sexta-feira, 30 de junho de 2017

Ações da Codevasf promovem combate à desertificação e aos efeitos da seca

Mais de 12,8 mil barraginhas implantadas pela Companhia de Desenvolvimento dos Vales do São Francisco e do Parnaíba (Codevasf) contribuem hoje, cada uma, para armazenar de 1.500 a 2.250 metros cúbicos de água no lençol freático do semiárido mineiro a cada ciclo de chuvas. Além disso, cerca de 111 quilômetros de vias readequadas pela empresa evitam a degradação do leito e das terras agricultáveis ao longo do trecho do rio São Francisco na região. Essas são algumas das ações da Codevasf que marcam a passagem do Dia Mundial de Combate à Desertificação e à Seca (17 de junho). 

As iniciativas promovidas pela Codevasf mitigam os efeitos da seca prolongada em sua área de atuação e estão de acordo com os parâmetros do Programa de Ação Nacional de Combate à Desertificação (PAN Brasil). Elas renderam à Companhia, no ano passado, o certificado Dryland Champions (UNCCD/MMA) que teve o lema “Eu sou parte da Solução”.

A desertificação, processo que consiste na degradação da terra resultante de fatores como variações climáticas e atividades humanas, já atinge cerca de 15,7% do território brasileiro, de acordo com dados do PAN Brasil. São 1.482 municípios dos nove estados do Nordeste – Maranhão, Piauí, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Alagoas, Sergipe e Bahia –, além do Norte de Minas Gerais e Noroeste do Espírito Santo. A região concentra cerca de 32 milhões de pessoas, o que corresponde a 18,6% da população do País.

Na região do semiárido mineiro, norte do estado, as ações da Codevasf para recuperação de áreas degradadas e controle de processos erosivos foram efetivamente iniciadas a partir de 2010 e encontram-se em fase de execução como parte do Programa de Revitalização da Bacia do São Francisco. 

"As intervenções têm beneficiado direta e indiretamente toda a população, contribuindo com a melhoria da quantidade e qualidade da disponibilidade hídrica na região, fator que impulsiona o desenvolvimento regional", explica o engenheiro florestal Camilo Cavalcante de Souza, da Unidade de Conservação de Água, Solo e Recursos Florestais da Codevasf. 

Uma das alternativas que vêm sendo adotadas na região é a implantação de barraginhas, ou bacias de captação de chuva. Cada uma dessas estruturas comporta cerca 150 metros cúbicos de volume de água, transfere ao lençol freático cerca de 10 a 15 recargas/ciclo de chuvas, o que equivale de 1.500 a 2.250 metros cúbicos armazenados/barraginha/ciclo.

A água infiltrada promove a melhoria nas terras produtivas da propriedade, proporcionando ao solo a umidade necessária para garantir uma maior produção no período sem chuvas; ajuda a diminuir o processo erosivo por meio de interceptação de material carreado pelas enxurradas e serve para usos múltiplos, como a dessedentação dos animais. Mais de 12,8 mil barraginhas já foram concluídas.

O terraceamento é outra tecnologia conservacionista utilizada pela Codevasf para controle da erosão hídrica com a retenção das enxurradas e sedimentos, infiltração da água no solo, e para potencializar a produtividade em áreas aproveitadas pela agropecuária em consequência do aumento da umidade do solo. Mais de 200 quilômetros já estão concluídos para proteção de áreas de produção no semiárido mineiro.

Estradas rurais mal construídas e com manutenção inadequada estão entre as principais ações que contribuem para a degradação ambiental da bacia do rio São Francisco, segundo estudos do Plano de Recursos Hídricos da Bacia do São Francisco. 

Por essa razão, a Codevasf tem promovido a adequação de estradas vicinais – já são mais de 111 quilômetros readequados na região do Alto São Francisco –, evitando a degradação do leito e das terras agricultáveis ao longo do trecho do rio e garantindo o tráfego de veículos e o escoamento da produção agrícola.

