sexta-feira, 18 de setembro de 2015

MG terá R$ 4,4 bilhões para financiar a agricultura familiar

A destinação de R$ 4,4 bilhões em crédito rural para a agricultura familiar em Minas Gerais foi anunciada, no dia 19/8/15, durante o lançamento do Plano Safra da Agricultura Familiar 2015/2016, ocorrido no Plenário da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). A solenidade foi acompanhada por centenas de representantes de movimentos sociais, que lotaram o Plenário e a área externa da ALMG, além de diversas autoridades estaduais e federais.

Comandando a Reunião Especial de Plenário, o presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes (PMDB), recepcionou as autoridades presentes, entre elas o governador Fernando Pimentel, o ministro de Estado de Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, e o secretário da Agricultura Familiar do Ministério do Desenvolvimento Agrário, Onaur Ruano.

Na solenidade, o secretário informou que o montante de R$ 4,4 bilhões é 57% maior do que o contratado na safra passada (R$ 2,8 bilhões). Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário, esses recursos são destinados ao custeio e investimento de pequenas propriedades rurais mineiras. “Isso significa a possibilidade de grande ampliação no número de contratos, resultando em mais de 206 mil em Minas”, informou Onaur Ruano.

“O carro-chefe de todos os Planos Safra é o anúncio do volume de recursos para financiamento da agricultura familiar, e o crédito para 2015/2016 em todo o País é de R$ 28,9 bilhões”, afirmou Ruano, lembrando que estão sendo comemorados os 20 anos do Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Ele disse que esse montante é 20% maior em relação aos recursos destinados à safra anterior e que houve a manutenção das taxas de juros para elas ficassem abaixo da inflação - entre 0,5% e 5,5% ao ano.

Ruano informou que, em Minas Gerais, existem 401 mil famílias que têm a Declaração de Aptidão ao Pronaf (DAP), instrumento que permite o acesso ao crédito rural do Governo Federal. Ele também disse que o atual Plano Safra alterou o seguro de agricultura familiar, ampliando a proteção à expectativa de renda do agricultor. Também informou que 16 mil famílias em Minas Gerais são atendidas pela política de Assistência Técnica e Extensão Rural (Ater), com execução de R$ 62,9 milhões.

No inicío da solenidade, o autor do requerimento para a Reunião Especial, deputado Rogério Correia (PT), destacou a importância do lançamento do Plano Safra, que ele espera que possa trazer mais avanços na agricultura. Ele destacou a presença dos movimentos sociais no Plenário da ALMG, ao lado do governador Fernando Pimentel e do ministro Patrus Ananias.

Ministro e governador destacam importância da agricultura familiar

O ministro do Desenvolvimento Agrário, Patrus Ananias, ressaltou que o Governo Federal está lançando o Plano Safra em todos os Estados. Ele reforçou o compromisso de que os espaços da agricultura familiar possam não apenas produzir alimentos, mas que sejam também espaços de vida. E disse esperar que nesse segmento estejam presentes políticas públicas de educação, cultura, saúde, moradia, saneamento, entre outras.

Segundo Patrus Ananias, o Ministério o Desenvolvimento Agrário trabalha pelo fortalecimento da agricultura familiar, e o desafio é fazer a reforma agrária. Nesse sentido, informou que já encaminhou à presidente Dilma Roussef a sua proposta de reforma agrária. “Já assentamos 10 mil famílias nesses primeiros meses, mas nosso objetivo é que no final do governo Dilma não exista mais nenhuma família vivendo debaixo da lona no Brasil”, afirmou.

O governador Fernando Pimentel lembrou que os agricultores familiares são responsáveis por 70% dos alimentos consumidos no País e que seu objetivo é trabalhar próximo a esse e outros setores desassistidos. “Queremos transformar o Estado em território de desenvolvimento sustentável e harmônico, com espaço para todos”, disse.

Diminuição da pobreza - O presidente da ALMG, deputado Adalclever Lopes, também saudou a presença dos movimentos sociais na ALMG e agradeceu ao governador a deferência em lançar o Plano Safra na ALMG. Ele disse que o atual governo ouve para a governar e destacou a independência e a harmonia entre os Poderes. E finalizou reforçando as palavras do ministro Patrus Ananias de que o Plano Safra representa também a agroecologia, o desenvolvimento do plantio, os mananciais resguardados e a diminuição da pobreza.

Movimentos sociais cobram mais políticas públicas 


“Comemoramos os R$ 28,9 bilhões do Plano Safra, mas em relação ao agronegócio, estamos muito atrás”, lembrou o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Vilson Luiz da Silva. Ele defendeu a adoção de políticas públicas no meio rural para manter as estruturas familiares, com a mulher e o jovem no campo, e registrou o trabalho da agricultura familiar para a soberania da alimentação no Brasil.

O presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores na Agricultura (Contag), Alberto Ercílio Broch, também reforçou a importância da agricultura familiar para a segurança alimentar e o desenvolvimento do setor. Já o dirigente do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Sílvio Cardoso Netto, defendeu as políticas públicas no setor, mas ressaltou que não é possível avançar sem acesso à terra, para que as pessoas possam produzir e viver com dignidade.

