terça-feira, 22 de dezembro de 2015

ENERGIA FOTOVOLTAICA: Micro e minigeração mais atrativas

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou, no último dia 24, aprimoramentos na Resolução Normativa nº 482/2012, que deixam a micro e a minigeração ainda mais atrativas para o consumidor, com vigência a partir de 1º/3/16. O dispositivo regulatório criou o Sistema de Compensação de Energia Elétrica, permitindo que o consumidor instale pequenos geradores (painéis solares fotovoltaicos e microturbinas eólicas, entre outros sistemas de fontes renováveis) em sua unidade consumidora e troque energia com a concessionária local, com objetivo de reduzir o valor da sua fatura de energia elétrica. A seguir as alterações positivas.

Aumento da potência: “microgeração distribuída” refere-se a até 75 KW de potência, e “minigeração distribuída” passa a ser aquela acima de 75 KW e menor ou igual a 5 MW (3 MW para fonte hídrica), em conexão à rede da concessionária. Prazo de compensação dos créditos passou de 36 para 60 meses (5 anos), podendo ser usados para abater o consumo do mesmo titular em outro imóvel, desde que na área da mesma concessionária (no caso, a Cemig): “autoconsumo remoto”.

Outra inovação:

Geração distribuída em condomínios (empreendimentos de múltiplos consumidores). A energia gerada pode ser repartida em percentuais definidos pelos próprios condôminos. Criada também a “geração compartilhada”. “Diversos interessados podem se unir em consórcio ou cooperativa, instalar micro ou minigeração distribuída e utilizar a energia para redução das faturas dos consorciados ou cooperados”, informou o deputado Gil Pereira (PP), presidente da Comissão de Minas e Energia da  Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG).

RESIDENCIAL, COMERCIAL E INDUSTRIAL

Além da geração centralizada de energia referente às usinas solares fotovoltaicas, também cresce rapidamente no Brasil o uso da denominada geração distribuída, por meio de sistemas de micro e minigeração: placas fotovoltaicas instaladas nos telhados e nas áreas de casas, prédios residenciais e condomínios, incluindo os comerciais e industriais. Explica-se: com o aumento das contas de luz no País, os usuários a cada dia interessam-se mais pela troca da energia tradicional pelas energias limpas, ou seja, de fontes renováveis e não poluentes.

A conta de energia elétrica tornou-se peso no orçamento das famílias e das empresas. Só em 2015, já ficou pelo menos 50% mais cara. Isso incentivou consumidores a produzirem a própria energia, cujo excedente pode ser injetado na rede da concessionária, para seu uso oportuno sob a forma de compensação futura: “O crédito pode ser agora usado em 5 anos, inclusive em outro endereço, caso esteja sob mesmo CPF ou CNPJ”, esclareceu o deputado Gil Pereira.

SIMPLIFICAÇÃO
 
Com relação aos procedimentos necessários para conectar sistemas de micro ou minigeração à rede da distribuidora, a Aneel estabeleceu regras para simplificar o caminho. Foram instituídos formulários padronizados para solicitação de acesso pelo consumidor.
O prazo total para a distribuidora conectar usinas de até 75 KW, que era de 82 dias, foi reduzido para 34 dias. Adicionalmente, a partir de janeiro de 2017, os consumidores poderão fazer a solicitação e acompanhar o andamento do seu pedido junto à concessionária pela internet.

Ao informar que acompanhará de perto a implantação das novas regras do Sistema de Compensação, a agência prevê que até 2024 cerca de 1,2 milhão de unidades consumidoras passem a produzir sua própria energia, totalizando 4,5 gigawatts (GW) de potência instalada. Desde a publicação da REN n° 482 em 2012 até outubro deste ano, já foram instaladas 1.285 centrais geradoras, sendo 1.233 (96%) com a fonte solar fotovoltaica, 31 eólicas, 13 híbridas (solar/eólica), 6 movidas a biogás, 1 a biomassa e 1 hidráulica.



