quinta-feira, 16 de outubro de 2014

Arqueologia, Cultura e História do Norte de Minas são destaques no Museu Regional

Objetos utilizados pelos tropeiros ajudam a explicar a ocupação do Norte de Minas (fotos: Solon Queiroz)
 
Aspectos arqueológicos, culturais, históricos, literários e naturais, além da culinária e do artesanato regional estão expostos no Museu Regional do Norte de Minas, inaugurado na noite dessa terça-feira (30/9), no antigo Casarão da Fafil. O espaço também é dotado de equipamentos multimídia, com exibição de vídeos sobre a história dos municípios norte-mineiros.

A diretora do museu, Raiana Maciel Librelon, explica que está em funcionamento o serviço de visitas guiadas feito por treze acadêmicos do curso de História da Unimontes que atuam como monitores. O agendamento das visitas para escolas públicas e particulares deve ser feito com antecedência.

O acervo do museu foi dividido em quatro espaços temáticos: “Sala do Meio Ambiente”, com painéis de fotos e vitrines expositoras com sementes de espécies vegetais do cerrado norte-mineiro como ipê, aroeira, garopa, fava danta, cagaita, mutamba e coco macaúba; “Sala da Ocupação da região do Norte de Minas”, também com painéis, que exibem imagens de sítios arqueológicos e mostra de artefatos do período pré-histórico como machadinhas e instrumentos de corte.
Há, também, a “Sala do Desenvolvimento de Montes Claros” é dotada de painéis com fotos e a exposição de utilitários, como selas, panelas, arreios e outros artefatos usados pelos antigos tropeiros. Na sala “Saberes e Fazeres e Celebrações” estão os painéis com fotos, material de artesanato, estandartes e vestimentas dos dançantes das Festas de Agosto de Montes Claros, com catopés, marujos e caboclinhos.

No espaço multimídia, segundo explica a curadora do museu, professora Marta Verônica Vasconcelos Leite, os usuários podem obter informações e assistir vídeos sobre a cultura e a historia dos municípios norte-mineiros. No andar superior, há duas exposições artísticas: a “Eco Art”, de artistas da América Latina, e a Mostra de Artista
s Norte-mineiros, com telas de nomes como Yara Tupinambá, Konstantin Christoff, Godofredo Guedes e Felicidade Patrocínio, dentre outros.


Fonte: Unimontes

Os usos múltiplos do maracujá

Da flor à casca, veja o que pode ser feito com a fruta

As variedades azeda (ou amarela) e doce são as mais utilizadas no país (Foto: Anderson Schneider / Ed. Globo)

Nativo da América Tropical, o fruto do maracujazeiro possui vitaminas A, C e do complexo B, além de sais minerais como potássio, ferro e cálcio. Além de maior produtor, o Brasil é o que mais consome maracujá no mundo. No entanto, apesar de existirem mais de 150 espécies e cerca de 70 viáveis para comercialização, o país utiliza apenas duas em maior escala (a variedade azeda, Passiflora edulis e a doce, Passiflora alata), afirma Ana Maria Costa, pesquisadora da Embrapa Cerrados e líder da Rede Passitec (Desenvolvimento Tecnológico para Uso Funcional e Medicinal das Passifloras Silvestres).
 
Atualmente, a Embrapa trabalha no desenvolvimento de cultivares novas, com propriedades diferentes, maior produtividade e usos múltiplos. O maracujá pérola, por exemplo, é rico em ferro e tem mais taliamina do que a maçã, além de ser fácil de produzir. Lançado em maio de 2013, já está sendo inserido no mercado por produtores do Distrito Federal e utilizado na merenda escolar, conta Ana Maria.
 
Segundo a pesquisadora, aproximadamente 900 mil toneladas da fruta são produzidas por ano. “A maioria vai para a produção de suco e isso gera um passivo ambiental [resíduos, como cascas e sementes] de cerca de 600 mil toneladas”. Hoje, a rede de pesquisas tem estudos para utilizar as partes do maracujazeiro de forma completa. “Tirando o suco, o resto é pouco aproveitado pela indústria”. Para ela, esses resíduos “têm potencial de industrialização e vão enriquecer o cardápio do brasileiro”.
 
Veja o que pode ser feito com cada parte:
 
1) Polpa
 
A polpa do maracujá azedo, o mais popular no país, é utilizada majoritariamente na indústria de sucos e em preparações caseiras. Já o doce é o famoso “maracujá de colher”, onde a polpa é consumida in natura.
 
2) Casca
 
De acordo com Ana Maria Costa, atualmente grande parte das cascas ou vão para o lixo ou para ração animal e adubo, mas a farinha feita da casca começa a ser difundida. “Ela contribui para diminuir a absorção de açúcar e gordura, ajuda no equilíbrio do intestino e dá a sensação de saciedade”, conta a pesquisadora. Com grande quantidade de fibras, pesquisas da Rede Passitec já testaram o uso da farinha em queijos e iogurtes.