A proteção de nascentes, matas ciliares e matas de topo é outra ação empreendida pela Codevasf. Com isso, é evitado o assoreamento e a contaminação das águas e o consequente comprometimento do abastecimento público. Além disso, previne-se a ocorrência de desastres associados ao uso e à ocupação inadequados de encostas e topos de morro como desmoronamentos, enchentes, inundações e enxurradas.

Certificação

As ações de Combate à Desertificação das Nações Unidas de Combate realizadas no Brasil são coordenadas pelo Ministério do Meio Ambiente por meio do Departamento de Combate à Desertificação, o qual tem entre seus objetivos garantir subsídios materiais e didáticos que possam trabalhar ações dentro das determinações da Convenção das Nações Unidas de Combate à Desertificação (UNCCD – sigla em inglês). A data comemorativa foi escolhida pela Assembleia-Geral da Organização das Nações Unidas em 1944 a fim de conscientizar a sociedade sobre o tema.
Em 2016, foi concedida à Codevasf a certificação Dryland Champions (UNCCD/MMA) que tem o lema “Eu sou parte da Solução”. Com isso, a Companhia, por meio do Programa de Controle de Processos Erosivos, é reconhecida como sendo parte essencial do combate à degradação do solo, à desertificação e à seca.

A certificação se deveu ao trabalho de recuperação ambiental realizado em Minas Gerais a fim de conservar a água, o solo e os recursos florestais, além de mitigar os efeitos das mudanças climáticas, por meio da implementação de práticas conservacionistas.

"Essa certificação ambiental confere um caráter internacional ao trabalho realizado pela Codevasf no combate a desertificação. Isso possibilita uma maior visibilidade e abre as portas para que ele seja compartilhado com outras regiões do planeta, que buscam soluções para os desafios da mudança climática e da escassez da água. Foi muito importante esse reconhecimento para demonstrar que a Codevasf está no caminho certo" afirmou Inaldo Guerra, diretor da Área de Revitalização da Codevasf. 

Baixo São Francisco

A Codevasf, por meio da 4ª Superintendência Regional, está integrando o Grupo de Trabalho Interinstitucional de Combate à Deserticiação de Sergipe (GPCD), coordenado pelo Governo do Estado de Sergipe. Segundo o engenheiro florestal Sérgio Hughes, representante da Codevasf no grupo de trabalho, a Companhia tem realizado uma série de ações que auxiliam no combate à desertificação no semiárido sergipano, como iniciativas na área de apicultura, o programa ‘Nascentes do São Francisco’ e a ampliação de unidades de conservação da caatinga.

Fonte: Codevasf

Unimontes recebe primeira carta patente

A Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes) recebeu na última semana a sua primeira Carta Patente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI), com apoio da Secretaria de Estado e Desenvolvimento Econômico, Ciência, Tecnologia e Ensino Superior (SEDECTES), da Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e da Rede Mineira de Propriedade Intelectual (RMPI). A patente concedida foi denominada “Coletor de Folhas e Frutos” (MU 8801104-6), de titularidade da Universidade Estadual de Montes Claros – Unimontes, desenvolvida pela inventora Francine Souza Alves da Fonseca.

A patente trata-se de um implemento agrícola denominado “Coletor de folhas e frutos”. A ferramenta foi desenvolvida, especialmente, para a retirada de folhas e frutos em Palmeiras da espécie Acrocomia aculeata (popularmente conhecida como macaúba), a qual apresenta acúleos (espinhos) sobre o tronco, o que impede a retirada das folhas e frutos por meio da escalada, como ocorre em outras Palmeiras.

O coletor foi inventado para melhorar o processo de coleta de folhas e frutos de Palmeiras, da referida espécie, endêmica em diversos estados brasileiros, sem causar lesões na planta ou para não derrubar frutos ainda imaturos dos cachos. Esta é a melhoria funcional em relação às demais foices encontradas no mercado, que tendem a lesionar as referidas palmeiras por ocasião da extração dos frutos. Outra diferença de destaque é em função da fixação da “foice” ao cabo se dar por meio de parafusamento e não por pregos. Portanto, mais adequada, de modo a evitar acidentes aos usuários.

