quarta-feira, 14 de agosto de 2013

Produzindo vida no semiárido mineiro



Joel Lopes dos Reis e Joilton Lopes dos Reis conhecido Iltin são irmãos, moram no município de Ibiracatu norte de Minas Gerais. Numa paisagem de seca encontramos verdes intensos, a horta, que reflete a coragem, determinação e dedicação da família que construíram a experiência de como viver com fartura nestas terras do sertão mineiro. 

A luta inicial foi pela terra, que através da conscientização do direito ao acesso a terra, eles, com outras famílias da região buscaram junto a EMATER acessar o Crédito Fundiário, assim adquiriram uma terra e construíram o “Assentamento Para Terra”. Quando se mudaram para ali há 11 anos o sonho era trabalhar com horta, mas tiveram que adiar, pois os investimentos foram apenas para cercar a terra e adquirir gado, como a área é bem pequena, quase não sobrou terra para outras atividades.

Na época criavam gado para vender e com o recurso compravam alimentos para manter os porcos e as galinhas no período da estiagem.

A criação de gado se mostrou difícil, no período da seca não tinha pasto e o custo para manter a alimentação do gado era alto, ao mesmo tempo o preço da carne bovina caia. Assim os irmãos Joel e Iltin decidiram em 2012 abandonar esta atividade e tentar realizar o sonho inicial de produzir horta.

Descobrindo a convivência com a seca: Hortaliças no semiárido mineiro
 
Começaram plantando milho e feijão só que com o prolongamento da estiagem eles perderam toda a produção por duas vezes em 2012, isso fortaleceu a ideia de mexer com horta, pois de todas as culturas é a que depende menos da chuva, no entanto é a que precisa ter uma fonte de água constante. Iltin conta que venderam o gado, galinha, porco, alguns bens para levantar o dinheiro e comprar o sistema de produção, arame, sementes, mangueira, esterco, horas de trator para gradear. 

Dizem que além de investir é necessária muita dedicação das famílias, a horta demanda cuidados diários, ficam até tarde, e não tem final de semana ou feriado. Joel conta que é o mesmo que cuidar de uma criança pequena, requer atenção e dedicação.

Trabalharam muito, não tinham conhecimentos técnicos, não tinham muito recurso, muitas pessoas tentaram esmorecer a iniciativa, mas eles não desistiram.

No mês de setembro conseguiram da Prefeitura de Ibiracatu algumas horas de maquina para construir uma pequena barragem para armazenar água da chuva. Antes desta barraginha produziam apenas para o sustento, agora em 2013 produzem também para o comércio, a principal dificuldade é que a água da barraginha é pouca e já esta secando, se não trabalharem muito para colher logo podem perder tudo.

 Para dar conta do trabalho toda a família se envolve, homens, mulheres e as crianças quando chegam da escola. Contam que recentemente perderam muitos pés de alface depois de jogar ureia nas folhas, depois disso estavam bem desanimados achando que não dariam conta, foi quando apareceu o animador social da ASA agente da Cáritas Brasileira Regional Minas Gerais, o Aleandro. Joel conta que para ele foi uma intervenção divina, o animador , trabalhou a produção de fertilizantes naturais, o  adubo orgânico e o controle natural de pragas. 

Antes usavam canteiros de cama alta e perdiam muita água porque secava muito rápido, agora usamos o canteiro de cama baixa para economizar a água já que a barraginha é pequena. Também descobriram as vantagens de fazer a muda em bandejas, antes plantavam direto no chão o que levava a perca de muitas sementes que não vingavam.

Aprenderam a fazer o repelente natural feito com planta nativa conhecida na região como timbó ou tingui, ela é tóxica para o gado, mais fermentada em água é um ótimo repelente na horta, Joel garante que deu ótimos resultados, ele afasta todo tipo de inseto sem precisar matar.

Faz uns três meses que começaram a comercializar na cidade, nas feiras, armazéns nas comunidades vizinhas e ao longo do caminho que faz de moto até a cidade. Joel conta que vale apena todo este esforço porque do ponto de vista dele, ele está levando saúde para a família dele e a de quem compra dele. A horta não tem nenhum tóxico que contamine ou gere doenças as pessoas e a natureza. A horta é a única fonte de renda, com ela pagam todas as despesas. 


Fonte: ASA Minas



Seapa indica confinamento de bovinos para pequenos pecuaristas de Minas



Iniciada em junho, segue até novembro a entressafra do boi em Minas, mas a engorda de animais em confinamento neste período de pastagens escassas é um meio eficaz de garantir o abastecimento de carne. Segundo a Secretaria de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Seapa), o sistema deve ser adotado inclusive pelos pequenos produtores, que poderão melhorar a receita da propriedade principalmente com as vendas do segundo semestre.

