sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Municípios do Norte de Minas vão receber recursos para combater a seca

O secretário de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri, Gil Pereira, conseguiu a liberação de recursos junto ao governo federal para amenizar o problema da seca no Norte de Minas, diz o Hoje Em Dia. O secretário precisou comprovar a realidade das cidades para liberar o montante R$ 500 milhões.

"O recurso será destinado à construção de 600 sistemas simplificados de água. Também serão perfuradas 43 mil cisternas de 16 mil litros, com o intuito de guardar água por cerca de dois meses, e construídas 1.800 barraginhas e 1.150 barragens maiores", esclarece a reportagem.
 
Leia abaixo a reportagem na íntegra.



Fonte: Agência Minas


Estado registra redução de 57% de área queimada por incêndios florestais nas Unidades de Conservação em relação à média histórica

 
Parque Estadual Serra do Cabral, em Buenópolis
Evandro Rodney/Sisema

A Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) divulgou, nesta quarta-feira (27/11/13), o balanço dos incêndios florestais registrados nas Unidades de Conservação de Minas Gerais no período de janeiro a 12 de novembro deste ano, data que se encerrou o período crítico de seca no estado. Os dados revelam que 2013 apresentou redução de 57,4% de área queimada em relação à média histórica registrada nos últimos seis anos. Já em relação a 2012, a queda foi ainda mais significativa. Foram 78% menos hectares de área de preservação destruídos por incêndios.

Neste ano, a área queimada nas UCs estaduais foi de 13,6 mil hectares enquanto em 2012, considerando o mesmo período, 62 mil hectares de áreas de preservação foram atingidos por incêndios florestais. Em relação ao número de ocorrências, em 2013 foram 562 queimadas enquanto em 2012 foram 559. “Os números mostram a efetividade das ações de combate. Apesar de terem sido registradas mais ocorrências de incêndio do que no ano passado, a área queimada foi significativamente menor”, ressalta o secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Adriano Magalhães.

De acordo com a subsecretária de Controle e Fiscalização Ambiental Integrada, Daniela Diniz, os resultados se devem às condições climáticas a às importantes ações desenvolvidas pelo Estado. “Foram contratados cerca de 250 brigadistas para as nossas Unidades de Conservação que reforçaram as ações de combate. Além disso, decidimos pelo emprego das aeronaves nas ações de combate e a Polícia Ambiental intensificou a fiscalização nas áreas de preservação mais críticas, a fim de coibir as ocorrências criminosas. Aliado a essas ações, tivemos forte apoio da Adjuntoria Ambiental do Corpo de Bombeiros que mobilizou militares especializados em combates a incêndios florestais, além da atuação de brigadistas do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e também dos voluntários”, explicou Daniela.

As ações citadas associadas ao fortalecimento da Força Tarefa Previncêndio (FTP) e ao funcionamento durante 24 horas da Sala Situação, resultaram ainda na redução do tempo de resposta de combate. Nas 20 UCs estaduais consideradas as mais críticas em relação às queimadas, as médias do tempo de resposta entre a detecção do foco de incêndio até o início do combate e do início ao fim do combate caíram, em alguns casos, para menos da metade do tempo registrado em 2012.

De acordo com o diretor de Prevenção e Combate a Incêndios Florestais e Eventos Críticos da Semad, Rodrigo Bueno Belo, com a diminuição do tempo de resposta, em cerca de 60% das ocorrências registradas este ano, ou seja, 312 delas, foram queimadas áreas menores do que 10 hectares. “Ao contrário do ano passado, quando registramos 13 grandes ocorrências de incêndios com mais de mil hectares de áreas queimada em cada uma delas, este ano não há registros de ocorrência na qual tenha queimado mais de mil hectares. Podemos afirmar que isso é resultado de um esforço conjunto. Os gerentes das UCs e suas equipes conseguiram identificar rapidamente o foco, informaram à Sala de Situação que gerenciou as informações e avaliou com precisão a necessidade do apoio de aeronaves ou de pessoal no combate, bem como de equipamentos de suporte”, destacou.

