quarta-feira, 28 de janeiro de 2015

Estiagem cobra a fatura

Ao atingir R$ 44,7 bilhões em 2014, o VBP (Valor Bruto da Produção) da agropecuária de Minas Gerais apresentou crescimento modesto de 0,9%, na comparação com o montante obtido em 2013 (R$ 44,3 bilhões). O indicador resulta da relação entre o volume produzido e a cotação média de cada um dos itens do campo e é apurado pelo Mapa (Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). O VBP de Minas respondeu por 9,6% da cifra no Brasil, de R$ 463,9 bilhões.
 
A dura estiagem foi o principal ingrediente que sacrificou o desempenho do estado no ano passado, segundo João Ricardo Albanez, superintendente de Política e Economia Agrícola da Seapa (Secretaria de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento). Houve reduções na produção das principais culturas de Minas, como milho, soja, café e cana-de-açúcar. “A seca que atingiu o estado afetou culturas que têm um peso expressivo sobre o cálculo do valor da produção agrícola”, destaca.
 
No entanto, algumas culturas registraram contribuições positivas: trigo (34,9%); tomate (22,5%); café (16,8%); algodão em caroço (12%); laranja (8%) e mandioca (3,6%). Na composição do VBP em 2014, a pecuária teve maior evolução frente ao setor agrícola. De acordo com o superintendente da Seapa, ao passo que a receita do setor agrícola registrou crescimento de 0,2%, a pecuária apurou 2,1% mais no ano passado. Os produtos pecuários que mais se destacaram foram leite (12%), bovinos (2,5%) e ovos (7,8%).
 
A apuração do VBP ficou concentrada por vários anos no resultado da produção agrícola. Em 2014, os dados da pecuária foram incorporados ao cálculo, constituindo, dessa forma, o VBP agropecuário. O novo cálculo evidencia a importância do segmento no agronegócio mineiro e brasileiro, de acordo com o secretário de estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Cruz Reis Filho.
 
“Em Minas, a pecuária é responsável por 36,7% (R$ 16,40 bilhões) do Valor Bruto da Produção agropecuário. Isso é fruto da expressividade do setor”, afirma o secretário. O estado tem a principal bacia leiteira do Brasil, o segundo rebanho efetivo de bovinos, o quarto plantel de suínos, o quinto plantel de frangos e, em relação à produção de ovos, ocupamos a terceira posição.
 
Em relação ao VBP da pecuária neste ano, a perspectiva é favorável em decorrência da melhoria dos preços de bovinos, ante a escassez da oferta da carne. “A redução da oferta é consequência direta do aumento do abate de matrizes bovinas nos últimos anos, aliada à forte estiagem, que prejudicou as pastagens nas principais regiões produtoras”, diz Reis Filho. Para a produção agrícola, o cenário é incerto para 2015, diante das interferências climáticas na definição da produtividade das lavouras do estado. Até o momento, as estimativas de produção estavam baseadas em condições climáticas mais favoráveis.



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