Bruno de Barros Ribeiro de Oliveira, coordenador do Minas Carne – programa criado pela Seapa –, explica que o confinamento consiste na manutenção dos animais em instalações próprias, recebendo alimentação exclusivamente nos cochos e tratamento especial. “Até o final do ano, o volume de bovinos confinados nas propriedades mineiras deve alcançar 350 mil animais”.

O coordenador diz que o produtor pode contar com bons resultados principalmente no segundo semestre. “Um levantamento da Esalq/BMV&FBovespa mostra que a cotação da arroba do boi no acumulado de junho a novembro de 2012 alcançou variação positiva de 5,2%, pois o valor da arroba alcançou R$ 97,50. No período atual, os produtores registraram, já em junho, vendas de boi por R$ 99,01 a arroba, em média.”

Além de garantir o atendimento à demanda dos frigoríficos no período mais crítico das pastagens, o confinamento possibilita a produção de carne de excelente qualidade durante o ano inteiro, assinala Bruno Barros.

Já o coordenador estadual de Bovinocultura de Corte da Emater, José Alberto de Ávila Pires, destaca que “o confinamento possibilita a agregação de valor à carne e a antecipação da venda dos animais. “Além disso, quando o pecuarista adere ao confinamento, os bovinos para engorda são retirados do pasto, o que facilita o manejo dos animais”, acrescenta.

Ao reforçar a indicação da engorda de bois em confinamento para os pequenos pecuaristas, José Alberto cita o exemplo de grandes projetos que começaram com pequenos lotes de animais. “O sistema é uma boa iniciativa inclusive nas áreas não beneficiadas pela proximidade das lavouras de grãos, como o Norte de Minas.

A tecnologia, segundo o coordenador, é chamada de "grão inteiro", porque predomina o uso integral do milho, além de uma parte de concentrado na engorda dos bovinos. “Nestes casos o produtor não tem gasto com o volumoso (cana-de-açúcar e silagens de milho e de sorgo). “Apesar do custo do transporte de milho de regiões que apresentam grande produção, como o Alto Paranaíba, o investimento compensa”, assinala.

Quinto do ranking

O trabalho dos extensionistas da Emater para mostrar as vantagens da engorda de bois por meio do confinamento contribui para o aumento das adesões ao sistema, diz José Alberto e informa que Minas ocupa atualmente a quinta posição entre os Estados que engordam o boi fechado e respondem por cerca de 3 milhões de cabeças incluídas no sistema. Os primeiros colocados são Mato Grosso, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul.”

Minas conta com 63 produtores com até cinco mil animais confinados cada um, que respondem pela engorda de 190 mil cabeças. Há também 658 pecuaristas com até mil cabeças em confinamento e o volume total desse grupo é de 146,4 mil animais. “A produção anual de carne do conjunto dos confinadores do Estado é da ordem de 80 mil toneladas, volume que atende ao abastecimento de cerca de 6,7 milhões de pessoas nos quatro meses da entressafra do boi”, principalmente de agosto a novembro, diz José Alberto.

Substituto da estocagem

De acordo com José Alberto, as unidades de confinamento desenvolvidas em Minas têm mostrado grande eficiência na produção contínua de animais para abate, o que possibilita redução da ociosidade da indústria de carnes – frigoríficos e a rede de distribuição (açougues e casas de carne). “Adotado no Brasil a partir de 1986, o sistema substitui a estocagem de carne congelada, que o governo utilizava com o objetivo de atender à demanda na entressafra do boi. Mas diversos produtores mantêm a engorda por confinamento durante o ano inteiro.”

Paulo Roberto do Nascimento iniciou, há cerca de 30 anos (com 40 bois), um projeto de confinamento em Capinópolis, no Triângulo Mineiro. “Atualmente, a propriedade registra um volume permanente de 12,5 mil cabeças, de janeiro a dezembro”, explica o pecuarista.

No período das águas, entre outubro e novembro, a movimentação com os animais cai um pouco, devido às chuvas, acrescenta Paulo Roberto, “mas isso não prejudica o atendimento à demanda porque, na fase de entressafra bovina, a introdução de gado na área do confinamento é alta. O volume de animais encaminhados para abate em 2013, depois de passar pela propriedade, deve alcançar 30 mil cabeças.”

Vale o investimento na aquisição de bois de qualidade, ração e manejo apropriados, porque toda a produção da unidade de confinamento de Paulo Roberto é dirigida a um frigorífico credenciado a exportar para a União Europeia, com direito a um adicional por arroba vendida. O bônus é concedido aos produtores que possuem rastreabilidade creditada pelo Sisbov (serviço do Ministério da Agricultura, utilizado para a identificação e o controle do rebanho de bovinos e bubalinos do território nacional, bem como o rastreamento do processo produtivo no âmbito das propriedades rurais).