 

Pragas avançam com a seca e desafiam indústria do pequi

O brilho do fruto conhecido como ouro do cerrado depende, agora, da boa vontade de São Pedro. Há quatro anos sem chuva, o Norte de Minas sofre com a seca e os efeitos da estiagem sobre a exploração do pequi, típico do cerrado brasileiro. Fonte de renda para cerca de 5 mil famílias da região, a iguaria ganhou clientela no Brasil e no exterior, mas míngua no pé e, de acordo com os agricultores, aumenta o número de pragas na região. Na safra passada, entre novembro e fevereiro, muitos extrativistas perderam cerca de 60% da colheita em razão da crise hídrica. Entidades envolvidas na atividade e produtores pedem a ajuda de pesquisadores na investigação e no controle de doenças que comprometem a tradição do pequi mineiro.

Considerada exploração econômica ambientalmente sustentável, de acordo com a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), a cultura do fruto tem importância socioeconômica em toda a cadeia de produção, da coleta, transporte, beneficiamento e comercialização ao consumo, tanto do fruto in natura quanto dos derivados. Em Minas Gerais, o fruto símbolo do cerrado é encontrado em maior quantidade na região de Montes Claros, Norte do estado, com destaque para o município de Janpovar. A espécie é protegida por lei em Goiás, mas, segundo a central de cooperativas de produtores Central do Cerrado, ela vem sendo dizimada, principalmente nas áreas de expansão agrícola.

“O nosso pequi tem aceitação muito boa. É nesta época do ano que saem daqui muitos caminhões com o fruto para Goiás, Bahia, São Paulo”, orgulha-se o agricultor e extrativista Aparecido Alves de Souza, presidente da Cooperativa Grande Sertão e da União das Cooperativas da Agricultura Familiar e Economia Solidária. A preocupação vem dobro neste ano devido ao desempenho já ruim da última safra. “Sofremos há quatro anos com a seca. A nossa colheita na última safra foi bem inferior, e, com certeza, há influência hídrica nisso. Em algumas cidades, como Januária, houve ataque de pragas, e não sabemos o que era, por isso, chamamos as universidades para nos ajudar”, conta.

O extrativista José Antônio Alves dos Santos, coordenador do Programa Pró Pequi de Montes Claros, estima perdas de 60% da colheita. Pesquisadores estudam, agora, o que ocorreu e o tipo de praga que atacou os pequizeiros. “Suspeitamos de que, em algumas cidades da região, foi o besouro que fez o estrago; noutras, o gafanhoto. Não temos certeza de nada”, comenta Santos.

FAMA Enquanto o problema está sendo analisado, o Norte de Minas se esforça para dar ainda mais fama à iguaria. “É um fruto que ainda está restrito a alguns locais, sendo mais comercializado regionalmente”, comenta a agrônoma e assessora da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Estado de Minas Gerais (Fetaemg), Adriana Santos Nascimento Pereira.

Entidades ligadas aos coletores da fruta traçam estratégias de divulgação para a iguaria em 2016. “É um fruto que, além de afrodisíaco, tem muita vitamina A e E, e acaba servindo como antianêmico”, destaca Adriana. Ela compara a fama do Pequi à do açaí, já conhecido Brasil afora. “Precisamos fazer com que o fruto do cerrado tenha a mesma força que aquele que veio da Amazônia, por isso a divulgação dele é tão importante”, diz.

Outra ação visa ao ingresso do pequi na merenda escolar do Norte de Minas. “O arroz com pequi pode ser um bom prato para as crianças do Norte e estamos trabalhando nisso”, diz Aparecido Alves de Souza. Ainda que preocupados com o que pode vir pela frente neste período de safra, extrativistas orgulham-se dos ganhos que têm com o pequi. Nesta época do ano, os produtores costumam apurar o maior rendimento. Não existem números precisos sobre a abrangência da coleta e comercialização do fruto. No Norte mineiro, há estimativas de que cerca de 5 mil famílias se dediquem à colheita da fruta.

“Não se trata de um dinheiro que dá para comprar um carro novo, mas é suficiente para a feira durante todo o ano. As minhas netas, por exemplo, ajudam na colheita e, com o que ganham, compram material escolar”, conta Santos.
As famílias ganham, em média, cerca de R$ 2 mil por safra. “Meu cunhado conseguiu, no ano passado, ganhar R$ 30 mil”, revela o coordenador do Programa Pró Pequi. Quando a safra está no começo, como agora, o preço da caixa contendo uma dúzia de frutos, com 25 quilos, é vendida a R$ 50. “À medida em que a safra vai aumentando, o valor diminui, podendo chegar a R$ 15 a caixa”, explica Santos.

