversificação, embora não pareça, a ideia principal não é aumentar exorbitantemente a lucratividade dos produtores, mas sim trazer segurança com opções de renda diferenciadas, caso alguma cultura venha a não produzir. Além disso, para que a diversificação seja eficiente é preciso que o produtor tenha consciência da sua capacidade de produção para cada cultura. Em resumo, quando há exagero nas proporções de atividades para desenvolver, acaba que nada fica sendo bem cuidado e, assim, não há o rendimento esperado. O primeiro passo para fazer uma boa diversificação na propriedade é estar consciente da sua capacidade de produção e saber dosar tudo que pretende fazer.
Quais são as perspectivas para o plantio de ora-pro-nóbis?
Há um grande caminho para percorrer, mas o primeiro passo foi dado, com o plantio sendo estudado cada dia mais. Costumo dizer que a planta se garante e mostra um potencial enorme. Há ainda um desafio pela frente, que é torná-la mais conhecida. Penso que, sob esse aspecto, a pesquisa e a indústria terão um papel fundamental na difusão do conhecimento e no estímulo ao consumo dessa planta. Para os produtores que pretendem obter renda em maior escala, o papel da indústria é indispensável. No geral, as perspectivas são as melhores possíveis – a ora-pro-nóbis é um sonho meu e de muitos outros produtores da agricultura familiar como opção de trabalho e renda que pode se tornar realidade.


Fonte: Embrapa