A pesquisadora lembra que para obter uma boa farinha, é preciso cuidado no processamento. “São necessárias boas práticas de higiene para fabricar um produto de boa qualidade”. Segundo ela, nem sempre as grandes indústrias têm essa preocupação com a casca, por isso, os fabricantes da farinha normalmente compram a matéria-prima de processadoras menores. “A farinha boa é clarinha, bem fina e tem baixo teor de amargor”, ressalta.

A Rede Passitec também já desenvolveu um espessante a partir da casca, que foi testado em escala laboratorial na fabricação de queijo, requeijão e sorvete. A pesquisadora conta que alguns produtos já estão começando a atingir o mercado. Ela cita como exemplo a Associação de Produtores de Unaí que farão, até o fim de novembro, o primeiro teste de colocação no mercado do queijo com fibras da casca do maracujá. “Outras cooperativas também já estão se interessando por colocar o produto no mercado”.
 
A pesquisadora diz que também já existe licor e cachaça feitos a partir da casca fermentada. “Nesse caso, é possível usar o resíduo de grandes indústrias, uma vez que o processo de fermentação purifica o material”.


Sementes podem ser aproveitadas em diversos produtos
(Foto: Soraya Pereira/Embrapa)
3) Semente

Além de enfeitar mousses e outros pratos, ela pode ser transformada em óleo a ser usado na indústria alimentícia e de cosméticos. A Extrair Óleos Naturais produz três produtos com a semente da fruta: a versão desidratada, o óleo e o farelo desengordurado, que é a torta resultante da extração do óleo.
 
Sandro Reis, sócio-gerente fundador da empresa, explica que a matéria-prima vem de indústrias de polpa da fruta de diversos Estados brasileiros. “O material vem sujo e é limpo na fábrica. Utilizamos um processo de limpeza desenvolvido pela Universidade Estadual do Norte Fluminense (Uenf) que faz isso de forma mais rápida”. Reis diz que a rapidez do processo possibilita a fabricação de um produto de melhor qualidade, pois evita a deterioração da semente, que estraga dois dias depois de ser retirada.
 
Ana Maria ressalta que o óleo tem boa quantidade de ômega 6 e é utilizado tanto na indústria alimentícia quanto na cosmética. “Ele pode ser usado como emoliente, pois diminui o inchaço debaixo dos olhos”. Sandro afirma que “o farelo é interessante tanto na fabricação de esfoliantes quanto para substituir em até 25% a farinha em pães, principalmente na linha integral”.

Flor tem uso cosmético e ornamental (Foto: Breno
Lobato/Embrapa)
4) Flor


De beleza marcante, a flor do maracujá é empregada na indústria de cosméticos por seu aroma. Algumas espécies também são plantadas com o propósito do uso ornamental.

5) Folha


É da folha do maracujá doce (passilfora alata) que a passiflorina utilizada em remédios é extraída pela indústria farmacêutica. É também da folha dessa espécie que a Natura extrai dois flavonóides empregados na fabricação de cremes rejuvenescedores. “São muito interessantes do ponto de vista cosmético, pois tem propriedade de regeneração celular”, afirma a pesquisadora.




Fonte: Globo Rural

Pecuarista tem alternativas para evitar prejuízos com a seca

Foto: Danilo Moreira/Embrapa Pecuária Sudeste
Entre os meses de outubro e novembro, os pecuaristas já precisam começar o planejamento para o próximo período de seca, quando o crescimento da pastagem é mais lento e a qualidade do pasto também é menor. Na época de seca, o efeito sanfona do animal, gordo na época das águas e magro na época seca, aparece.

Para minimizar o impacto da estiagem e da diminuição de temperatura em algumas regiões, é necessário iniciar o planejamento com um ano de antecedência. Assim, quando chegar o período de seca, o produtor estará preparado para enfrentá-lo.

O pecuarista tem alternativas para evitar prejuízos. Mas para isso, ele deve ter uma estimativa do rebanho ao logo do ano, ter noção da capacidade de produção de forragem dos pastos e saber qual é o ganho de peso dos animais em cada categoria.

Uma das possibilidades é reservar uma parte do pasto na época de chuvas para que o gado possa se alimentar na seca. A vedação deve ser realizada no terço final do período chuvoso para garantir uma alimentação adequada durante os meses de seca.

A produção de silagem, feno ou cana-de-açúcar pode ser alternativa viável, dependendo da região e das condições do produtor. A integração lavoura-pecuária-floresta também pode colaborar na melhoria do solo, na recuperação da pastagem, além de oferecer produtividade e qualidade do pasto.

Conhecer as características climáticas da região e os impactos sobre o desenvolvimento do capim é importante para reduzir os riscos do período de seca. Os zoneamentos agroclimáticos para plantas forrageiras podem servir de subsídio no planejamento das atividades agropecuárias.


Fonte: Rural BR