Proteção Integral

Nas unidades de conservação de proteção integral a área queimada em 2013 também foi inferior ao mesmo período do ano passado. Enquanto em 2012 queimaram 11,6 mil hectares, neste ano a queda foi de cerca de 75%, com 2,8 mil hectares atingidos por incêndios florestais. “No ano passado, nos propusemos uma meta de redução de 50% mas, com todas as ações desenvolvidas e o empenho das equipes da Semad, do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e de todos os outros órgãos que compõem a Força Tarefa Previncêndio conseguimos resultados ainda melhores”, comemora o secretário Adriano Magalhães.


Fonte: Semad


Minas Sem Fome beneficia famílias de Mantena, região Leste de Minas Gerais




Estimular a implantação de hortas e lavouras de milho. Esse é o objetivo da Emater-MG em parceria com a Prefeitura de Mantena, região Leste de Minas Gerais, com a distribuição de kits de horta e sementes de milho. A doação, que aconteceu no mês de novembro, beneficiou 530 famílias  e foi possível por meio do programa Minas Sem Fome. 

No total foram entregues 400 kits de horta com sementes de quiabo, cenoura, beterraba, alface, repolho e abóbora. Quatrocentas famílias receberam os kits. O material será utilizado para implantação de hortas individuais. Dessa forma, as famílias beneficiadas poderão reduzir despesas com a compra de hortaliças e consumir alimentos de qualidade diariamente.

“O objetivo é tornar o consumo de hortaliças cada vez mais frequente de maneira que não falte alimentos ricos em vitaminas na mesa do agricultor mineiro e, de preferência, plantado pelas próprias famílias”,  afirma a extensionista Tânia Carvalho Coleta.

Também foram distribuídos 1.300 quilos de sementes de milho para 130 famílias. Os grãos serão plantados no mês de novembro e deve ser colhido em fevereiro. O milho será utilizado para consumo das famílias e para a alimentação complementar do gado e suínos.

A extensionista da Emater-MG explica que a doação de sementes aconteceu em boa hora, pois o mês de novembro é tradicionalmente época de plantio de milho. “ Quem não plantar agora terá que esperar até março do ano que vem. Se não tivessem recebido as sementes este ano, os agricultores estariam gastando muito para plantar milho”, disse Tânia Carvalho Coleta.

Minas Sem Fome

O Minas Sem Fome é uma iniciativa do governo de Minas e executado pela Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais, por meio da Emater–MG, com apoio das prefeituras. O objetivo é implementar ações que contribuam para a inclusão da população de baixa renda no processo produtivo, especialmente agricultores familiares. O programa incentiva a produção de alimentos, agregação de valor e geração de renda, visando a melhoria de suas condições de segurança alimentar e nutricional. A Emater–MG é responsável pela mobilização dos agricultores, assistência técnica, compra e distribuição dos insumos.



Fonte: EMATER/MG


Quilombola da Lapinha em Minas é força e vitória


Foto: Priscila Carvalho
José Teodorico Borges, conhecido como Doriquim e Dermira Ferreira Borges, conhecida como Deca, estão casados há 27 anos, vivem no Quilombo da Lapinha. Possuem quatro filhos Nilson, Nilton, Nelma, Noemia e cinco netos, Luidy, Davi, Emily e Ana Julia, está última mora com eles.

O Quilombo da Lapinha, situado no município de Matias Cardoso, norte de Minas Gerais, é constituído por cerca de cento e sessenta famílias e, é composto pelas comunidades Várzea da Manga, Lapinha, Saco, acampamento Rio São Francisco e Ilha da Ressaca. Esta comunidade quilombola ocupa o seu território, desde o século XVII. Deca e Doriquim explicam que Matias Cardoso era ponto de comercio e troca de mercadorias, e com seus senhores haviam sempre os escravos. A vila que virou cidade é mais velha do que Mariana e Outro Preto. Vários de seus ancestrais se rebelaram e fugiram formando os quilombos, principalmente vindos das fazendas da Bahia, e adentraram a chamada Mata da Jaíba, nos vales do Rio São Francisco, Verde Grande e Gorutuba.