O vice-presidente da Fetaemg, Eduardo José de Almeida, saudou a presença do governo e de representantes sociais na mesma mesa e disse que sempre reivindicará políticas diferenciadas, principalmente as de acesso à terra.

Reforma agrária - Durante a solenidade, foi assinado o contrato de doação pela União, ao Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra), de imóvel situado na Fazenda Jacaré, em Bocaiuva (Norte de Minas). Também foi entregue a cooperativas e associações o Selo de Identificação da Participação da Agricultura Familiar (Sipaf).


Fonte: ALMG

 

quinta-feira, 17 de setembro de 2015

Minas se firma como polo gerador de energia solar


Embora a fonte solar represente apenas 0,01% da matriz energética de Minas Gerais, responsável por 1,4 megawatt, o Estado se prepara para se tornar polo fotovoltaico nacional. Nos próximos anos, a espanhola Solatio Energy vai investir R$ 1,1 bilhão em Minas na construção de oito parques solares, localizados em Vazante, na região Noroeste de Minas, e em Pirapora, no Norte do Estado. Juntos, eles vão somar 240 MW de potência instalada. 

Segundo o secretário de Desenvolvimento Econômico e Social de Minas Gerais, Altamir Rôso, os cinco parques que serão implantados em Pirapora serão explorados durante 20 anos e, nesse período, irão faturar R$ 2,2 bilhões. "Teremos outro leilão solar em 14 de novembro e certamente Minas Gerais vai atrair outros empreendimentos. O Estado possui intensa incidência solar", afirma o secretário.

A Companhia Energética de Minas Gerais (Cemig) também contribui para colocar o Estado no mapa fotovoltaico nacional, mas quer ampliar a participação nesse tipo de fonte energética. Em Belo Horizonte, a empresa possui uma usina de 1,42MW no estádio Mineirão. A energia gerada é suficiente para abastecer 900 residências e é injetada na rede da Cemig.

Parceria

Já por meio da subsidiária Renova, braço de energias renováveis da estatal mineira, ela acaba de firmar uma parceria com a SunEdison, norte-americana que detém tecnologia de ponta em energia solar.

Juntas, elas venceram certame federal específico para energia fotovoltaica realizado na semana passada. O objetivo é operar dois parques que somarão 59,67 MW na Bahia, com entrega prevista para 1º de agosto de 2017.

"Esse acordo vai permitir que a empresa do grupo Cemig se mantenha na liderança do setor de renováveis, no qual já opera o maior parque eólico da América Latina, passando também a atuar na energia fotovoltaica a preços competitivos internacionalmente", disse, a estatal, por nota.

Fábricas de placas

Na última entrevista concedida na sede da Cemig, no início de agosto, o superintendente de Comunicação Institucional da companhia, Luiz Fernando Rolla, afirmou que a concessionária vai participar de todos os leilões realizados até o fim do ano. Trazer para Minas Gerais uma fazenda solar é uma das intenções da empresa.

Ele afirmou, ainda, que há a expectativa de que uma fábrica de placas seja instalada em Minas. Para isso, no entanto, há a necessidade de um parceiro. "Em cinco anos a energia solar será a mais competitiva", observou.
Na avaliação do secretário de Desenvolvimento Econômico e Social do Estado, a instalação das fazendas solares no Estado faz com que a cadeia produtiva do setor venha a reboque. Altamir Rôso ressalta que algumas fábricas de placas solares já entraram em contato com ele, manifestando interesse em se instalar em Minas.
O secretário não confirma, mas fontes do mercado afirmam que a Canadian, responsável por fornecer painéis para a Solatio, é uma das companhias interessadas em fincar os pés por aqui.

Reflexo positivo

Na avaliação do consultor de energia e membro do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Energético (Ilumina), Roberto D'Araújo, a instalação de empresas de placas fotovoltaicas pode, no futuro, reduzir o valor do produto em solo nacional e acabar com o principal entrave da geração distribuída: o alto custo.

Vale lembrar que na geração distribuída o consumidor produz a própria energia e injeta o excedente na rede. No fim do mês há um encontro de contas e o cliente paga o que foi consumido da concessionária.

"O Brasil está muito atrasado quando o assunto é geração fotovoltaica. Basta ver a Alemanha, que possui incidência solar inferior à nossa, mas a geração é maior", diz. Ainda de acordo com D'Araújo, investir nessa fonte é fundamental para que o país dê um salto em tecnologia energética.

Empresa desenvolve em Belo Horizonte nova geração de células para captar a luz do sol

Uma nova geração de células orgânicas está em produção em escala comercial pela Csem Brasil em Belo Horizonte. A tecnologia, que capta a luz do sol para gerar energia, é desenvolvida em grandes volumes apenas em Minas Gerais, Alemanha e Japão. Reduzir o consumo de combustível dos veículos e abastecer residências está entre as aplicações do produto.