A carta concedia à Unimontes trata-se da Patente de Modelo de Utilidade no qual se faz necessário que o objeto seja de uso prático. Ou que mesmo parte desse objeto seja suscetível de aplicação industrial que apresente nova forma ou disposição e que envolva o ato inventivo, que resulte em melhoria funcional em seu uso ou fabricação.

Fonte: Fapemig

Montes Claros ganha feira livre de produtos orgânicos

A população de Montes Claros já tem acesso desde o dia 15 de junho a frutas, legumes, verduras e também produtos como bolos e biscoitos, produzidos e cultivados por agricultores familiares, sem o uso de agrotóxicos, através da feira livre de produtos orgânicos que funciona sempre às quintas-feiras, à noite, na praça Flamarion Wanderley, bairro São José. 

A iniciativa é da Prefeitura de Montes Claros, através das secretarias de Agricultura e Abastecimento e de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, em parceria com a Associação dos moradores do bairro São José, dos agricultores familiares, da Fundação Banco do Brasil e Emater. A Feira será dotada de toda infraestrutura com banheiros químicos e torneiras.

Para o secretário municipal de Agricultura e Abastecimento de Montes Claros, Osmani Barbosa Neto, a procura por alimentos livres de agrotóxicos tem aumentado entre os consumidores em geral, que têm se preocupado cada vez mais em ter uma alimentação saudável. “Além de consumir produtos mais saudáveis, quem adquirir os alimentos comercializados na Feira de Produtos Orgânicos fomentará a agricultura familiar, além de fazer economia, porque os preços são muito acessíveis”, disse. Osmani informou ainda que a determinação do prefeito é para atender os desejos da população. “O prefeito Humberto Souto pediu para não medir esforços para atender as iniciativas da comunidade, principalmente neste caso que tem o objetivo de valorizar os produtores familiares do município, oferecendo produtos totalmente saudáveis para a população”, explicou.

Para a presidente da associação dos moradores do bairro São José, Rita Cristina Costa, será criada uma comissão composta por representantes da Secretaria Municipal de Agricultura, da Fundação do Banco do Brasil, da Associação dos moradores do bairro São José e com representantes dos pequenos produtores das comunidades do Planalto Rural e Lagoinha, para regularizar a feira e criar seu estatuto. “Estamos regularizando a documentação, mas já está decidido que a feira de produtos orgânicos acontecerá todas as quintas-feiras, das 18 às 21 horas, na praça Flamarion Wanderley, com 25 barracas padronizadas e que cada produtor terá um limite de barracas, para evitar a figura do atravessador”. Explicou Costa. Segundo ela, além das frutas e verduras, serão comercializados doces, biscoitos e outros produtos artesanais.

Para o agricultor familiar João Simael Ferreira da Silva, a realização da feira de produtos orgânicos irá agregar valores e já está deixando os produtores eufóricos a com a possibilidade de aumentar a produção e valorizar mais seus produtos. “Estamos entusiasmados com esta feira, e eu já estou com medo de não dar conta, devido à demanda que deverá ser grande. Mas se Deus quiser, vamos aumentar nossa produção para atender todo mundo, com preço mais barato e com um ganho maior, pois venderemos diretamente para a população”, explicou o produtor.

Simael cultiva 20 mil pés de morangos sem o uso de agrotóxicos, mesmo sendo uma planta de baixa resistência a ataques de pragas e doenças. “Eu não uso nem defensivo orgânico, muito menos agrotóxico, que além de envenenar o produto ainda mata tudo, principalmente os passarinhos. Prefiro deixar a bicharada comer, pois ainda sobra muito morango. Até parece que eles fazem é dobrar”, comentou Simael.