Deca e Doriquim, como várias outras famílias quilombolas, viviam cercados por fazendeiros que se apropriaram das terras da região por volta de 1970. No período das grandes cheias a ilha inunda, e eles têm que procurar jeito de sobreviver na cidade. Quando mudaram para a ilha conheceram Jezuíto Gonçalves, que vive na comunidade próxima chamada Lapinha. Segundo o casal, Jezuíto descobriu em seu envolvimento com movimentos dos povos tradicionais que território é um direito garantido por lei para descendentes e remanescentes de comunidades quilombolas. Para garantir este direito recorreram ao apoio da Comissão Pastoral da Terra (CPT), ao Centro de Agricultura Alternativa (CAA) do antropólogo João Batista. E o ITER (Instituto de Terras) e a Unimontes (Universidade Estadual de Montes Claros), que disponibilizaram serviços de laudos, advogados, e ajuda nas viagens e mobilizações do quilombo.

Foto: Priscila Carvalho
Este esforço deu resultado, pois em 2005 conseguiram provar na justiça que são os membros das antigas famílias quilombolas. Contudo, o reconhecimento de que eles têm um território foi outra luta. Para isso, criaram a Associação do Quilombo da Lapinha, cujo atual presidente é Doriquim. E em 2006 retomaram por si próprios o território em que viveram seus antepassados e do qual foram expulsos com a chegada dos fazendeiros.  Eles contam que a terra em disputa, encontra-se há mais de vinte anos abandonada e é, portanto improdutiva, sendo ocupada apenas por caseiros que recebem para vigiar a propriedade.
 
Por isso, montaram o acampamento denominado de Rio São Francisco. A partir daí iniciou-se um processo de negociação entre os quilombolas, fazendeiro, INCRA (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e juiz. Depois de o caso ser disputado em várias instâncias, contabilizando, sete anos de luta, conquistaram o decreto de direito ao território e que provisoriamente tem posse de 22 hectares para permanência das famílias até que o INCRA realize a demarcação de todo o território.

Agora estão aguardando a demarcação, para concretizar a conquista da terra. No entanto, eles dizem que esta conquista não foi simples assim, pois desde que realizaram a retomada do território os policiais constantemente os visitavam armados para amedrontá-los. Deca, de forma convicta nos afirmou, “Aprendemos muito dos nossos direitos no intuito de defender nossas vidas. Aprendemos a mobilizar advogados, secretários, Ministério Público (MP). A gente não sabe como agradecer a Deus por ter passado vivo por todos estes conflitos com os policias armados, falsos oficiais de justiça ameaçando para assinar documentos”, diz Deca.

Os remanescentes das comunidades quilombolas destacam que a comunidade sempre unida para mutirões e trabalhos coletivos em todas as ações os levou a conquistar não só direito a terra, como também professoras e enfermeiras da própria comunidade melhorando o atendimento da saúde e educação, projetos de acesso à água para beber com as cisternas de placa de cimento e uma horta PAIS (produção agroecológica integrada e sustentável) através do CAA e CPT; criação de galinhas; padaria, fabriqueta de rapadura do Programa de Combate à Fome. E ainda, a contribuição de seu Francisco aposentado da Petrobras que conseguiu um sistema de tratamento de água para o assentamento São Francisco.

Deca e Doriquim finalizam dizendo da resistência e da persistência coletiva que tiveram para conseguir seus direitos tendo de enfrentar, polícia e o poder público de Matias Cardoso, Montes Claros e Brasília. “Já fechamos o INCRA por três dias, ficamos mais de 2 semanas em Brasília. O povo pergunta como conseguimos nossas terras tão rápido, mas a questão é que nunca paramos, esta luta é assim não para”, nos declarou Doriquim.


Fonte: ASA Minas