O pecuarista diz que seu projeto de confinamento é favorecido principalmente pela localização em região produtora de grande volume de grãos. “As lavouras garantem uma boa oferta de milho para silagem e se encontram a distâncias que possibilitam o frete a custos acessíveis até a unidade de confinamento. Contamos também, na região, com uma grande oferta de sorgo, farelo de amendoim e de algodão”, acrescenta.

O Triângulo Mineiro responde por 17,6% da safra de milho, ou 1,4 milhão de toneladas, segundo o IBGE. A produção de soja na região equivale a 35,1% do total de Minas, ou 1,2 milhão de toneladas. E a safra de sorgo corresponde a 46% da produção estadual, ou 207 mil toneladas.

Segundo Paulo Roberto, a engorda por confinamento é indicada também para os pecuaristas que não contam com as facilidades oferecidas aos produtores da região. “O sistema sempre dá bons resultados”, finaliza.


Fonte: Seapa/MG


Pedreiros do semiárido mineiro aprendem a construir tecnologia de captação de água da chuva

Uma das formas dos moradores do semiárido conviver com o período de estiagem que ocorre todo ano e ainda ter água suficiente para beber e cozinhar com dignidade é através da construção da cisterna de placas de 16 mil litros.  Esse tipo de cisterna é construído com placas de cimento, anéis de concreto, tela e cimento, alambrado e outros materiais e depois de pronto serve como reservatório para captação da água da chuva. Essa tecnologia social tem alcançado grande parte do semiárido brasileiro graças ao Programa de Formação e Mobilização para a Convivência com o Semiárido: Um milhão de Cisternas Rurais (P1MC), da ASA. 

No norte de Minas Gerais, esse projeto é desenvolvido pela Cáritas Diocesana de Januária em parceria com o Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à fome (IDENE-MDS).

As famílias mais necessitadas da comunidade de Vila Lopes que fica na região do Peruaçu conquistaram o direito à cisterna e ainda puderam participar da capacitação de pedreiros que ocorreu entre os dias 22 a 26 de julho. Essa capacitação é realizada para difundir o conhecimento acerca da construção de tecnologias de armazenamento hídrico além de ser uma forma de gerar renda para as comunidades.

Gislanio Gonçalves da Mota, um dos beneficiários da cisterna de 16 mil litros fez parte do curso de capacitação ocorrido na sua casa e que teve a presença de outros 10 pedreiros da comunidade. Gislanio afirmou que mesmo sendo pedreiro há vários anos achou importante participar do curso “A construção da cisterna tem vários detalhes que a gente precisa aprender, mais depois do curso eu acho que já consigo construir a cisterna sozinho, essa caixa é milagrosa e vai melhorar a vida de muita gente aqui.”

No P1MC a construção da cisterna é feita em sua maioria pelos pedreiros das comunidades que são capacitados pelo programa, as próprias famílias também ajudam fornecendo água e trabalhando na escavação do buraco. A água da chuva armazenada na cisterna garante abastecimento durante oito meses para uma família de cinco pessoas, além disso, é garantia de água com qualidade proporcionando saúde para quem consome.


Fonte: ASA Minas


Governo de Minas vai consolidar liderança do Estado na produção de cachaça de qualidade

O Governo de Minas está criando mecanismos para consolidar a liderança de Minas Gerais na produção de cachaça de alambique, através do apoio a pesquisa científica e tecnológica, na transferência e difusão de tecnologias. A garantia é do secretario de Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, Narcio Rodrigues, ao revelar que a principal iniciativa, será a estruturação e criação do Polo de Excelência da Cachaça em Salinas, na região do Norte de Minas. 

Outros cinco serão implantados em diferentes regiões do Estado. Atuando em sinergia, eles serão instrumentos na consolidação da garantia de produto qualificados e com efetiva certificação da bebida em todo Estado. O apoio aos produtores é outro compromisso do governo mineiro.


"Brevemente estaremos inaugurando o primeiro polo no município. É uma importante conquista para a região e esta será uma iniciativa estratégica para levarmos desenvolvimento e riqueza para as regiões do Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha", comemorou Narcio Rodrigues. Posteriormente eles serão estendidos para todo o Estado. A definição em que outros municípios eles serão instalados ainda é objeto de articulação.