Ouro do cerrado nos EUA e Japão

A colheita do pequi, feita à medida em que os frutos caem no chão, tornou-se fonte de trabalho para toda a família. Homens, mulheres e crianças se reúnem, algumas vezes acampando próximo aos pequizais, onde permanecem durante toda a safra. Em várias cidades do Norte de Minas, ocorrem festas da culinária regional para celebrar o fruto.

Antigamente, o pequi só era comercializado durante a safra, mas o período de curta duração deixava catadores sem a sua fonte de renda. A situação dos agricultores na entressafra preocupou pesquisadores do Departamento de Biologia Geral da Universidade Estadual de Montes Claros (Unimontes). Surgiu, então, em 2006, um projeto voltado para o processamento agroindustrial da polpa de pequi e a fabricação de conservas.

Desde então, com a preparação do alimento em conserva (polpa e fruto inteiro), emergiu uma cadeia produtiva do pequi, que ganha outros derivados além das conservas. O consumidor pode apreciar também o molho, a farofa, o óleo, o licor, o doce e até o sorvete de pequi. O fruto compõe, ainda, o cardápio de pratos até então tradicionais. O apreciador pode se sentar em um restaurante e pedir, por exemplo, uma pizza, um crepe ou pasteizinhos de pequi.

EXPORTAÇÃO A polpa do fruto também ganhou outros paladares. Há produtores que já exportaram a iguaria para os Estados Unidos e a Itália. Para 2016, a expectativa é de que, em fevereiro, a delícia chegue ao Japão. “A nossa expectativa é de enviar 3 toneladas para lá”, revela José Antônio Alves dos Santos, coordenador do Programa Pró Pequi de Montes Claros Santos. Porém, a exportação para o outro lado do mundo vai depender das chuvas e do controle das pragas. (LE)




Produtos artesanais do Norte e Nordeste de Minas Gerais são comercializados na 26° Feira Nacional de Artesanato

Começou ontem a 26ª Feira Nacional de Artesanato, a mais importante do seguimento realizada na América Latina. Reunindo toda a expressão do “fazer artesanal”, o evento promove o encontro do produtor com o consumidor, sendo identificado como um projeto cultural, social, econômico e de capacitação e educação para ambos os públicos envolvidos: expositores artesãos e visitantes.
 
O Governo de Minas Gerais, por meio do sistema Sedinor/Idene (Programa Artesanato em Movimento), e da SEDE/Coordenação de Artesanato, em parceria com o SEBRAE/MG, participa deste evento em um espaço coletivo de comercialização, com uma área superior a  220m², onde os artesãos mineiros têm a oportunidade de comercializar seus produtos.
 
O diretor-geral do Idene, Ricardo Campo, esteve no local para prestigiar os artesãos e reafirmou o compromisso de promover o artesanato no Norte e nos vales do Jequitinhonha, Mucuri e Rio Doce. “O nosso compromisso é criar oportunidades para que os artesãos comercializem seus produtos”, afirma Ricardo.
 
A expectativa é que durante o evento sejam comercializados cerca de R$ 500 mil em produtos, com vendas diretas. Para os artesãos, a feira se tornou uma grande geradora de negócios futuros, garantindo trabalho durante todo o ano.
 
Para o artesão André Rocha, da associação de artesãos “Capitania das Fibras”, do município de Capitão Enéas, as vendas deste ano devem ser melhores do que as do ano passado. “Para o primeiro dia de feira o movimento foi bom, já fizemos contato com lojistas importantes até de outros estados, para negócios futuros. Isso é muito bom”, ressalta o artesão.
 
Durante os seis dias de feira estarão presentes artesãos de 40 municípios da área de abrangência do sistema Sedinor/Idene. (Almenara, Araçuaí, Berilo, Bocaiúva, Capelinha, Caraí, Chapada do Norte, Cônego Marinho, Curvelo, Diamantina, Gouveia, Itinga, Janaúba, Januária, Minas Novas, Montes Claros, Padre Paraíso, Palmópolis, Salinas, Santana do Araçuaí, São Francisco, São João da Ponte, Teófilo Otoni, Turmalina, Veredinha, Manga, Itacarambi, Catuti, Matias Cardoso de Minas, Pai Pedro, Datas, Capitão Enéas, Botumirim, Taiobeiras, Presidente Kubsticheck, Grão Mogol, Jequitinhonha e Governador Valadares).
 
 
Fonte: Sedinor