O ineditismo do filme orgânico chama a atenção. Como reflexo, a expectativa do CEO da Csem Brasil, Tiago Maranhão, é a de que nos próximos cinco anos o faturamento da Sunew, empresa criada para comercializar placas solares, finas e modernas, seja de centenas de milhões de reais. O produto já foi vendido para diversos clientes, mas os nomes são mantidos em sigilo.

Enquanto as placas de silício são duras, pesadas e grandes, o filme orgânico é flexível, leve, transparente e pode ser produzido por meio de impressão. Ou seja, as placas orgânicas chegam onde o silício não vai.

Atualmente, de acordo com o CEO, a capacidade produtiva da Csem Brasil chega a 400 mil metros quadrados por ano.

Aplicações

Com o produto, é possível revestir prédios, cobrir veículos e revestir mobiliários urbanos. Tudo isso, sem interferir no visual da cidade. "As placas são transparentes, por isso, não há impacto", diz Maranhão.

Conforme afirma o CEO da Csem Brasil, uma parceria com a montadora Fiat foi fechada. A partir dela, no futuro será possível utilizar as placas para substituir o alternador e aliviar o motor. O objetivo é economizar combustível. "O mercado automobilístico é muito competitivo. Reduzir o consumo de combustível será um grande diferencial", afirma.

Urbano

No caso do mobiliário urbano, o destaque vai para as praças, pontos de ônibus e demais locais públicos de grande concentração. "Podemos utilizar as placas para gerar energia para que as pessoas recarreguem o celular ou, até mesmo, para que os postes fiquem acessos. É a cidade do futuro se tornando realidade".

Em estruturas flutuantes, como embarcações, também é possível aplicar as faixas de geração solar. Principalmente em reservatórios de hidrelétricas e de Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH). Assim, as fontes se complementam.

Minas no foco

Ele destaca a participação de Minas Gerais no desenvolvimento do produto. "As pessoas não sabem, mas temos, aqui no Estado, o que há de mais tecnológico em placas solares em Belo Horizonte. E foi tudo desenvolvido por nós mesmos", ressalta.

Pelo menos 50 pessoas de 10 nacionalidades diferentes trabalham no laboratório, instalado na Fundação Centro Tecnológico de Minas Gerais (Cetec), da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg). Inicialmente, a Csem Brasil recebeu cerca de R$ 100 milhões em investimentos.


Fonte: Jornal Hoje Em Dia


Trabalho da Ruralminas garante acesso à água para mais de 1.700 famílias no Norte de Minas


A Ruralminas, por meio do Programa Nacional de Universalização do Acesso e Uso da Água – Água Para Todos, Alimentação Familiar, em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas (Idene), realiza ações que visam garantir o acesso à água para 24 municípios no Norte mineiro. No total, serão 1.736 famílias beneficiadas. 

Os produtores rurais das localidades escolhidas são beneficiados com um kit contendo dez barragens de captação de água de chuva, uma cisterna e um tanque para criação de peixes. Através da construção da barragem, o lençol freático é alimentado favorecendo o aparecimento de água na cisterna que será usada para encher o tanque de criação de peixes e para o uso pessoal das famílias.

As famílias beneficiadas pelo programa são indicadas pelos Conselhos Municipais de Desenvolvimento Rural Sustentável (CMDRS) de cada município. De acordo com o Técnico Ambiental da Ruralminas, Frederico Borges, esse trabalho também contribui para a diminuição do êxodo rural. “Essas ações valorizam solo para o plantio e incentivam a permanência das famílias no campo. O abastecimento também é uma conquista muito importante para as comunidades, já que o abastecimento era realizado através de caminhões pipa”, afirma.

Os produtores rurais que comemoram a implantação do programa Água Para Todos, que favorece a plantação de alimentos, gera água para consumo próprio e para criação de peixes. Esse é o caso da senhora Lina Oliveira, moradora da comunidade de Pesqueiro, no município de Gameleira. Para ela as melhorias foram muito gratificantes. “Por aqui está todo mundo feliz. Melhorou demais. Nós sonhamos com isso e agora podemos ver com nossos olhos. Antes era muito sofrimento. Eu precisava andar mais de 300 metros para buscar água para beber. Lavava roupa na bacia. Hoje tenho água dentro de casa e um peixinho para fazer a hora que quiser”, narra.

Em Gameleira foram construídas 310 bacias de captação de água de chuva, 31 tanques para criação de peixes e 31 cisternas. Mais de 30 famílias foram beneficiadas. A previsão é que os trabalhos nos 24 municípios do Norte de Minas seja concluído em março de 2016.

Os 24 municípios beneficiados são: São João da Ponte, Patis, Lontra, Pedras de Maria da Cruz, Bonito de Minas, Januária, Cônego Marinho, Itacarambi, Miravânia, Jaíba, Verdelândia, Nova Porteirinha, Riacho dos Machados, Matias Cardoso, Juvenília, Montalvânia, São João das Missões, Espinosa, Mamonas, Mato Verde, Rio Pardo de Minas, Pai Pedro, Catuti e Gameleiras.


Fonte: Agências Minas