Minas é o maior produtor de cachaça artesanal do Brasil e já existem pesquisas avançadas na área, feitas pela Epamig, Universidade Federal Lavras - Ufla; a Universidade Federal de Ouro Preto - Ufop; Instituto Federal de Minas Gerais - IFNMG; e as universidades federais de Viçosa e de Minas Gerais. O secretário acrescentou que o objetivo é promover a formação de uma rede mineira do conhecimento da cachaça para apoiar e fortalecer o setor. Além de estabelecer parcerias com outras entidades para impulsiona-lo, como o Sebrae, Faemg, Fiemg, IFNMG e Sindbebidas.

Estão previstas ações para o diagnóstico dos gargalos tecnológicos da cadeia produtiva; criação de um observatório de inteligência competitiva em rede; criação de seis unidades do Alambique-Escola; apoio aos cursos técnicos e organização de um mestrado, além da transferência de tecnologia (capacitação, dia de campo, seminários, visitas técnicas); e fomento à  pesquisa.

Inicialmente, os esforços deverão se concentrar na organização da Rede Mineira de inovação da Cachaça, em seis polos no estado, onde já existam estruturas de laboratórios e desenvolvimento de pesquisa, para a criação dos alambiques-escola, de forma a capacitar constantemente gerando aprimoramento das técnicas de produção e um acompanhamento direto aos produtores; ampliar a capacidade laboratorial dos polos ligados à rede para o desenvolvimento das pesquisas, treinamento, capacitação e formação demandados pelas diferentes instituições da cadeia.

O secretario se reuniu com representantes do Instituto Federal do Norte de Minas Gerais (IFNMG) para discutir e estabelecer intenções de parcerias no projeto. Já está em trâmite na Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) projeto de pesquisa do instituto para receber apoio antes de seguir com os próximos passos para consolidar e definir os parceiros do polo.

Participaram do encontro a superintendente de Ciência, Tecnologia e Inovação Ambiental da Sectes; Déa Fonseca; o chefe de gabinete, Leandro Lima; a Diretora Geral do IFNMG-Campus Salinas, Maria Araci Magalhães; seu Chefe de Gabinete, Rafael Correia de Oliveira, e a servidora do Instituto, Susi Cristina dos Santos.


Fonte: Sectes


Governo de Minas aumenta 10% no preço pago ao produtor do Programa Leite pela Vida


O Governo de Minas elevou em 10% o preço pago pelo litro de leite ao produtor rural fornecedor ao Programa Leite pela Vida, que distribui o alimento básico em parceria com o Governo Federal a crianças, gestantes, nutrizes e idosos carentes nas regiões Norte e Nordeste do Estado.

Incidente a partir de 1º de julho, o aumento de R$ 0,85 para R$ 0,93 a ser pago por litro de leite ao produtor da agricultura familiar foi concedido com recursos próprios do Governo do Estado, referentes à sua contrapartida no programa.

Após várias reuniões técnicas, a Secretaria de Estado de Desenvolvimento dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e do Norte de Minas (Sedvan) obteve anuência para aplicar a necessária correção, junto à Secretaria Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sesan), vinculada ao Ministério de Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

Importância

O secretário da Sedvan, Gil Pereira, tem enfatizado desde o início da sua gestão a importância estratégica regional de garantir a execução do Programa Leite Fome Zero – Um Leite pela Vida, não somente pelo seu aspecto social, mas também pela significativa repercussão positiva exercida sobre toda a cadeia produtiva do leite.

“O Governo de Minas identificou a defasagem do preço pago por litro de leite ao produtor da agricultura familiar, por causa dos efeitos da seca intensa que atinge a região. Com recursos da própria contrapartida estadual, o objetivo é garantir a continuidade do Programa Leite pela Vida e pagar preço mais justo ao produtor”, explicou Gil Pereira.

Para sua execução, o Programa Leite pela Vida envolve atualmente cinco mil produtores ligados à agricultura familiar nos Vales do Jequitinhonha e Mucuri e no Norte de Minas Gerais. Além disso, o beneficiamento do produto mobiliza o trabalho de 42 pequenos laticínios instalados nessas regiões.

Cadeia produtiva

Executado desde o início de 2004, o programa distribui o alimento a crianças com idade entre dois e sete anos completos, gestantes, nutrizes e idosos com mais de 60 anos.

A iniciativa destaca-se também como política pública de inclusão produtiva e ampliação da cadeia do leite, para enfrentamento e redução das desigualdades hoje existentes. “A correção será muito importante como mecanismo de recomposição do preço do litro de leite pago ao produtor, diante da elevação dos custos de produção provocados pela seca”, disse o secretário-adjunto da Sedvan e diretor-geral do Instituto de Desenvolvimento do Norte e Nordeste de Minas Gerais (Idene), Bruno Alencar.


Fonte: IDENE