quinta-feira, 17 de março de 2016

Referência mundial, Revista Nature publica artigo de pesquisadores da Unimontes


Os professores da Universidade Estadual de Montes Claros, Maria das Dores Magalhães Veloso, Mário Marcos do Espírito Santo e Yule Roberta Ferreira Nunes, estão entre os co-autores do trabalho internacional “Biomass resilience of Neotropical secondary forests”, publicado neste mês na Revista Nature.

A pesquisa, que tem como foco a regeneração natural de florestas em áreas tropicais, foi desenvolvida por mais de 60 cientistas de 32 países da América do Norte, América Latina e da Europa, que integram a Rede Internacional “Secondary Forests” (2ndFOR). O holandês Lourens Poorter é o coordenador desta rede.

A publicação mundial é sem precedentes para a Unimontes. A Nature é uma das mais importantes e mais influentes revistas científicas do mundo, cujos critérios para a análise e divulgação de pesquisas são dos mais rigorosos. O estudo foi publicado no último dia 11/2, nas edições eletrônica e impressa.

MATA SECA

A participação da Universidade Estadual de Montes Claros está associada aos estudos que os seus pesquisadores desenvolvem sobre Mata Seca há pelo menos dez anos – financiados pelo CNPq e pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Minas Gerais (Fapemig) e integrado à Rede Internacional Tropi-Dry [que tem suporte do Instituto Interamericano para Pesquisa em Mudanças Globais (IAI)]. Os pesquisadores da Unimontes também fazem parte da Rede Matas Secas e do Sistema Nacional de Pesquisa em Biodiversidade (Sisbiota-Brasil), dos ministérios da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), da Educação (MEC) e do Meio Ambiente (MMA), além da Capes, FNDCT e CNPq.
 

Inicialmente, os trabalhos começaram no município de Manga (Norte de Minas) e foram expandidos para outras três regiões com registros de Mata Seca: na margem direita do Rio São Francisco (municípios de Jaíba e de Matias Cardoso), na Serra do Cipó, na região central de Minas Gerais, e em Patos, município da Paraíba.

Biólogo, mestre e doutor em Ecologia, o professor Mário Marcos do Espírito Santo explica que a pesquisa coletiva “Biomass resilience of Neotropical secondary forests”, em resumo, apresenta números inéditos sobre a regeneração de florestas em 45 áreas do continente americano e o volume de biomassa recuperada acima do solo, que é associado à absorção (sequestro) de gás carbônico (CO²).

“São estudos extremamente importantes para a mitigação dos efeitos do lançamento do CO², como o efeito estufa, ressaltando a necessidade de proteger florestas que estão em regeneração”, acrescenta. Conforme protocolo da Rede Tropi-Dry, o monitoramento é realizado em diversas parcelas de 0,1 hectare e são obtidas diversas informações – para as análises estatísticas – como “se e quando a área foi desmatada, qual o porte médio das árvores e a densidade de sua madeira - para determinar o estágio de regeneração. Há florestas de diferentes idades”, justifica o pesquisador.

PRESTÍGIO

A Rede 2ndFOR foi formalizada no primeiro semestre de 2014, com a submissão dos textos e dados para o Conselho Editorial da Revista Nature em setembro de 2015. Após as observações para revisão de dados, o artigo foi publicado em 15 páginas, com gráficos, mapas, resumos e referências bibliográficas com dados sobre florestas monitoradas em períodos que variam entre 10 e 20 anos da Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, México, Panamá, Peru e Porto Rico.

“Uma produção publicada na [Revista] Nature torna-se algo de prestígio em nível mundial para qualquer pesquisador. Estamos muito orgulhosos em alcançar esta projeção, absolutamente difícil diante do processo complexo e do alto grau de exigência da Revista”, revelaram as biólogas Yule Roberta e Maria das Dores, mestres em Ecologia e Educação, respectivamente, e doutoras em Engenharia Florestal.
Os pesquisadores acreditam que a produção científica da Unimontes ganha mais visibilidade em nível internacional. “Definitivamente, com o esforço intenso, a Universidade torna-se referência mundial em estudos sobre a mata seca”, finaliza o professor Mário Marcos.


Fonte: Unimontes

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